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Directório Global das TIC | Empresas e Profissionais | 2019/2020

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92 PUBLIREPORTAGEM Qual o impacto da Inteligência Artificial nos serviços públicos? Joana Peixoto Diretora Comercial e de Marketing, Opensoft A IA é uma tecnologia que tira partido da capacidade dos dispositivos aprenderem e executarem funções cognitivas, semelhantes às dos humanos. A inteligência artificial (IA), de que nos habituámos a ouvir falar em filmes e livros de ficção científica, já é uma realidade para muitas empresas que cedo se dedicaram a explorar as potencialidades da IA. Essa utilização tinha em vista ganhos de produtividade e eficiência e começou a ser notada por diferentes setores, incluindo alguns governos e entidades públicas que se aperceberam do valor estratégico da IA para melhorar o serviço aos cidadãos. A IA é uma tecnologia que tira partido da capacidade dos dispositivos aprenderem e executarem funções cognitivas, semelhantes às dos humanos. A sua utilização na área governamental permite prestar serviços aos cidadãos de forma mais eficaz, desde a gestão de tráfego rodoviário, assistência médica ou até o processamento dos formulários de impostos. Mas são várias as áreas do setor público que podem beneficiar com a IA: saúde, serviços sociais, justiça, segurança social, entre muitos outros. A principal vantagem, que é transversal a todos os serviços que usem a IA, é a melhoria da experiência do cidadão, que se torna mais personalizada e capaz de responder às suas necessidades de forma mais precisa. Segundo um relatório da PWC, a inteligência artificial aumentará em cerca de 16 biliões de dólares o PIB mundial em 2030, mais do que o contributo conjunto da China e da Índia. A par deste fenómeno, vários estudos apontam a IA como uma das peças fundamentais para resolver vários desafios que o setor público enfrenta atualmente. Além das vantagens diretas para os cidadãos, também os próprios serviços têm ganhos com a utilização da IA. São conhecidos os ganhos de produtividade em países que já têm uma utilização massiva de IA nos seus serviços, como o caso do Reino Unido e dos Estados

DIRETÓRIO DAS TIC 93 Unidos da América, que fazem uso de tecnologias como machine learning, IoT, análise biométricas, entre outras. A IA é particularmente relevante na eliminação de trabalhos repetitivos e de verificação de dados, que podem ser feitos automaticamente, passando os funcionários a poder dedicar-se a tarefas mais críticas e orientadas à decisão. É ainda uma poderosa arma de combate à fraude e evasão fiscal. Através de um sistema de redes neurais, o Departamento de Trabalho e Pensões do Reino Unido conseguiu automatizar o processamento de reembolsos e sinalizar situações de fraude de forma automática, assegurando que os contribuintes que efetivamente têm direito aos benefícios os recebem, evitando ou reduzindo significativamente situações fraudulentas. Mas quando se fala de IA é também necessário mencionar as controvérsias éticas que lhe estão associadas. A substituição de postos de trabalho por máquinas, assim como a utilização indevida dos dados dos cidadãos são os perigos mais frequentemente associados à IA. Muitos destes receios e críticas resultam de desconhecimento geral das possibilidades da IA, sendo por isso necessário desmistificar as principais objeções à IA. Os cidadãos percebem as vantagens deste tipo de tecnologia em diversos serviços do seu dia-a-dia e utilizam-nos de forma natural na escolha do melhor trajeto para regressar a casa após o trabalho, por exemplo. A utilização destas tecnologias tem de ser acompanhada de regulamentos que salvaguardem os direitos de privacidade dos cidadãos e que garantam a implementação de tecnologias cognitivas de forma responsável. A RESPONSABILIDADE DE USAR IA A adoção da IA pelos governos deve ser feita com responsabilidade, justiça e transparência e, se for necessário, devem ser estabelecidas normas éticas e legislativas para assegurar a confiança e a segurança dos cidadãos. A União Europeia (além de vários estados-membros) deu um passo para essa regularização com o Regulamento Geral de Proteção de Dados em 2018. No mesmo ano, juntou um grupo de especialistas em IA que produziu um conjunto de recomendações éticas. Espera-se que em breve se criem políticas baseadas nestas recomendações. Com o enquadramento ético e legal necessário, a IA pode ajudar os governos a resolver problemas bastante complexos e mudar radicalmente a forma como os cidadãos se relacionam com os serviços públicos. Quando a IA é usada para identificar padrões na evasão fiscal ou filtrar dados do Sistema Nacional de Saúde e ou da Segurança Social para priorizar apoio domiciliário ou infantil, há uma consciência nos cidadãos de maior justiça e racionalização de recursos do Estado. Os algoritmos usados nestas aplicações devem, contudo, ser precisos, imparciais, estáveis, facilmente explicáveis e serem implementados sempre com o intuito de beneficiar o maior número possível de cidadãos para que eles tenham perceção de que o investimento nestes sistemas é realmente útil. De acordo com um relatório da consultora McKinsey, existem cinco dimensões que devem ser consideradas nos projetos de algoritmos de IA, nomeadamente: - Precisão: deve-se identificar quais os algoritmos que levam à decisão mais favorável para uma dada situação. Por exemplo, como decidir onde se devem concentrar as auditorias fiscais? As autoridades tributárias podem querer otimizar o foco nos cidadãos que possam ter maior probabilidade de reincidir em evasão fiscal. Em outro setor, a educação, o algoritmo pode decidir que a atribuição de bolsas escolares seja baseada na possibilidade do aluno terminar os seus estudos. Quando a IA é usada para identificar padrões na evasão fiscal ou filtrar dados do Sistema Nacional de Saúde e ou da Segurança Social para priorizar apoio domiciliário ou infantil, há uma consciência nos cidadãos de maior justiça e racionalização de recursos do Estado. - Equidade: o algoritmo deve ser aplicado da mesma forma para todos, não contemplando grupos protegidos ou imunes. Como é que isso é possível? Há várias formas, nem todas podem ser sempre eficazes. Uma abordagem comum é criar um algoritmo que trata todos os grupos da mesma forma sem distinções de cor, género ou condições socioeconómicas.

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