EM DESTAQUEBusiness & ScienceWorking Togetherin EducationDISCUSSION PANEL1 JULHOLUÍSA RIBEIROLOPESPresidente, .PTKEYNOTE SPEAKERPAULO DIMASVP of Product Innovation, Unbabel“Vivemos num contexto de uma verdadeira revolução,a revolução da IA. A grande questão é o que devemos ensinarhoje, perante este cenário de transformação. Todos os alunosjá estão a usar os modelos de IA. Mas um dos grandes desafiosé garantir uma tecnologia responsável. Podemos confiar?Sabemos que conseguimos um máximo de certeza de 96%em alguns modelos. Mas a alucinações estão a aumentar nosmodelos de raciocínio, pelo que o pensamento crítico é cadavez mais importante. Se calhar é isso que temos de ensinar”“Estudos recentes comprovam que com a utilização dosLLMs não conseguimos pensar de forma independente e queo pensamento crítico diminui. E alerta-se para que poderáprovocar o esquecimento, por confiarem na tecnologia.Perante estes riscos, tem de haver ponderação na utilizaçãoda IA e pensamento crítico”“Há 2.400 anos, Sócrates dizia que íamos ficar semcapacidade cognitiva com a tecnologia da escrita.Um argumento que se utiliza hoje face aos LLMs. Então,o que é que nós devemos ensinar hoje? O que é que estesestudos nos levam a pensar? Temos de usar os LLMs para lhesfazer perguntas, para saber se nós sabemos. Para endereçarestes desafios, temos de fazer parcerias e ligações”“A IA, como tudo o resto, tem vantagens edesvantagens. Sabemos o que é possível tratarcom automatização e IA tendo por base os dadosque existem, e que é muito mais bem tratadopela tecnologia do que pela inteligência humana.Porque é mais rápido, mais fácil e hoje, com acomputação avançada e a quantidade de dadosimensa, o tratamento será muito mais eficaz coma IA e muito mais fidedigno. Mas há a outra parte,que tem a ver com as pessoas e a educação.É a parte que temos de trabalhar mais”“Temos grandes desigualdades na sociedadee nos jovens que estão no ensino. E não aspodemos perpetuar com os níveis de capacitaçãoe o percurso educativo. A IA pode ajudar, masnão temos todos os mesmos acessos e a mesmasituação. Tudo depende do meio educativoe do meio familiar. Precisamos de coragem, decriatividade ou inquietação e de conexão. E temosde dar também aos jovens o tempo e a liberdadepara termos a capacidade de sermos criadores”“Fizemos um percurso educativo muito grandena capacitação dos alunos. Com vários momentos.A pandemia foi um acelerador da utilizaçãotecnológica, mas temos de ter consciência de quea tecnologia não é neutra e que pode aumentaras desigualdades. Há que trabalhar para evitar esteaumento, o que pode ser feito de muitas formas.Já existem várias iniciativas nesse sentido. Temosde trabalhar com os pais, professores e alunos, paraperceberem que o que é utilizado é para o seu bem”48 | APDC | REVISTA COMUNICAÇÕES | SETEMBRO 2025
MARIA JOÃO HORTADiretora-adjunta, Direção--Geral da Educação“O tema da IA na educação tem de ser aprofundado.Tem impacto no que se ensina e como se aprende,naquilo que é a escola hoje e na inércia do sistemapara fazer a mudança. Para quem está do lado daescola é stressante, porque querem fazer a mudança,mas não ao ritmo que ela acontece. As coisas têmde ser mais permanentes”MIGUEL HERDADEDiretor, The Access Project“Não temos de ter medo de não saber o que vaiacontecer. Quando falamos em IA temos sempremuita ansiedade de que as coisas vão mudar muitoe rapidamente. Mas não é assim, na prática. E não hánada mais importante no nosso sistema de ensinodo que a qualidade do professor, que será o fator maisimportante para a capacidade de progredir do aluno.A IA pode ter capacidades para ajudar os alunos a terapoio específico e personalizado. Mas, acima de tudo,onde é excelente é para libertar tempo e recursos nasescolas, para os professores fazerem o que sabem fazermelhor, que é ensinar, e não estarem envolvidos emtarefas burocráticas”“A Educação, na escolaridade obrigatória, temde preparar os jovens para decidirem o seu futuroe serem mais interventivos. Hoje, só a transmissãode conhecimento não é de todo suficiente. Há novascompetências que têm de ser trabalhadas na escola,como a IA. A escola pública evoluiu muito nos últimosanos e na sua maior parte estão bem equipadas.Temos professores envolvidos em programas decapacitação, trabalham-se as competências digitais,assim como o desenvolvimento profissionaldos professores.”“O país é pequeno, mas é muito desigual.O que importa é olhar para as zonas onde existemproblemas muito profundos. Temos feito umcrescimento imenso em termos de acesso, masisso só não chega. A escola não existe só paratransmitir conhecimento, mas sim para estimulara criatividade, o pensamento crítico e o bem-estardigital”“A desigualdade é o fator comum ao sistemade ensino nacional mais difícil de resolver. Tem dese saber usar as ferramentas de IA para a diminuir.Se conseguíssemos realocar o tempo dos professorespara investir nas crianças mais pobres, aí sim, teríamosum sistema mais equilibrado. É uma oportunidadepara diminuir este fosso entre ricos e pobres no sistemade ensino”“O Reino Unido tem uma estratégia digital paraa Educação com um envolvimento muito maiordo setor privado, que quer fazer parte da soluçãoe não do problema. E os resultados são muito melhoresdo que em Portugal. Há uma predisposição dasorganizações que no país não conseguimos ter. Alémde não termos professores, pois há falta crónica derecursos. Apesar disso, temos o sistema de ensino quemais melhorou num curto espaço de tempo no mundointeiro. No entanto, onde muitas decisões são tomadascom base em palpites e não com base em análises”Reveja asintervençõesSETEMBRO 2025 | REVISTA COMUNICAÇÕES | APDC | 49
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NÚMEROS10Áreas científicas170Inv
O jogo da época.Uma fila sem fim.P
É esta competência que sustentaa
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DESAFIOS DAINOVAÇÃO DAREGULAÇÃO
INTERVENIENTESReveja o eventoROGÉR
INTERVENIENTESSANDRA FAZENDADiretor
Together,we createthe futureO futur
Vivemos numaera em que ainformaçã
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