EM DESTAQUEThe State ofThe Nation of MediaDISCUSSION PANEL1 JULHOPEDRO MORAISLEITÃOCEO, Media CapitalKEYNOTE SPEAKERTELMO GONÇALVESVogal do Conselho Regulador da ERC“Independentemente dos rumos incertos dos nossos dias,o sistema mediático é chamado a desempenhar funções nuclearespara o equilíbrio das sociedades complexas em que vivemos. (…)É o desempenho deste leque alargado de funções sociais quejustifica a existência das organizações mediáticas na nossa vidacoletiva e das quais não podemos prescindir. (…) Os media –os órgãos de comunicação social – constituem uma ‘instituiçãosocial’ que é essencial à preservação da sociedade”“Perda de centralidade dos media; modelo de negócioem construção; crise de identidade das profissões dos media– em especial do jornalismo… Estas são as três dinâmicas erosivasque são mais determinantes, com as quais todos os agentesdos media – em primeiro lugar, os seus decisores máximos– terão de saber lidar e gerir na conquista urgente de uma novasustentabilidade. Associadas a estas três dinâmicas mais perenes,temos duas problemáticas emergentes, que não são propriamentenovas, mas vêm impondo as suas regras de forma cada vez maisirredutível: a desinformação e a IA”“Independentemente das suas múltiplas potencialidadese utilizações no contexto da atividade dos média (da IA), há aindaa considerar o impacto que poderá vir a ter com a substituiçãoda inteligência humana nos processos produtivos. Até que pontoa produção noticiosa (e de outros conteúdos mediáticos) poderádispensar o fator humano é ainda uma grande incógnitaque vamos ter de descobrir e a grande velocidade”“O presente dos mediaé sólido e estável. Temosa RTP bem financiada peloEstado, fazendo um esforçosério de manter os custos sob controlo. Temos osdois grupos privados maiores – Media Capitale Impresa – numa luta intensa e muito competitiva,numa guerra para oferecer o melhor conteúdo.E temos o grupo Medialivre, impulsionado pelosacionistas e em crescimento e com apostas segurasem produtos novos. Olhando para estes quatrogrupos, temos um presente sólido e estável, comgarantias que os colaboradores dos vários gruposestão em boas mãos”“O futuro está ameaçado pelas muitas tendênciasde mercado. Como a IA, que está a normalizar-senos grupos de comunicação social. A preocupaçãoaqui tem a ver mais com a publicidade digital,onde sempre tivemos mais dificuldades emconcorrer. Esta guerra parece estar a travar-seentre as gigantes mundiais da IA, o que cria umapreocupação grande, pois é uma guerra que afetao mundo da comunicação social em termos globais,com desrespeito total pelos direitos de autor.Estamos a acompanhar o que os demais gruposestão a fazer, mas o que pedimos à CE e ao Governoé para estarem particularmente atentos, para evitaro caminho das pedras que já seguimos com osmotores de busca”“Estamos a jogar em todos os tabuleiros nostreaming. Fazemos parcerias, como a que temoscom a Amazon, que tem uma abordagem diferenteda Netflix, através da Prime Vídeo. A parceriaé difícil e complicada e a cada negociação temosde pensar nos efeitos a longo prazo. Mas, emparalelo, temos um modelo de plataforma de tva pedido, por assinatura, que tem funcionado.Assim como a publicidade. Na combinação,estamos a tentar aprender para antecipar e a reagirno que vão ser as tendências para o futuro”42 | APDC | REVISTA COMUNICAÇÕES | SETEMBRO 2025
Revejaas intervençõesFRANCISCO PEDROBALSEMÃOCEO, ImpresaLUÍS SANTANACEO, Medialivre“Temos de ter uma visão globalda indústria de media em Portugal.E a maior dificuldade que temosneste momento é conseguir ter asreceitas estabilizadas. Para além daquebra das receitas de publicidade, há ainda uma quebrasignificativa nas receitas de circulação. Mas não temos,dentro da nossa estrutura e das nossas marcas, produtosque não tenham margens de contribuição positivas. O queobriga à gestão de custos e todos nós o estamos a fazerde uma forma bastante significativa, porque é a única formade ter as empresas equilibradas”“Temos resultados positivos desde sempre. E uma equipafocada e com objetivos bem definidos. As dificuldadesexistem, porque estamos perante quadros de assimetriasao nível da concorrência. Não conseguimos competircom as novas plataformas internacionais e agora temosnovas ameaças, com a entrada dos chatboots de IA.Mas acreditamos que a comunicação social tem futuroe não estamos a evoluir para uma nova estrutura acionistase não acreditássemos nisso”“É sempre importante ter novos acionistas. Mas estamosa utilizar capital próprio para gerir o negócio, atestandoa sua sustentabilidade. Mas não podemos parar e temos deestar sempre numa perspetiva de acrescentar valor dentroda organização, novos produtos e áreas de negócio. Sem nosfocarmos em demasia no streaming. Estamos configuradoscomo um grupo de informação e não de entretenimento”“O broadcasting como um todoestá bem e as marcas, em geral,são fortes. As pessoas têmconfiança no que fazemos.Mas há uma tendência, para quem fala com os playersde fora, de dependência da publicidade da qualninguém se conseguiu libertar. Procuramos todos fazerface à quebra registada no modelo tradicional comos modelos alternativos, mas esta substituição no digitaltem-se relevado mais lenta do que gostaríamos”“Há uma fragmentação do nível da oferta e umadispersão ao nível da procura. O que é um desafio,mas também uma oportunidade. Estamos preparadospara nos reinventar constantemente, o que requer umgrande esforço em pessoas e tecnologia, sobretudonos media privados. Temos procurado ser os maisracionais possível, com imaginação, adequandoa estrutura e custos a cada momento. É das coisasmais desafiantes, mas também mais interessantes,deste negócio. Temos feito um esforço de inovaçãoe dado um passo à frente face aos concorrentes”“Vemos grupos como a Netflix numa lógica maisde parceria e de cooperação. Porque têm produtosde qualidade e estão na produção de audiovisuais, muitomais do que plataformas como o YouTube, que investempouco ou nada nos conteúdos e que concorrem contranós e têm sido muito bem-sucedidos. Temos na calhaduas parcerias que são importantes para olhar parao futuro, na ótica de que não querermos rivalizar comas grandes plataformas. Podemos ser complementarese úteis uns para os outros”NICOLAU SANTOSPresidente RTP“Tal como os demais grupos de media,a RTP também tem problemas pararesolver. Como ao nível das receitas,já que a receita das contribuiçõesdo audiovisual está congeladadesde 2016. Lutamos também na área comercial, já que,por contrato de serviço público, os nossos conteúdos sãogratuitos. Temos de fazer o nosso trabalho de casa, atéporque não sabemos qual vai ser o futuro em termosde enquadramento do serviço público de media. Por isso,temos de enxugar a nossa organização e é isso que estamosa fazer com este plano de reorganização e modernização”“A RTP teve nos últimos 15 anos sempre resultados positivos.Este ano, serão significativamente negativos, por causado plano de saídas voluntárias, para o qual estãomobilizados 15 milhões de euros, e por causa do planode investimento muito forte que estamos a fazer, da mesmaordem. Esperamos ter um retorno muito rápido desseinvestimento e recuperar em 2026”“Os produtores nacionais de conteúdos não têm capacidadepara entrar no mercado internacional de streaming. Na RTP,focamo-nos na RTP Play. Vamos lançar um pacote de 200conteúdos (20 deles gratuitos) em setembro deste ano, naRTP Play. Mas não se consegue parar o vento com as mãos...os operadores nacionais não conseguem produzir conteúdosrentabilizáveis em plataformas internacionais”SETEMBRO 2025 | REVISTA COMUNICAÇÕES | APDC | 43
CONGRESSODO COMITÉPORTUGUÊS DA UR
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DESAFIOS DAINOVAÇÃO DAREGULAÇÃO
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