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COMUNICAÇÕES 252 - MARGARIDA BALSEIRO LOPES MAIS DIGITAL PARA SIMPLIFICAR

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negocios46parcerias colaborativas e construir uma comunidadecada vez mais vibrante. E não é por acaso que todoscontam com parceiros de referência. No GamingHubparticipam a Fortis Games, APVP (Portuguese GameDeveloper Association) e a Maleo, enquanto o Web3Hubconta com a 3Comma Capital, Cuatrecasas,Gaimin, Poolside, CV Labs e O Sítio. Já o GreenHubtem como parceiros a Critical Software, Grupo Brisa,Mota-Engil Renewing, Cleantech For Iberia, CML e aMEO. E o AIHub, anunciado na Web Summit, em novembro,conta com a Portugal AI Innovation Factory(da Microsoft, Accenture e Avanade), Google, MEO e oCenter for Responsible AI.O diretor executivo daUnicorn Factory acreditaO próximo passo será ainternacionalização daUnicorn Factory Lisboa. Ameta é começar a funcionarem rede, ao nível europeuque ainda há espaço paracriar pelo menos maisdois hubs, tendo em contaa dimensão da cidade.Sendo que terão de reunirtrês requisitos essenciaispara avançarem: seremáreas muito promissoras,de grande transformaçãoe investimento ao nívelinternacional; onde existajá um setor empresarial relevante;e que tenham projetos de empreendedorismoque queiram crescer. Áreas como a Saúde, Alimentar,Segurança e até a Construção são as que apresentamum maior potencial, na sua perspetiva, e onde o paístem capacidade.Mas, além destes “ingredientes”, terão ainda de seencontrar os parceiros certos. “Se conseguimos ter esteentendimento com outras organizações que queiramtambém co-investir connosco, vamos lançar. Portanto,fica aberto o desafio ao mundo empresarial. Tem deexistir um encontro das partes, todas com o mesmoobjetivo”, acrescenta.ESCALA PARA INTERNACIONALIZARUma das apostas da equipa de Gil Azevedo é a conjugaçãode esforços destes hubs com outros projetos similares,de forma a aproveitar sinergias e ganhar escalanacional. E dá o exemplo do gaming, onde já existemoutros polos, como o da Madeira e o do Porto. “Do nossolado, temos vindo a falar para ver como é que podemosjuntar esforços. Não queremos que Lisboa sejao centro do gaming, queremos é funcionar à escala nacionale em rede”, especifica, deixando claro que, “seaumentou a consciencialização de que há que pensarcomo um todo e não como uma pequena parte. Somosum país que não tem escala para se dividir”.Ainda assim e “perante o crescimento fantástico”do projeto nos últimos anos, que apresenta agora uma“dimensão muito interessanteao nível nacional”,o próximo passo será a internacionalizaçãoda UnicornFactory Lisboa, num“salto além-fronteiras”,para ganhar uma escalaglobal.“Quando me perguntamcomo é que conseguimoster tantas áreasao mesmo tempo, tudo seresume a conseguir criarum ecossistema que tenhaescala internacional. Para isso, temos de abranger diferentesáreas de atuação e criar as condições para o setorprivado conseguir desenvolver-se e afirmar-se. É esseo nosso papel. Acima de tudo, apoiamos quem querinovar e aproximamos e agregamos a comunidade: investidores,startups, empresas, universidades, multinacionais.Juntamos todas partes, que têm cada uma umobjetivo diferente, mas que se complementam e fazemum ecossistema. Essa é a nossa grande missão”.

Gil Azevedo tem ainda como meta para 2025 “começara funcionar também em rede a nível europeu.Se existem fábricas de unicórnios ou organizações semelhantesnoutros países, como é que podemos trabalharem conjunto para facilitar a vida das startups e dasempresas que estão à procura de inovação? Este é ummodelo em que toda a gente ganha, porque a empresatem acesso à inovação feita noutros países, a startuptem acesso facilitado a outros mercados e os investidorestêm acesso a mais startups e mais oportunidadesde investimento. Nada nos impede de começarmos atrabalhar a nível operacional mais em rede”.Mas este é, na sua perspetiva, um dos desafios comque a União Europeia se confronta neste momento. Éque o ‘velho continente’, apesar de todos os esforços,ainda continua com mercados distintos e fragmentados,que são entre si muito diferentes, quer em cultura,quer em língua e até mesmo em regulação.“Uma empresa portuguesa ou uma startup, com umprojeto já testado e que funciona, que se queira expandirpara outros mercados tem muitas vezes de quasecomeçar do zero. Isso é voltar vários passos atrás. NosEUA ou na China isso não acontece. Tem de se caminharpara um mercado único ao nível europeu”, comenta,adiantando que já existe essa consciência porparte da Comissão Europeia, mas que o problema é garantirvelocidade de implementação. O que acontece,por exemplo, no mercado de capitais, onde “a Europaestá há mais de uma década a tentar criar regras comunse não o tem conseguido. Temos este desafio. Entendemostodos o problema, mas temos de ser capazesde identificar o que tem de ser feito e num tempo útil,eficaz, que permita trazer resultados”.Sobre o relatório de Mario Draghi sobre a competitividadeda UE, apresentado em setembro último, ogestor está moderadamente otimista: “Tendo em contaque não conheço ninguém que tenha dito que nãoconcorda com ele. Não temos capacidade de competira nível de inovação sozinhos, como países, com os EUAou a China. A única forma de criarmos um bloco inovadorà escala mundial é em conjunto”.Acresce o problema do excesso de regulação que,na sua opinião, “é um pau de dois bicos. Por um lado,pode ajudar a desenvolver inovação. Mas, por outro,acaba por restringir a capacidade de testar e a capacidadede desenvolver novas ideias. Como na IA, que éuma área muito sensível. Há receios, fundados, da Europaregular sozinha. O que vai fazer com que as outrasgeografias sejam produtoras de inovação e a UE consumidorade inovação, porque os melhores projetos vãopara outras geografias com mais liberdade e mais grausde desenvolvimento”.Aliás, diz mesmo que “atualmente, a Europa já éum consumidor de inovação. Temos o nosso Spotify,temos a nossa SAP, mas as grandes empresas globaissão todas americanas e estão a aparecer mais chinesas.Portanto, a Europa tem de avançar para a facilitaçãoresponsável. Tem de criar linhas vermelhas, mas temde deixar a inovação acontecer, ir monitorizando evendo o que é necessário fazer para assegurar que nãohá riscos desnecessários”.A Unicorn Factory Lisboa é uma associação privadasem fins lucrativos que tem como fundadores a Câmarade Lisboa (CML), o Montepio e o IAPMEI. Em 2019,juntaram-se a Delta, a Católica Lisbon e a Roland Berger.O projeto tem hoje três grandes fontes de financiamento.A principal resulta das parcerias realizadaspara os diferentes programas. Só no caso do ProgramaScaling Up existem oito parceiros estratégicos, alémdos parceiros específicos para cada um dos hubs deinovação. Trata-se, como destaca o líder do projeto, de“organizações líderes que vêem a importância da inovaçãoe de ter um ecossistema forte”. A CML, que até2022 era o grande financiador, surge agora na segundaposição, até porque “se estão a desenvolver capacidadescríticas para a cidade”. Depois, vêm as receitas dosfees cobrados às startups envolvidas, já quase 300, assimcomo dos espaços físicos para a instalação de projetos.•47

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