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COMUNICAÇÕES 252 - MARGARIDA BALSEIRO LOPES MAIS DIGITAL PARA SIMPLIFICAR

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negocios42Começou em

negocios42Começou em 2012, como incubadora de empresas,e desempenhou um papel central na dinamizaçãodo ecossistema de empreendedorismolisboeta. Numa década, a Startup Lisboa deuorigem a mais de 400 startups, que criaram 4.500 postosde trabalho e levantaram 340 milhões de euros de investimentos.O projeto foi redefinido em 2022, comoUnicorn Factory Lisboa, e ganhou uma nova ambição:tornar-se num pilar do ecossistema empreendedor nacionale posicionar a cidade e o país como um centroeuropeu de inovação.Dois anos volvidos, os resultados estão à vista.Alargou atividades muito além das startups, abrangendoo apoio às scaleupsna sua expansão internacional,a captação deempresas estrangeiras, oempreendedorismo joveme três innovation districts,onde já criou quatro centrosde inovação em áreasde elevado potencial, incluindoa IA. O futuro?Crescer ainda mais, entrarem mais áreas e começar afuncionar em rede ao níveleuropeu, abrindo caminho a uma verdadeira internacionalizaçãoda inovação portuguesa.Gil Azevedo foi desafiado pelo presidente da CâmaraMunicipal de Lisboa, que lidera o novo executivo camaráriodesde outubro de 2021, a encabeçar a “nova”Unicorn Factory Lisboa. A visão foi a cidade “poderafirmar-se como um dos grandes centros de inovaçãoao nível internacional”, passando de um programa deincubação de startups numa fase inicial, que apoiavaentre 50 a 70 projetos por ano, para um “um projetode mundo”.Foi esta ambição de uma nova escala que convenceuo gestor a aceitar o cargo de diretor executivo, queassumiu em maio de 2022. Também ele um homem domundo – era desde setembro de 2015 senior vice presidente head of Consummer Banking do Emirates Isla-A visão é posicionara cidade como umdos grandes centrosde inovação ao nívelinternacionalmic e antes disso esteve cerca de 11 anos ligado à Mckinsey,onde chegou a associate principal – acreditoudesde o início que se tratava de um projeto que “ajudariao país como um todo” e abriria novos horizontes.E nestes menos de dois anos, já “foram dados passosimportantes. As comunidades internacionais queandamos a trazer e a atrair para Portugal têm-nos ajudadoa ter outras perspetivas. Temos de ser capazes deolhar mais para fora e, com isso, beneficiar cá dentro.Não nos podemos fechar e acharmos que fazemos tudomelhor”, afirma Gil Azevedo. Para quem a “grandemissão da Unicorn Factory Lisboa é posicionar a cidadee Portugal – porque somos muito pequenos comoum todo e não nos podemos dividir – como um dosmotores de inovação ao nível internacional. Ao mesmotempo, fazer com que a inovação seja também um motorpara o país e a cidade. Há um duplo papel positivoque a inovação pode ter”.DA INCUBAÇÃO AOECOSSISTEMAHoje, o projeto tem pelomenos cinco áreas distintasde atuação e em 2025deverá avançar para umasexta, a da inovação social,apostando-se na formacomo se poderá usara inovação para tambémresolver os problemas dasociedade. Mas nestes últimosdois anos, esteve a acelerar em todas as frentes.A começar pela área que “herdou” da Startup Portugal,a incubação de projetos numa fase inicial. Este programafoi objeto de um grande reforço, no sentido de ganharcada vez mais capacidade e os resultados estão àvista: em 2024, foram apoiados cerca de 260 projetos,quando dois anos antes se apoiavam entre 50 a 70 projetospor ano.Foi também criado um programa de scaleups, parastartups já em fase de expansão internacional. “Criámoso que é o único programa em Portugal para estasempresas, que já têm um produto, uma equipa, receitas,financiamento e que estão a iniciar ou já iniciarama sua expansão internacional. A meta é ajudarmos nessepasso, para terem um crescimento acelerado, mastambém mais sustentado”, explica Gil Azevedo.

A terceira área onde, entretanto,se avançou foi a internacional,destinada a apoiar projetosestrangeiros a instalarem-seem Lisboa. A missão passa porajudar estas empresas nas múltiplasáreas, desde a burocracia,a integrarem-se num ecossistema,até encontrarem um espaçofísico. No total, a Unicorn Factoryjá ajudou 70 startups internacionaisdesde 2022, das quais15 são unicórnios. Juntas, sãoresponsáveis pela criação de cercade 15 mil postos de trabalho.Na perspetiva do gestor, hápelo menos três razões para asempresas internacionais se instalaremem Portugal. A começarpelo talento e pela capacidade das camadas maisjovens de falar inglês e interagir, passando pela culturaportuguesa, muito aberta e recetiva a outras culturas,e pela presença de um número significativo de projetosrelevantes e com escala no país. Mas destaca quehá também pelo menos dois problemas ao nível nacionalque terão de ser resolvidos, “para se perceber se,de facto, a inovação é ou não estratégica para o país.E é essencial e será cada vez mais o motor das economias”.O primeiro reside, na sua ótica, numa “falta dealinhamento entre poder central e local, entre governoGil Azevedo aponta a “falta de alinhamento entre o poder central e local, entregoverno e autarquias sobre a estratégia de inovação, que está hoje repartida entre trêsministérios” como algo que compromete o desígnio nacionale autarquias, sobre a estratégia de inovação, que estáhoje repartida entre três ministérios e vários secretáriosde Estado. Temos de ser capazes, se de facto queremosapostar na inovação, de alinhar estrategicamenteo nosso poder político e de ter a capacidade de pensar auma só voz ao nível nacional”.O segundo problema “tem a ver com a legislaçãode atração de talento e de atração e desenvolvimentode startups. Em Portugal, caímos muitas vezes no errodas meias medidas, o que não nos permite crescer nemexpandir, porque não se resolvem os problemas. Quan-43

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