itech38PEDRO TAVARES:Como o arque respiraNão teve a disciplina na escola, nem pessoas na família queo influenciassem, ou sequer um amigo próximo que o puxassepara as telecomunicações. Simplesmente aconteceu interessar--se por tudo o que tivesse a ver com essa área. No secundário,Pedro Tavares já sabia o que queria ser quando fosse grande.Texto de Teresa Ribeiro | Fotos Vítor Gordo/ SyncviewComo é que o lead partner EMEATelecom Engineering Centre ofExcellence da Deloitte explicauma tão clara vocação que aparentementelhe nasce de geração espontânea?Diz que tudo tem a ver como gosto pela comunicação: “Sempregostei de comunicar, de falar com aspessoas. A partir do momento emque comecei a perceber que haviaformas de o fazer para universosbem mais distantes do que o meugrupo de amigos ou a minha sala deaulas, apaixonei-me”. Auto-diagnostica-secom a firmeza de quem sabedo que está a falar: “Até hoje mantenho-mecompletamente apaixonadopor redes de cabos submarinos, quepermitem ligar continentes, e redesde comunicação via satélite que,inclusivé, permitem comunicar paraoutros planetas”.Claro que quando chegou a horade escolher o curso, no início dosanos 90, inscreveu-se em EngenhariaEletrónica e de Telecomunicaçõesda Universidade de Aveiro. Porquealém de querer saber, desejava, maisque tudo, aprender a fazer: “Era umdoer. Ainda hoje sou. Gosto muito depower points, mas gosto ainda maisde fazer acontecer”.Em miúdo uma das primeiras coisasque fez, foi um sistema de receçãode rádio FM. Podia ter compradouma telefonia na loja, mas dava-lhemuito mais prazer fazê-la, por issoadquiria os kits e depois era só seguiras instruções. Soldava as peças,sintonizava e o milagre acontecia:“Ouvi muitos relatos de futebol emdispositivos que fui eu que fiz”, descrevecom a naturalidade de quem jácontou a história muitas vezes.Quando entrou na faculdade, as telecomunicaçõesfaziam-se por fibraótica, com velocidades muito baixas,mas para quem estava habituadoa ouvir falar de telecomunicaçõespor cabos de cobre, muito grossos edifíceis de trabalhar, ter a capacidadede transmitir informação atravésde luz e por cabos com o diâmetrode um fio de cabelo, era fascinante.Lembra-se da euforia que foi quandoconcluiu, com colegas, uma ligaçãode dois megabites entre Lisboa eMadrid.Hoje, que tem acesso a tecnologia deponta, vive intensamente aquilo quefaz: “Acho que não trabalho. Achoque estou permanentemente emférias, porque gosto tanto daquiloque faço, que não sinto o trabalhocomo uma obrigação. O ‘não meapetece trabalhar’ é um estado deespírito que praticamente não existena minha vida”.Há coisas que o distraem do trabalho?Sim. Nas férias gosta de viajarpara os locais – ainda restam alguns– que não conhece, imergir emculturas diferentes, fazer experiênciasempolgantes, como foi a desubir a montanha da ilha do Pico:“Ter a possibilidade de acordar comos primeiros raios de sol, sob um friolouco e perceber que apesar de ter50 anos ainda há muito para viver…”,comenta, ao reviver esses momentos.Apesar de ser um defensor convictoda transformação tecnológica, portudo o que traz de positivo à vidadas pessoas e à sociedade em geral,Pedro Tavares admite que chegámosa uma etapa do desenvolvimentoonde é legítimo colocar algumasinterrogações: “Porque conheço astecnologias, algumas com muitodetalhe, sei qual é o impacto dasmesmas se usadas de forma descontrolada.Assistimos recentementeao lançamento do processadorquantum da Google, o Willow, queconsegue resolver em cinco minutosum problema que por outra via demorariaa resolver mais tempo que aidade do universo. Isto pode implicarcapacidades de desencriptação dechaves que utilizamos para aceder,por exemplo, a silos nucleares”…Nesta fase do conhecimento aindatemos “the man in the middle”, masisso vai deixar de acontecer maisbreve do que se pensa, acreditaPedro Tavares. Quando essa for arealidade, ficaremos mais vulneráveisface ao potencial das novastecnologias, nomeadamente da IA.Preocupante? Certamente. Mas opartner da Deloitte é um otimista econfia que a inteligência humana vaiestar à altura destes desafios.•
A brincar com carrinhos? Não. Esta éapenas a face visível de um projetoque está a desenvolver para o 5G,no Telecom Engineering Centre ofExcellence da Deloitte, em LisboaUsa o Thinkpad desde sempre. Gostadele por ser leve e ter uma bateriacom elevada autonomia, duas grandesvantagens para quem viaja muitoAdmirador da Apple desde o tempo emque Steve Jobs reinava, tem-se mantidofiel ao iPhone. Neste momento tem o 15.Em regra salta uma geração, por nuncalhe reconhecer vantagens incrementaissuficientes. Por isso não tem dúvidasde que se tornará um early adopter doiPhone 1739
Loading...
Loading...