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COMUNICAÇÕES 251 - PEDRO AREZES O EFEITO DE CONTÁGIO DO PROGRAMA MIT PORTUGAL

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portugal digital O MASSIVE Virtual Reality Laboratory, liderado por Maximino Bessa (na foto), docente da UTAD e investigador do INESC TEC, distingue-se por ter apostado numa área em que nenhum outro laboratório, sediado em Portugal, se aventurou: a do multissensorial 54 no seu conjunto formam um grupo constituído por algumas dezenas de investigadores. Uma pequena elite que se dedica a ensaiar o futuro. MASSIVE, EM TODOS OS SENTIDOS Em 2017 abriu ao público o MASSIVE Virtual Reality Laboratory, o novo laboratório do INESC TEC instalado no campus da UTAD (Universidade de Trás os Montes e Alto Douro). O projeto, liderado por Maximino Bessa, docente da UTAD e investigador do INESC TEC, distingue-se dos demais por ter apostado numa área em que nenhum outro laboratório sediado em Portugal se aventurou: a do multissensorial. Além do áudio e do vídeo, esta equipa trabalha os sentidos do tato e do cheiro, conseguindo, dessa forma, trazer uma nova dimensão à experiência virtual imersiva: “Conseguimos comprar todos os equipamentos necessários para o multissensorial. Temos máquinas de aromas, sistemas de vento”, inventaria o líder do laboratório, com natural satisfação. Um dos primeiros projetos que esta equipa desenvolveu foi para bombeiros: “Concebemos um colete, onde circulava água quente e que uma vez colocado elevava a temperatura corporal dos bombeiros, exatamente como se estivessem no terreno a combater um incêndio. Tentámos despertar-lhes os estímulos sensoriais que os colocassem próximos da experiência real, pois dessa forma, feito em condições adversas, o treino é mais rigoroso”. Desde então foram vários os projetos a que estiveram dedicados, da indústria à agricultura, passando pela saúde. Conceberam em realidade aumentada simuladores de poda, para os interessados aprenderem a podar vinha, ajudaram os médicos a preparar- --se para fazer o acompanhamento de doenças raras: “Visto essas doenças surgirem só ocasionalmente nas consultas, fizemos um simulador de treino para que pudessem recordar procedimentos”, refere Maximino Bessa. Replicaram também linhas de montagem para a

A desenvolver várias linhas de investigação, o Laboratório de Reabilitação Psicossocial, dirigido por António Marques (na foto), vice-presidente do Politécnico do Porto para a área de Inovação, especializou-se na aplicação de tecnologias imersivas à área da saúde mental indústria: “Dessa forma é possível testá-las antes de as instalar, o que poupa imenso tempo e recursos às empresas. Os operadores fazem o seu treino virtualmente, antes de as estruturas serem instaladas e os equipamentos, caso seja necessário, podem ser afinados previamente”, explica. Hoje já são muitas as empresas a procurá- -los em busca de soluções que impulsionem os seus negócios. Destas destacam-se as que laboram na área industrial, “por terem mais capacidade financeira para investir”. Mas, segundo Maximino Bessa, “neste momento está toda a gente a olhar para isto e as grandes empresas apostadas na criação do seu metaverso”. NOVA ABORDAGEM PARA A SAÚDE MENTAL Com filiação conjunta da Escola Superior de Saúde do Politécnico do Porto e a Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação da Universidade do Porto nasceu o projecto que dá pelo nome de Laboratório de Reabilitação Psicossocial. Apostado em aplicar as tecnologias imersivas à saúde e em particular à saúde mental, este centro de investigação tem levado muitos clínicos a rever posições face a estas novas soluções XR. “Ao princípio os psiquiatras foram muito resistentes à ideia de se pôr pessoas com esquizofrenia, Turismo, saúde, formação e indústria são as áreas que mais têm crescido no âmbito das soluções XR por exemplo, a lidar com uma realidade impressiva. Achavam que isso ia gerar ainda mais confusão, mas os resultados têm apontado noutro sentido”, adianta, com satisfação, António Marques, vice-presidente do Politécnico do Porto para a área de Inovação e desde 2008 responsável por este laboratório. A desenvolver várias linhas de investigação, o centro também se tem dedicado à construção de soluções para questões ligadas ao envelhecimento no plano da saúde mental. Uma das intervenções de que António Marques mais se orgulha, cujos resultados já foram publicados, foi a desenvolvida junto de pacientes com Alzheimer: “Primeiro falámos com eles, para identificar experiências pessoais positivas, depois recriámo-las em ambiente virtual e finalmente, através de óculos de realidade virtual, levámos pessoas que se encontravam institucionalizadas há anos a “sair” para ir à pesca com os amigos 55

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