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COMUNICAÇÕES 251 - PEDRO AREZES O EFEITO DE CONTÁGIO DO PROGRAMA MIT PORTUGAL

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a conversa 26 É preciso

a conversa 26 É preciso fazer uma espécie de doutrinação… Sim, sim. Ir mostrando, com casos reais, que é possível. Dar apoio, através do gabinete de coordenação que eu lidero nacionalmente. Pôr as equipas a falar entre si, até que a química entre elas começasse realmente a funcionar e nós deixarmos de ser essenciais. Inevitável perguntar-lhe como vê o que aconteceu no final de 2023, quando o governo de então anunciou o cancelamento dos protocolos de cooperação celebrados com universidades norte-americanas, incluindo o MIT. Na altura disse, de forma muito assertiva, que a decisão foi tomada sem qualquer avaliação do custo-benefício das parcerias para o país… O anterior governo acabou por recuar e remeteu a decisão para o atual executivo. Como está o processo neste momento? Quais são as suas expetativas? Quando o governo nomeou como ministra Elvira Fortunato, todos ficámos com grandes esperanças, até porque se tratava de uma investigadora reputadíssima. Ninguém questiona o seu mérito como cientista, mas como ministra percebemos que tinha vista curta, nunca olhou para a parceria com o MIT como estratégica. Assumiu-a como se fosse uma aposta pessoal do ministro anterior, desenterrou o argumento de que éramos um clube de amigos. E pôs o foco na questão do dinheiro, sendo que esta parceria representava apenas 2% do financiamento da FCT. O engraçado é que ninguém questionou a relevância dos outros 98% do investimento. E esses, sim, é que todos nós gostaríamos de saber se têm impacto na mesma ordem de grandeza. Mas depois houve uma espécie de levantamento cívico à volta do tema, muita gente a manifestar-se, a dizer que estas parcerias tiveram enorme valor e impacto para as nossas empresas… Quando a notícia chegou à comunicação social, as empresas, os ex-alunos e os professores que estiveram envolvidos começaram a manifestar-se. A notícia chegou ao primeiro-ministro António Costa, ele próprio era “Está a decorrer uma auditoria sobre o impacto do MIT Portugal. Nós temos todo o interesse que a auditoria seja bem feita, para que se perceba o impacto que trazemos para o país” um defensor das parcerias. Essa justiça temos de lhe fazer. Quando se apercebeu da decisão da ministra, deu instruções claras para que as parcerias fossem automaticamente renovadas por um ano, pelo menos. Entretanto o Governo caiu… qual é a sua sensibilidade em relação ao que vai acontecer a seguir? O contrato termina em dezembro. O atual ministro é um colega da Universidade de Minho, Fernando Alexandre, alguém que prezo muito. Antes de ser nomeado ministro, ele tinha um convite para ir ao MIT e, mesmo depois de tomar posse, acabou por ir. Ficou impressionado com o que viu. Nessa visita, deixou claro que as parcerias eram para continuar. Manifestou-se publicamente nesse mesmo sentido noutras ocasiões, inclusive numa entrevista que deu o jornal Público. Então o que está em causa não é tanto a continuidade das parcerias, mas os valores e os detalhes? Sim, exatamente. Por exemplo, é preciso definir as áreas de intervenção prioritárias. Tem de haver um alinhamento com as áreas estratégicas para o país e para a nossa economia. Este ministro é muito focado no impacto, é muito pragmático. É isso que vamos ter de trabalhar agora. No futuro próximo, esse é o nosso caderno de encargos. Está a decorrer uma auditoria sobre o impacto do MIT Portugal. Nós temos todo o interesse que a auditoria seja bem feita, para que se perceba o impacto que trazemos para o país. Além dos 600 papers produzidos e mais de 20 patentes, é preciso contabilizar os efeito nas empresas. A auditoria deve estudar o impacto numa escala ampla, para se perceber a relação custo-benefício. Para terminar, desvio na rota a entrevista: quais são as suas maiores paixões na vida? Além família e das viagens, a minha filha. Fui um pai tardio, mas sinto um grande privilégio por estar a viver a paternidade nesta altura da vida. Além do mais, ela é linda!•

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