a conversa 16 Á frente do MIT Portugal, Pedro Arezes exerce o poder com muita discrição, até com uma dose inusitada de modéstia, apesar do seu currículo invejável
O contágio à economia portuguesa é notório. Aumentou o número de patentes portuguesas, vindas da Academia e das empresas. Transformou alunos, professores e investigadores, que ocupam hoje posições de relevo no país e no Mundo. Tem em marcha projetos disruptivos, desenvolvidos em ecossistema. O Programa MIT Portugal criou uma verdadeira comunidade em torno da inovação em áreas emergentes da ciência e da tecnologia e está a fazer a diferença. E a ambição é fazer mais, muito mais, nas palavras de Pedro Arezes, diretor nacional do projeto. Tudo começou em 2006, com a parceria estratégica entre universidades e instituições de investigação nacionais, o reputado Massachusetts Institute of Technology (MIT), o governo português, parceiros da indústria e de instituições não académicas. A meta? Desenvolver uma plataforma de investigação para conceitos de ponta em áreas emergentes da ciência e tecnologia. Pedro Arezes assumiu a liderança do projeto em 2016, a convite do então Ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Manuel Heitor. Mas já estava envolvido deste o momento do arranque e é categórico a dizer que lhe mudou totalmente a vida e o abriu a novos desafios: “só a exposição ao MIT é um ponto de viragem”. Para ele e para os mais de mil alunos que já por lá passaram. Diz que as duas primeiras fases do programa foram centrais no sucesso que o MIT Portugal tem hoje, graças ao foco no ecossistema de inovação e no desenvolvimento de soluções. E à exposição à cultura norte-americana, sem medo de arriscar e virada para o empreendedorismo. O programa, garante, “já tem uma marca direta no país”, reforçada nesta 3 a fase com a aposta na forte ligação às empresas. Há já sete projetos-bandeira, com financiamentos até sete milhões de euros - um deles é o 1 o satélite português – e mais de 100 projetos exploratórios, de menor dimensão, que juntam equipas portuguesas e americanas. Depois da polémica no final de 2023, quando o governo de então anunciou o cancelamento dos protocolos de cooperação com universidades norte-americanas, a parceria acabou por ser renovada por mais um ano. Agora, terá de ser acertada com o atual Executivo. Pedro Arezes já teve a garantia de que é para continuar. Agora, é tempo de definir prioridades e alinhamentos, para que o MIT Portugal traga ainda mais impacto ao país. 17
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