negocios 38 Glintt é uma marca que o mercado já conhece há 15 anos. Durante década e meia cresceu através de aquisições, lançando novas ofertas e abordando setores diversificados. Daí resultaram várias marcas. De tal forma o grupo se desenvolveu que sobreveio a necessidade de se reconfigurar, por forma a evitar a fragmentação, do ponto de vista da sua arquitetura de marcas. Foi assim que a Glintt se passou a chamar Glintt Global e a partir dela nasceram duas submarcas: a Glintt Life e a Glintt Next. Miguel Leocádio, administrador-executivo do grupo, explica o que esteve na origem desta reestruturação: “Concluímos que a fragmentação que até há pouco existia acabava por não acrescentar valor e que podia mesmo criar alguma confusão junto dos clientes. Muitos conheciam- -nos meramente pelo que fazíamos na sua área, outros não percebiam como estava organizada a nossa oferta e quais eram as nossas apostas. Numa fase em que estamos num ciclo de acelerar o nosso crescimento, para entrar em novos clientes e em novas geografias, precisávamos de maior clareza sobre a dimensão que temos, por um lado, e as nossas valências e propostas de valor, por outro”. Com a nova arquitetura, as submarcas da Glintt Global e respetivas propostas de valor passaram a ser mais fáceis de explicar, o que em si mesmo é um fator importante de competitividade. A Glintt Global apresenta-se como uma grande empresa global nas tecnologias, nos serviços, nos produtos, nas geografias e também nas indústrias para onde aponta o seu foco. A Glintt Life, uma das duas grandes marcas comerciais que criou, dirige a sua atividade para o setor da saúde e, neste momento, é líder ibérica em Healthtech. Já a Glintt Next faz consultoria tecnológica multissectorial, em Portugal e Espanha, com foco na transformação digital das grandes empresas. Com esta reorganização Miguel Leocádio, que se encontra à frente dos destinos da Glint Next, considera ser agora “mais fácil estabelecer uma comunicação individualizada” para o segmento que pretende abordar e, ao mesmo tempo, não perde a ligação ao todo que é a dimensão da Glintt Global. A Glintt Next espera crescer, até 2027, em 70% no seu volume de negócios, o que corresponde a 42 milhões de euros A Glintt Next atua nos sectores mais corporativos das grandes empresas, em áreas como as telecomunicações, banca e seguros, energia, sector público e serviços. Tem também projetos em França, Benelux e América Latina. De acordo com Miguel Leocádio, a sua ambição é entrar em novas geografias, mas essencialmente na Europa Ocidental. ABSOLUTAMENTE IMPARÁVEIS “Temos um objetivo muito ambicioso que definimos para um ciclo que vai até 2027. Definimos um crescimento bastante acelerado, de cerca de 70% ao nível do nosso volume de negócios (o que corresponde a 42 milhões de euros)” – sem pestanejar, é assim que o principal responsável pelos destinos do Glintt Next fala dos planos da empresa para o futuro próximo. Apesar de elevada, a fasquia dos 70% não o assusta nem um pouco, porque tudo se vai passar de acordo com um plano em que acredita: “Esta estratégia passa essencialmente por três plataformas de crescimento: por um lado, queremos consolidar o nosso negócio em Portugal, crescer de forma mais assinalável o negócio em Espanha (temos um potencial de crescimento muito significativo) e existe uma terceira dimensão que é a da entrada na prestação de serviços a clientes noutros países europeus”. Neste momento a Glintt Next está em conversações com mais quatro países: Reino Unido, França, Suécia e Alemanha. O modelo que está a procurar desenvolver é o de joint ventures com empresas locais, por forma a abordar esses novos mercados num modelo de nearshore. O trabalho de expansão para estas novas geografias está em curso. No primeiro semestre deste ano esperam ainda formalizar as primeiras parcerias para iniciar a prestação de serviços a clientes nesses países. A ambição do crescimento em 70% não lhes dá tréguas, por isso a palavra de ordem é acelerar. E nem a eventual contração do mercado causada por fatores incontroláveis como uma guerra a decorrer na Europa por tempo indeterminado parece provocar apreensão. “Questões como essa cruzam-se com uma discussão que vem sendo recorrente, de resto muito interessante, que é a de como é que esse tipo de fatores afetam a
“Estamos muito satisfeitos com este movimento que fizemos recentemente. Está a ajudar-nos muito do ponto de vista da comunicação, no contacto com clientes, parceiros ou eventuais parceiros. A nossa mensagem para o mercado tem maior clareza”, afirma Miguel Leocádio evolução do investimento nas tecnologias digitais. E o que a realidade já nos mostrou é que, por exemplo, durante a pandemia os investimentos em tecnologia digital não seguiram uma relação totalmente proporcional com aquilo que são os ciclos económicos. Claro que há setores que estão com padrões de crescimento muito diferentes uns dos outros, mas nós acreditamos que – e os dados parecem demonstrar isso – o investimento em tecnologias digitais vai continuar a crescer todos os anos”, afirma Miguel Leocádio. Por vezes, não sendo totalmente proporcional aos ciclos de crescimento económico, que neste momento estão mais arrefecidos, o investimento em tecnologias digitais acaba por ser um pouco a alavanca e o suporte, o enabler, da criação de novos negócios, defende o gestor. De resto, na Glintt Next sabe-se que a procura na Europa se mantém acima da oferta: “Os países europeus continuam a ter escassez de talento para todos os projetos que pretendem fazer”. Essa circunstância reforça o papel das consultoras tecnológicas, habilitadas que estão a propor às empresas soluções que minimizem questões como a falta de recursos humanos. PROXIMIDADE É FUNDAMENTAL O mercado está a reagir bem à recente reconfiguração da empresa Glintt Global: “Estamos muito satisfeitos com este movimento que fizemos recentemente. Está a ajudar-nos muito do ponto de vista da comunicação, no contacto com clientes, parceiros ou eventuais parceiros. A nossa mensagem para o mercado tem maior clareza. E, claro, os bons resultados que temos tido também ajudam nesta nossa nova abordagem ao mercado”, confirma o líder da Glintt Next. A proximidade com os clientes, frisa Miguel Leocádio, é fundamental e uma das características mais distintivas da empresa. Para maximizar esta relação fez-se todo um reforço de equipas ao nível mais sénior, não só para as áreas comerciais, mas também para o acompanhamento técnico dos clientes. O que estes pedem é sobretudo soluções para a gestão de canais digitais e da 39
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