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COMUNICAÇÕES 247 - PEDRO DOMINGUINHOS O GUARDIÃO DO PRR

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apdc news JANTAR RESERVADO APDC COM AXIANS | RICARDO REIS “Ameaça de recessão não é culpa do BCE” Os juros na Europa só deverão voltar aos 2% no segundo trimestre de 2025. Até lá, há que controlar a inflação. Num cenário de novas relações entre blocos económicos, a China terá um papel determinante. Texto de Isabel Travessa Fotos cedidas “Voltar aos 2% (de juros na Europa) só será possível na segunda metade de 2025, mais de quatro anos depois do desvio inicial, o que me parece tarde”, antecipa Ricardo Reis 60 A AMEAÇA de recessão que paira sobre as economias europeias, que deverá ocorrer em 2024, não é culpa do BCE, mas sim da crise energética gerada pela invasão russa da Ucrânia e por todos os impactos subsequentes. Na sua origem estará também o pós-pandemia, porque a recuperação económica estava a acontecer de forma demasiado rápida. A perspetiva é do conhecido economista Ricardo Reis, que está otimista quanto ao recuo da inflação, mas não quanto aos juros. O professor na London School of Economics and Political Science, consultor académico do Banco de Inglaterra e da Reserva Federal de Richmond, e vencedor do prémio Yrjo Jahnsson, foi o orador convidado de um jantar reservado promovido pela APDC e pela Axians Portugal. Ricardo Reis, que também foi orador no 32º Digital Business Congress, desmistificou neste encontro preconceitos económicos e debateu estratégias de mudança. Assim, abordou temas como as tensões geopolíticas atuais, que condicionam cada vez mais a economia, a

quebra na confiança dos consumidores e empresas, a crise na habitação e a pressão salarial. E não tem dúvidas de que a posição geopolítica da China determinará o futuro das relações entre blocos económicos num cenário mundial. Relativamente à situação na Europa e perante cerca de 80 empresários que estiveram presentes, desmistificou a “culpa” do Banco Central Europeu na situação económica, com as suas sucessivas subidas das taxas diretoras para combater a alta inflação. Para Ricardo Reis, “quer queiramos quer não, esta será uma recessão ainda com origem no pós-pandemia. A recuperação foi demasiado rápida, a atuação do BCE demasiado lenta”, uma vez que só agiu em meados de 2022, quando deveria ter começado a implementar medidas de contenção da inflação no último trimestre de 2021. “Em 2024, quando a recessão chegar e for preciso baixar as taxas de juro, o BCE não o vai poder fazer pois ainda estará a combater a inflação, que cairá naturalmente. Voltar aos 2% só será possível na segunda metade de 2025, mais de quatro anos depois do desvio inicial, o que me parece tarde”, antecipa o economista. Numa conversa rica em múltiplos “A recuperação foi demasiado rápida e a atuação do BCE demasiado lenta”, considera o economista Ricardo Reis O economista com Sandra Fazenda Almeida, Diretora Executiva da APC, Rogério Carapuça, Presidente da APDC, e Pedro Faustino, Managing Director da Axians Portugal insights económicos, considerou que a atual situação que se vive na Europa teve na sua origem uma sequência de fatores externos e sucessivos: pandemia, quebra nas cadeias logísticas, crise energética e guerra. O Presidente da APDC considerou este encontro “um grande contributo para perceber o contexto macroeconómico”. Para Rogério Carapuça, “vivemos tempos de profundas transformações e de enorme imprevisibilidade”, cenário em que “é essencial refletir sobre as políticas e estratégias que estão a ser implementadas, para garantir que temos empresas e economias mais resilientes e à ‘prova de futuro’ e maior qualidade de vida para os cidadãos”. Tendo um país “uma oportunidade sem precedentes de mudança estrutural”, todos temos de refletir para “tomar decisões esclarecidas, em colaboração e em ecossistema”. Também Pedro Faustino, Managing Director na Axians Portugal, considerou que “não há milagres e a situação estrutural da economia portuguesa só muda se o país criar mais riqueza. Isso faz-se nas empresas. São elas que têm um papel fundamental a desempenhar, com o seu espaço de influência e com o ativismo económico. Tem sido para nós, por isso, um enorme privilégio promover estes encontros-debate com reconhecidas personalidades do pensamento económico. Precisamos definitivamente de mais pragmatismo na decisão e de mais ambição e rigor na execução”, conclui o gestor.• 61

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