em destaque 34 Era inevitável: foi aprovado a 9 de junho o diploma que vem regular o mercado de criptoativos em território europeu. O MiCA será aplicável a todos os Estados-membros a partir de 30 de dezembro de 2024. Com ele, e todo o pacote associado, Bruxelas foi, tal como aconteceu no RGPD, pioneira a nível mundial neste tipo de medidas. Que são aplaudidas por muitos, incluindo pelos players do setor, porque credibilizar é essencial, sobretudo depois dos mais recentes escândalos. Tudo dependerá da sua aplicação em concreto, que não deverá travar a inovação e o desenvolvimento da criptoeconomia. O ano de 2022 foi uma espécie de ‘annus horribilis’ para o mundo dos criptoativos. O colapso de gigantes como a Terra, 3AC, Celsius, FTX ou a BlockFi, numa derrocada em cadeia, colocou esta indústria no centro de todos os escrutínios. Falou-se numa espécie de destruição criativa, para separar ‘o trigo do joio’, e de ‘inverno cripto’. Houve até quem vaticinasse o fim deste jovem setor, que surgiu por volta de 2008, quando a tecnologia permitiu a criação da primeira criptomoeda, e a mais relevante e famosa desde então, a bitcoin. A verdade é que a criptoeconomia continua florescente e de boa saúde e as criptomoedas são transacionadas um pouco por todo o mundo, mesmo depois dos colapsos na banca norte-americana de várias instituições ligadas a este mercado, já nos últimos meses. A procura é tanta que, em maio, a bitcoin já apresentava uma valorização de mais de 70%. Mas, em paralelo, a necessidade de regulação sobre este mercado tornou-se inevitável. “Há, claramente, interligações dentro do ecossistema entre um conjunto de entidades. Uma das conclusões que se retirou do ano passado é que muitos dos projetos estavam ligados entre si, pelo que o colapso de um acabou por desencadear uma reação de rede, que ficou muito visível. A verdade é que ninguém espera que este processo de construção da criptoeconomia já tenha terminado. Provavelmente, existirão mais casos de entidades que se achava que eram de confiança, credíveis e com projetos sólidos, que garantiam os ativos, Os ecossistemas das cripto e da própria web3 e blockchain continuam à procura da sua identidade que ainda vão falhar”, antecipa Jorge Silva Martins, da CS’Associados. À PROCURA DA IDENTIDADE Para o responsável pela área de prática de Tecnologia, Dados e Inovação Digital da sociedade de advogados, “o ecossistema das cripto e o próprio ecossistema da web3 e blockchain continuam à procura da sua identidade, que tem sido muito alterada e ajustada ao longo dos anos”. Agora, passará a depender cada vez mais da “pressão regulatória”, que será exercida sobre este mercado. Como explica, “até agora conseguiu-se montar um ecossistema relativamente descentralizado e à margem de alguma regulação, sobretudo do setor financeiro e bancário. O que está em causa, quando falamos em cripto e blockchain, é a promessa de devolver novamente aos utilizadores os ideais da internet original: muito descentralizada, peer to peer, aberta e democrática”, em resposta a uma internet que estava cada vez mais centralizada, controlada e concentrada, com a entrada das big tech e um “modelo de negócio assente em publicidade e dados dos utilizadores, ocupando o centro do ecossistema digital com as suas plataformas”. “O grande encanto e fascínio desta suposta web3, como lhe têm chamado, e das cripto, é devolver de novo o poder aos utilizadores. Permitir que possam participar ativamente na construção do ecossistema. Que possam até, com a tokenização, ser proprietários de uma parte da comunidade e não apenas destinatários de publicidade. Mas este mercado tem agora um momento incontornável, o da pressão regulatória. A evolução vai depender muito do modelo regulatório implementado”, acrescenta. Pedro Borges, co-founder e CEO da Criptoloja, a primeira fintech portuguesa de compra e venda de criptomoedas registada no Banco de Portugal, na sequência da entrada em vigor, em 2020, da lei que transpõe para o ordenamento jurídico nacional a diretiva europeia de combate ao branqueamento de capitais e ao financiamento do terrorismo, diz que o mercado já estava em
Pragmático, Jorge Silva Martins, responsável pela área de prática de Tecnologia, Dados e Inovação Digital da CS’Associados, adverte: “Ninguém espera que este processo de construção da criptoeconomia já tenha terminado” correção mesmo antes dos colapsos de 2022 e desdramatiza a situação: “Obviamente que estes momentos não foram bons. Estamos a falar de pessoas que utilizaram o setor para fazer vigarices. Correu mal. A crise da criptoeconomia resultou de fraudes feitas por pessoas, como acontece nas demais indústrias. Não foi uma crise da tecnologia ou uma falha que, isso sim, seria extremamente grave. E mesmo que tivéssemos outro nível de regulação, poderia acontecer. Se há indústria que é regulada é a financeira, e falências não faltam. Não faz sentido usar o argumento da falta de regulação, por ser um mundo à parte”, assegura este responsável. O gestor admite que a corretora passou por momentos muito difíceis, sobretudo pelos entraves colocados pela banca nacional na abertura de contas, que inviabilizaram a operação, e diz que se não fosse a entrada para o capital “dos nossos sócios brasileiros, provavelmente não teríamos sobrevivido”. Refere-se aos brasileiros da 2TM, que gere a maior plataforma de criptomoedas da América Latina, que ficou com a maioria do capital da empresa no ano passado (acabam de alterar o nome da Criptoloja para Mercado Bitcoin). Assegurando que ainda hoje “o grande desafio continua a ser os bancos”, não poupa críticas a esta situação: “Num país que criou regulação específica e que permite que a empresa esteja em atividade, é uma completa subversão do sistema. E só há três razões para isto, não vejo mais nenhuma: incompetência para perceber aquilo com que estão a lidar; preguiça, pensando que se é cripto vai dar chatice, e mais grave, falta de confiança no regulador. Os bancos sabem que somos regulados exatamente pela mesma entidade que os regula a eles e, de certeza, de forma ainda mais minuciosa. Mas devo dizer que se há entidade com quem as coisas têm corrido muito bem é com o Banco de Portugal”. A fintech continua, para já, a dedicar-se apenas ao mercado dos particulares, “basicamente por uma razão: o compliance em empresas é tão pesado, que preferimos não abrir contas. Mas não há impedimento legal”. O principal perfil de clientes é, normalmente, de quem percebe pouco deste mundo, mas “que chega por causa da bitcoin, a principal moeda e a mais antiga, que é uma reserva de valor absolutamente incrível. 35
PROGRAMA DIA 9 MAIO HYPOTHESIZING T
Pedro Siza Vieira Presidente, 32°
TOKENS AND THE CREATION OF ECONOMIC
Hugo Bernardes Managing Partner, Th
Bruno Martinho Managing Director, A
THE FUTURE OF EURO DIGITAL Ricardo
Filomena Rosa Presidente, Instituto
THE STATE OF THE NATION OF MEDIA Ka
1st DAY CLOSING SESSION DIA 10 MAIO
ECONOMICS IS ALL ABOUT DISRUPTION?
Catarina Bastos Defence Account Man
Luís Antunes Professor Catedrátic
ADVANCEMENTS IN AUTONOMOUS DRIVING
José Rivera CTO, Vantage Towers Nu
CLOSING SESSION Ana Figueiredo CEO,
Lounge: Um espaço diferenciador e
ede | Nokia convida FCCN; • Metav
120 32º Digital Business Congress
122 32º Digital Business Congress
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126 32º Digital Business Congress
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