management 46 de passar pela diferenciação, com uma aposta forte na tecnologia. “Não somos uma economia que consiga massificar, não temos condições para tal. Por isso, temos de trabalhar a qualidade. Temos bons exemplos de empresas que exportam para o mundo, aportando qualidade”, destaca. INSATISFAção sobe, receios ainda mais Há outro fator que representa um novo entrave à contratação de talento: os profissionais começam a mostrar que não estão dispostos a mudar de emprego. O Guia da Hays mostra que a disponibilidade para uma mudança de emprego de 70% dos empregados, acusa uma queda de 4% face a um ano antes. Na área das TI, é de apenas 59%. Em paralelo, os profissionais nunca estiveram tão insatisfeitos. No top 3 de razões para terem avançado com uma mudança de emprego em 2022 foram apontadas a falta de progressão de carreira (para 66%); o salário reduzido (56%); e a falta de oportunidades de desenvolvimento/formação (48%). E, de uma forma geral, todos os entrevistados se mostram insatisfeitos com os seus empregadores em termos de perspetivas de progressão (68%), prémios de desempenho (67%), salário (63%), formação (56%) e comunicação interna (55%). Esta aparente contradição pode ser explicada pelo atual momento que se vive na Europa, que está a ter fortes impactos na vida das pessoas. “A instabilidade é cada vez maior e deixámos de jogar entre o certo e o incerto. O ano de 2022 foi de ressaca da pandemia, de início da guerra e de novas incertezas. Os profissionais estão insatisfeitos, mas também não antecipam que uma mudança possa ser proveitosa”, explica o gestor. “Todas as incertezas trazem paradoxos aos profissionais. Há oportunidades de mercado, mas qual é o risco real da mudança? No final do ano passado, com a crise das criptomoedas, tivemos muitos profissionais que ficaram traumatizados e querem agora mais estabilidade”, acrescenta. Resultado: a contratação de talento qualificado está cada vez mais complexa e difícil. O caminho terá de passar por uma aposta estratégica e crescente na requalificação de pessoas, com reskilling e upskilling. “A capacidade de adaptação orgânica do Ensino Superior ao que são as necessidades das empresas tem de ser, A grande novidade é que os profissionais agora começam a mostrar que não estão dispostos a mudar de emprego cada vez mais, um imperativo. Não podemos continuar a trabalhar com três anos de formação académica para ter, no final, pessoas sem competências que sejam valorizadas pelo mercado. Não faz sentido”, diz. Para este responsável, o país tem profissionais muito qualificados e muito maduros, mas não em quantidade suficiente: “Tem de haver um trabalho conjunto entre a sociedade civil, governo e empresas, para criar condições para que todos tenham acesso a formação e novas competências. A ideia de um trabalho para a vida desapareceu e temos de estar sempre a evoluir”. E exemplifica: “Alguns dos melhores profissionais de analytics vêm das áreas da contabilidade e da matemática, que nunca sequer estiveram relacionados com as tecnologias. Com uma requalificação, tornaram-se extremamente relevantes para o mercado de trabalho”. Uma alternativa é a atração de talento estrangeiro para o país, nomeadamente do Brasil. Outro desafio identificado no estudo são as discrepâncias entre as expetativas dos empregadores e do talento e os pontos que ambas as partes valorizam. No caso da oferta salarial e do plano de carreira, a percentagem de profissionais que os valorizam é muito superior à de empregadores que dizem estar entre os pontos fortes para a atração e retenção de talento. Nos benefícios, prémios de desempenho e planos de formação, a situação é similar. Já fatores considerados relevantes para os empregadores, como a dimensão da empresa, o prestígio no mercado e o ambiente familiar, são pouco valorizados pelos profissionais. “Os temas da cultura e da comunicação são muito importantes dentro de uma organização. O problema é, muitas vezes, a diferença entre a mensagem passada pelas chefias e a perceção dos profissionais, o que leva à criação de entropias e enviesamento dos processos de comunicação. Uma correta gestão de recursos humanos é crítica e é um dos principais desafios que as empresas têm em Portugal. Durante muitos anos, olharam para as pessoas como um custo e não como o principal ativo das empresas”, comenta Gustavo Rodrigues. Para quem o caminho terá de ser de aprendizagem. Para o talento e para as empresas.•
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