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COMUNICAÇÕES 245 - O Ímpeto Reformista de Pedro Tavares

Fomos ver o que está a acontecer na Justiça, num À CONVERSA com o secretario de Estado da Justiça. À frente de uma das áreas mais difíceis há um ano, Pedro Tavares diz que o dinheiro do PRR dá ao país uma oportunidade única. E são muitas as mudanças em curso, através do digital e da tecnologia, com os desafios a atropelarem-se todos os dias. E está preparado para a tarefa hercúlea. O novo ChatGPT está EM DESTAQUE, já que veio provocar um terramoto na IA, com a análise de quem está dentro do tema. Há um NEGÓCIO que promete revolucionar tudo nos media: falamos da web3. No MANAGEMENT, fica claro que a procura de talento vai aumentar e que os profissionais têm menos vontade de mudar, apesar de estarem mais insatisfeitos do que nunca. Fomos ainda fazer 5 PERGUNTAS a Nuno Silva, o novo head of Hybrid and Multi-cloud da Devoteam. E convidámos Bruno Santos, executive director da Capgemini Engineering, para o ITECH.

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management 44 Estas são as principais conclusões do Guia Hays 2023, que faz uma análise das motivações e preferências das empresas e profissionais em termos de emprego e de salários. E não surpreendem, tendo em conta que depois dos anos de pandemia, verdadeiramente disruptivos, estão de regresso as tendências que já se verificavam em 2019. “Continua a existir uma enorme necessidade do lado das empresas em recrutar perfis qualificados que lhes tragam competitividade, a par de uma forte carência de profissionais para colmatar essa necessidade. Este desequilíbrio é uma tendência que se mantém e que se vai agravar. Estamos em 2023 e 2030 está ao virar da esquina. Pelo que se sabe, será um ano de grandes mudanças em todas as áreas, como na mobilidade, digital ou green economy. As empresas têm, desde já, que se preparar e ajustar para as novas circunstâncias”, começa por alertar Gustavo Rodrigues, senior business manager da Hays. Acresce que 2022 trouxe uma série de novas incertezas, na sequência da invasão russa da Ucrânia, com a ameaça de recessão das economias, o disparar da inflação e as novas disrupções nas cadeias de valor. “Tudo isto representa um novo paradigma, traz novas necessidades e uma nova visão. Por isso, há que recentrar atenções e criar autossuficiência dentro das organizações”, explica Gustavo Rodrigues. As três principais áreas onde se registam maiores dificuldades de contratação são as tecnologias de informação, engenharias e comerciais. Um top 3 que está diretamente relacionado com a “necessidade de inovação e a resiliência das empresas na componente digital, para criarem novas soluções, tecnologia e os produtos adequados para se manterem relevantes”. Porque não existem soluções “one size fits all” e o atual cenário macroeconómico e internacional é desafiante, “as organizações têm, cada vez mais, de ser autossuficientes”, sendo esta uma tarefa complexa no mercado nacional, já que o tecido empresarial é composto em mais de 99% por PME. Estas “terão de se atualizar, digitalizar, criar soluções e novos produtos. Senão, tornam-se irrelevantes”, avisa. Sendo a Hays uma empresa de recrutamento e soluções de recursos humanos que atua em todos os se- A concorrência de empresas internacionais com centros de excelência no país continua a aumentar tores de atividade, “porque todas as empresas se estão a digitalizar”, a sua experiência de mercado mostra que não se registou qualquer abrandamento no recrutamento tecnológico. Nem mesmo os significativos despedimentos anunciados pelas big tech nos últimos meses, numa resposta à conjuntura atual, estão a afetar esta tendência. Bem pelo contrário. Resiliência na INSTABILIDADE Os dados do relatório, baseados nas respostas de 3.139 profissionais qualificados e 842 empregadores a um inquérito anónimo online realizado em outubro último, revelam que, pelo terceiro ano consecutivo, as organizações consideraram 2023 um ano desafiante. Ainda assim, o cenário foi de relativo crescimento e estabilidade, com um mercado de trabalho escasso em talento qualificado e uma concorrência ainda mais aguerrida. Dos empregadores consultados, 54% diz que os resultados da sua empresa estiveram em linha com as expetativas, sendo que 31% ultrapassaram mesmo o previsto, sendo este o valor mais alto desde 2019, com um reforço de cinco pontos percentuais face a 2021. Apenas 15% reportaram resultados abaixo das expetativas (19% um ano antes). Confirmando estes dados, 88% dos empregadores contrataram talento, 48% promoveram colaboradores e 39% subiram os benefícios. Só 32% efetuaram despedimentos (o segundo valor menos elevado desde 2015) e 2% reduziram benefícios. Entre os principais motivos de despedimento, 47% aponta a baixa performance dos colaboradores e 30% a necessidade de reestruturação de equipas. Já a quebra de volume de negócios em contexto de pandemia levou a que apenas 11% dos empregadores despedissem. Um ano antes, tinham sido 23%. Para este ano, as perspetivas também não são as melhores, uma vez que a guerra na Europa continua a impactar fortemente as economias. Mesmo assim, 26% das empresas abrangidas pelo estudo mostram- -se neutrais, enquanto 25% se sentem mesmo otimistas. Cerca de 58% está positiva quanto à evolução do negócio e só 7% acredita que os níveis de atividade vão diminuir.

Curiosamente, e refletindo uma “perspetiva de surpreendente resiliência perante um panorama económico instável”, como se refere no Guia Hays, cerca de 82% dos empregadores pretendem contratar este ano, em linha com anos de crescimento como 2018, 2019 e 2020 e apenas menos dois pontos percentuais face ao recorde de 2022. Sendo que 81% pretende contratar colaboradores em regime permanente,17% temporários e 7% freelancers e contractors. Concorrência a DISPARAR Mas os planos de contratação podem revelar-se particularmente desafiantes. Logo à partida porque a concorrência de empresas internacionais com centros de excelência no país continua a aumentar. Em 2022, segundo dados da AICEP, registou-se um novo recorde de novos projetos (47%) sendo 66% centros de competências de engenharia e desenvolvimento de software, e a expetativa para este ano é que este número aumente ainda mais. “Não existe, neste momento, capacidade de resposta em termos de profissionais com talento para aquilo que são as necessidades. As empresas vêm para cá, e vão continuar a vir, porque conseguem garantir uma maior competitividade a vários níveis, face a outros mercados que são concorrentes diretos, como a Roménia, Polónia, República Checa e Hungria”, explica Gustavo Rodrigues. As multinacionais que investem no país vêm “criar centros de competência e de excelência para desenvolver projetos com valor acrescentado para os mercados externos. Trazem políticas, culturas e salários que trazem uma dinâmica diferente ao mercado”, a que acresce a concorrência de grupos estrangeiros que estão a As multinacionais que investem no país “trazem políticas, culturas e salários diferentes, que aquecem ainda mais o mercado”, comenta Gustavo Rodrigues, senior business manager da Hays contratar diretamente no país, em formato remoto, na área tecnológica. O responsável da Hays admite que essa “é uma realidade muito comum: o profissional está em Portugal a trabalhar para uma empresa de outro ponto do mundo. É mais um ponto de pressão, a juntar às dificuldades em contratar, à escassez de profissionais com as qualificações necessárias e ao investimento direto estrangeiro”. Um cenário que “torna tudo ainda mais desafiante para as empresas portuguesas”, que não têm capacidade para acompanhar os valores praticados pelos concorrentes estrangeiros. Por isso, o caminho terá 45

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