negocios Há divórcios felizes Nem todas as cisões têm de ser problemáticas. A que esteve na origem da criação da Kyndryl, um spin off da IBM, não podia ter corrido melhor. Texto de teresa ribeiro Fotos de vítor gordo/syncview e iStock 40
Ricardo Martinho, presidente da IBM Portugal, sorri da expressão divórcio quando aplicada a esta separação e corrige: “Acho que, mais do que um casal, éramos dois irmãos que foram viver para países diferentes. Falamos na mesma, queremos continuar a dar-nos bem, mas claro que os irmãos vão fazendo a sua vida”. Este tom desapaixonado reflete a tranquilidade que se verificou em todo o processo que ditou a autonomização da Unidade de Gestão de Infraestruturas da IBM, um departamento que já era muito antigo na organização. O porquê desta decisão tem a ver com uma mudança estratégica decidida pela corporação a nível global: “A IBM resolveu focar- -se mais na área tecnológica. A bem dizer, foi quase um regresso às origens: sempre fomos conhecidos pela tecnologia que criávamos – e criamos – mas, ao dispersarmos o nosso modelo de negócio para as áreas de gestão e infraestruturas, estávamos a ficar mais focados na gestão do próprio contrato e do próprio serviço do que propriamente na tecnologia e isso começou a sentir-se. Na verdade, a IBM não estava a transmitir tudo o que ia realizando a nível tecnológico”, explica o gestor. Este processo, diz Ricardo Martinho, teve na compra da Red Hat (uma empresa da área da hybrid cloud) o seu ponto de ignição: “Fizemos essa aquisição, transformámos aquilo que era a nossa tecnologia face a esse desafio, para conseguirmos ser uma empresa tecnológica focada no que são os princípios da cloud híbrida e da inteligência artificial”. 41
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