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1 year ago

COMUNICAÇÕES 244 - Missão: refundar a rede SIRESP

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a conversa 22

a conversa 22 satisfação por um objetivo atingido. A satisfação é algo que não pode ser confundido com uma vitória. Vitória, eventualmente, poderemos sentir quando tudo estiver a funcionar corretamente na rede SIRESP, com os processos consolidados e a tecnologia instalada no sítio certo, conforme o planeado. Quando se fará a implementação do novo sistema de rede? Durante o próximo ano. 2023 perspetiva-se pleno de desafios: acaba o concurso e inicia-se a implementação dos vários lotes, com o foco principal a residir na engenharia dos sistemas e na transformação orgânica, que trará o reforço necessário à internalização de competências e ao aumento da capacidade da rede. Cada meta alcançada traz satisfação, sempre mitigada pela noção de que ainda há muito por fazer. Os 150 milhões de investimento que o governo anunciou no lançamento do concurso para os próximos cinco anos são suficientes para implementar a rede que ambiciona? Permita-me uma correção: 150 milhões era o orçamento anteriormente aprovado, tendo por base um horizonte temporal de cinco anos. Com o lançamento do concurso internacional, o valor foi reduzido para 75 milhões. Apesar do reforço dos recursos humanos não estar coberto por esta verba, existe uma estimativa que deixa o valor que vier a ser atingido muito aquém do que estava inicialmente definido. E o concurso – sem querer antecipar o seu resultado – vai permitir melhorar ainda mais este diferencial positivo, contribuindo para reforçar a defesa do interesse público. Uma das áreas é a criação de um centro de operações de segurança. Está muito preocupado com acidentes de segurança? Neste momento não estou muito preocupado, mas estou consciente dos desafios que se colocam hoje à proteção das infraestruturas essenciais e aos serviços de natureza crítica. Tudo o que esteja ligado em rede é passível de ser atacado ou ser afetado por um acidente. Por esta razão, a resiliência física e lógica de uma rede como o SIRESP deve ser testada aos limites. A rede SIRESP é, neste momento, uma rede segregada. Tem dupla autenticação, mas é uma rede e, como tal, está sujeita a ameaças e tem de enfrentar múltiplos riscos. Qualquer rede crítica, face à evolução do ecossistema digital, tem de ter obrigatoriamente um centro de operações de segurança, responsável pela sua cibersegurança. O que tem aprendido com a guerra da informação a que assistimos entre a Ucrânia e a Rússia? Veio provar que aquilo de que se falava no abstrato, existe e se materializa no concreto. O paradigma da guerra está em mutação há uns anos, mas agora precipitou-se e esta guerra tem vindo a revelar-se um cenário de testes. Observamos uma utilização intensiva de drones, de aeronaves não tripuladas, de ações de propaganda para influenciar a mente das pessoas, de mensagens falsas, que provocam desinformação mas que, pela sua natureza e intencionalidade, também afirmam narrativas. Este tipo de ações tem a ver com a guerra da informação. A infraestrutura de comunicações da Ucrânia desapareceu, foi refeita do zero, com a ajuda da Starlink, que é neste momento uma infraestrutura ad-hoc que não existia. Ocorreu até, numa fase inicial do conflito, um ciberataque sobre a Starlink, mas esta rede de comunicações via satélite conseguiu, em tempo útil, repor o serviço. Este episódio revela bem a importância da resiliência das comunicações – não foi por acaso que introduzimos esse cenário no SIRESP Tech Days. Está tudo ligado. Isto para si, que é especialista na área, deve ser apaixonante Sim, sem dúvida. E atenção, não se trata de um fim de história. Surgem novos caminhos e ainda não parámos. Esta evolução vai trazer, para lá da guerra da informação, a guerra cognitiva. Quer desenvolver? A guerra cognitiva passa pela capacidade de começarmos a instalar na mente das pessoas ideias, em vez de lhes enviarmos apenas mensagens. De alterar não só a informação que chega aos decisores, mas também as próprias perceções e valores estruturantes de um grupo ou sociedade. Mas isso já está a acontecer. Sim, já está. As narrativas que se estão a desenvolver são mensagens cognitivas. As próprias infraestruturas de rede vão-se adaptando de forma a dar suporte ao desenvolvimento de redes cognitivas. Neste novo contexto, quando começarmos a procurar informação, não é o texto da mensagem (a sintaxe) que vai ser procurada. É a sintaxe dentro de um contexto. Já existem muitas ferramentas que tornam possível atingir este objetivo. Na prática, isto significa que estamos a procurar ideias ou até associações de ideias. Este é um caminho para a construção de narrativas e para a competição de ideias. É assustador... Ah pois é. Mas é também um campo de investigação fantástico.•

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