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COMUNICAÇÕES 243 - Digitalizar é a sua password

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À CONVERSA - Mário Campolargo acredita que o futuro se faz com passos SIMples; EM DESTAQUE - 31º Digital Business Congress: o balanço; NEGÓCIOS - Como se vai reposicionar o mercado depois do crash das criptomoedas?; MANAGEMENT – Não há revoluções sem dor; 5 PERGUNTAS a Andrés Ortolá, diretor-geral da Microsoft; I TECH - Ricardo Martinho, presidente da IBM; CIDADANIA - Um modelo de recrutamento muito à frente

58 “Para se ter a

58 “Para se ter a capacidade de pensar como um inventor, tem que se refletir nos temas que precisam de ser resolvidos com a inovação digital e a transformação. O que nos permite crescer e fazer mais experimentação” “O futuro não é um cenário longínquo. O amanhã é já hoje, está a moldar a next thing. Tenham ideias, acelerem e tomem medidas que tornem a vossa organização maior, mais rápida e mais forte. E, claro, mantendo as pessoas no coração do progresso digital” inêS lyncE, co-diretora do Programa cmu Portugal “O nosso potencial é o talento e a criatividade típica da juventude, juntamente com a irreverência. Temos todos os ingredientes de que precisamos dentro de portas. O digital é o futuro e as tecnologias e engenharias estão no futuro” “A história da IA já teve vários invernos e estamos agora numa explosão. A questão é onde é que isto vai levar. Os métodos que estamos a usar são da década de 50, mas melhorados. O que é extraordinário, pois o que faltava era capacidade computacional e o exponencial de dados que temos hoje” “Na IA sabemos quais os riscos e as barreiras, mas também o seu impacto positivo. Temos de a ver não como um mal, mas como uma oportunidade. Mas com regras. Vamos cair na realidade e perceber os seus limites. E isto não se vai resolver de repente” brUno cASAdinho, managing director, caPgemini engineering “O driver para a inovação assenta em três áreas: semicondutores, comunicações e capacidade computacional, onde temos as aplicações e algoritmos de IA. Há um backbone que liga isto tudo, o software. Está em tudo” “O digital permite que os grandes investidores em I&D consigam fazer as suas escolhas de centros de competências. Portugal poderá ter – já está a acontecer – uma estratégia de captação massiva de centros de produção de software. O nosso papel é passarmos de um país de prestação de serviços, para um país de geração de produtos em software” “O 5G não é apenas mais uma geração de comunicações movéis, mas a maior plataforma de inovação que vamos ter ao nosso dispor no futuro. Precisamos de criar um ecossistema onde trabalhemos juntos no seu desenvolvimento, criando em conjunto valor para os negócios” WHY ECONOMICS NEEDS A MORAL DIMENSION PEdro FAUSTino, managing director da axians Portugal “O capitalismo tem sido o sistema económico que mais riqueza tem criado e que maior progresso social tem assegurado. Tem, todavia, descarrilado de vez em quando e não funciona em piloto automático” “Têm-se instalado em alguns países capitalistas alguns desequilíbrios de riqueza e educacionais e até mesmo de falta de esperança no futuro. Estes desequilíbrios são o pasto farto para o populismo que tem vindo a surgir e a crescer” “A liderança económica de que precisamos está nos atores empresariais, antes de tudo. As empresas são comunidades de pessoas, capazes de criar uma moral e de assegurar a proximidade das pessoas e a criação de um propósito comum. É também nas empresas que a meritocracia deve viver” DEMOCRACY IN THE DIGITAL ERA KNS dAniEl innErAriTy, Professor de filosofia Política e social “Os humanos navegam em situações de ambiguidade porque têm em conta o contexto. Algo que é difícil para os algoritmos ou a análise de dados, porque a racionalidade digital não tolera a variedade e a ambiguidade do fenómeno social e diminui a complexidade através da redução das formas de conhecimento” “Humanos e sociedades vivem em confusão e incerteza e têm que tomar as suas decisões tendo em conta o pluralismo e a diversidade de valores e opiniões que caracterizam uma sociedade democrática. A política faz-se com tudo o que se sabe no momento, mas quando ainda não é inteiramente claro o que deve ser feito” “A compatibilidade entre democracia e IA depende dos políticos. Tem de ter em conta o contexto onde fazemos, com algoritmos, expondo-a à contestação e crítica. A crescente tecnicização dos temas políticos deve ser contrabalançada pela politização dos procedimentos técnicos. A democracia é um sistema político que não fecha as possibilidades de reflexão e mudança das realidades institucionais” GrAçA FonSEcA socióloga e Política “Vivemos tempos em que tudo dura muito pouco tempo e é muito intenso. A atenção humana é reduzida, a capacidade está completamente esgotada e é impossível processar tanto conteúdo. Esse é o novo contexto onde a democracia vive e é um desafio”

“Temos de trazer o futuro para dentro do que é o sistema político, com uma governação antecipatória. A pandemia demonstrou que, de um dia para o outro, milhares de milhões de pessoas ficaram em casa, tudo parou. Reagimos perante o risco do já, mas somos incapazes de o fazer para o amanhã. Só que amanhã é já” “No espaço digital, onde vivemos mais de metade da nossa vida, ninguém manda. E isso é algo que necessita de alguma regulação e uma perspetiva de corresponsabilidade, o que é difícil numa sociedade individualista. Temos que perceber que todos somos responsáveis por aquilo que vierem a ser, no futuro, as nossas democracias” Miguel Poiares Maduro, Professor Universitário e Político “Temos uma democracia mais desintermediada, pois o papel dos que intermediavam a relação entre pessoas e poder está a diminuir. É muito apelativo, pois podemos participar nas decisões de forma direta e rápida e escrutinar. Mas a verdade é que altera os processos de decisão política e a forma como tomamos decisões” “O acesso generalizado e fácil à informação cria-nos a ideia falsa de que a informação se traduz em conhecimento. Mas os editores da democracia estão a ser substituídos por algoritmos, que têm critérios diferentes. São guiados por objetivos de monetização e modelos de negócio associados às plataformas digitais” “Sabemos que a democracia não funciona sem liberdade e que a verdade se apura através do pluralismo. Mas o digital não é o faroeste total. Sempre tivemos regulação e a questão é como criamos uma arquitetura no novo espaço público das redes sociais, que salvaguarde os mesmos princípios e equilíbrios” CYBERSECURITY AND DIGITAL SOVEREIGNTY KNS Sir Alex Younger, Ex-líder do MI6 “No tema das ciberameaças, não são os computadores que atacam as pessoas, mas pessoas que atacam pessoas. Todas vivem no mundo real. É a dimensão humana que interessa, acima de tudo. As ameaças e oportunidades da tecnologia têm que ser pensadas em torno das pessoas e das máquinas” “Vamos ter um mundo com duas tecnosferas e isso é um desafio para pessoas, empresas e modelos de negócio. Mas não devemos fugir a isto. Assistiremos a um aumento de competição geopolítica entre Estados, que será mediada através da tecnologia. Por isso, a cibersegurança está a tornar-se num elemento cada vez mais importante nas relações entre Estados” “Os governos devem tentar criar uma framework comum e reagir em conjunto a ciberataques de forma mais rápida. E a grande vantagem do ocidente é a sua capacidade de trabalho em equipa e de partilha de dados, que faz de nós uma força mais forte” António Gameiro Marques, Diretor-geral do Gabinete Nacional de Segurança (GNS) “Os nossos números revelam que a partir do momento em que entrámos em lockdown, os problemas de cibersegurança aumentaram. A ciberfraude foi o tipo de incidente que mais cresceu” preparadas. No primeiro, conseguem recuperar rapidamente e não perdem informação. As empresas do segundo grupo demoram muito tempo a recuperar e sobretudo perdem informação para sempre” “A UE não tem soberania digital. Estamos a trabalhar para a ganharmos através da regulação e certificação de produtos, mas não temos, por exemplo, um prestador de cloud próprio nas dez primeiras empresas mundiais. Guardamos os nossos dados em service providers que não são europeus” Pedro Barbosa, Head da SIBS CyberWatch e CEO da Multicert “Vivemos num mundo de grande transformação. Os dois últimos anos implicaram uma mudança de paradigma e as organizações tiveram que fazer um grande esforço de adaptação. A segurança não acompanhou esta mudança. Houve muitas PME que avançaram para o ecommerce sem estarem preparadas” “As organizações tiveram que fazer ações em tempo recorde. A curva de suporte de segurança não acompanhou as mudanças, o que abriu oportunidades para serem exploradas pelos hackers” “Passámos de um momento de transformação para um de novos desafios, graças ao novo contexto geopolítico. As bombas sobrepuseram-se a tudo, mas os ciberataques continuam a acontecer e têm tendência a aumentar. Há Estados com motivações políticas e financeiras que permitem esperar um aumento das ameaças” “Dividimos as empresas em Portugal em dois grupos distintos: um que conta com organizações bem preparadas e outro com organizações mal 59

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