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1 year ago

COMUNICAÇÕES 243 - Digitalizar é a sua password

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À CONVERSA - Mário Campolargo acredita que o futuro se faz com passos SIMples; EM DESTAQUE - 31º Digital Business Congress: o balanço; NEGÓCIOS - Como se vai reposicionar o mercado depois do crash das criptomoedas?; MANAGEMENT – Não há revoluções sem dor; 5 PERGUNTAS a Andrés Ortolá, diretor-geral da Microsoft; I TECH - Ricardo Martinho, presidente da IBM; CIDADANIA - Um modelo de recrutamento muito à frente

a conversa “Um dos

a conversa “Um dos futuros possíveis que imaginei para mim depois da reforma era fazer, com a Maria Manuel (Leitão Marques) e outros amigos, projetos em África e na América Latina, continentes de alto potencial. Trabalhar a dimensão da relação entre os povos. Via-me a reinventar-me, a fazer outras coisas” 16

É um homem do mundo que esteve fora do país desde 1990. Como está a ser o regresso? Um banho de alegria? O regresso a Portugal é, de facto, um banho de alegria. Sempre acalentei a ideia de que, quando me reformasse, gostaria de retribuir à sociedade algum do investimento que ela fez em mim. Para materializar este desejo, não há melhor forma do que esta. Que forma? Assumir a função de secretário de Estado? Fazer uma reflexão, atuante, e preparar, de entre os potenciais futuros de um Portugal digital, um que seja inclusivo, seguro e potenciador de valor acrescentado na dimensão social e económica. Identificar um futuro de modernidade para Portugal. Ao fazer isso estou também a investir nos meus netos, que era uma preocupação que tinha. Está a definir o futuro no qual os seus netos vão viver. É isso? Precisamente. Criando esse futuro digital de forma consistente e articulada, contribuo para um melhor desígnio para Portugal. Mas este convite para ser secretário de Estado da Digitalização e da Modernização Administrativa deve ter- -lhe trocado as voltas. No jantar da APDC confessou que a sua ideia, agora que se preparava para a reforma, era parar para refletir, escrever um livro, desfrutar dos netos... Há caminhos na vida que se potenciam de forma extraordinária. Estou grato a esta oportunidade, porque assim consigo fazer tudo o que na verdade ambicionava. O trabalho que vou desenvolver no governo será um enriquecimento para mim. Este convite dá-me muita alegria e enorme responsabilidade. Escrever o livro terá de ficar para depois e os netos desfruto sempre que posso. Agora que estou em Portugal é mais fácil… E onde fica o seu sonho de criar, com a sua amiga Maria Manuel Leitão Marques, a associação para intervenção em África na área do digital? Fica na gaveta? É um sonho adiado? Um dos futuros possíveis que imaginei para mim depois da reforma era fazer, com a Maria Manuel e outros amigos, projetos em África e na América Latina, continentes de alto potencial. Trabalhar a dimensão da relação entre povos. Via-me a reinventar-me, a fazer outras coisas. Mas o que é bonito é que, como secretário de Estado destas áreas, terei oportunidade de concretizar vários projetos com os países de língua oficial portuguesa. Essa interação, essa ajuda, vai acontecer. Esse vai ser um dos meus esforços nesta legislatura. Fale-nos do rapaz da Gafanha de Aquém (a sua aldeia tem um nome fascinante)… como é que ele era?… Os habitantes da Gafanha de Aquém querem ir mais além. Há várias Gafanhas e para se chegar a todas elas temos sempre de atravessar um rio. Tal como os portugueses de antigamente, eu também tive de ir para a outra margem para ganhar mundo. O que foi marcante na sua infância para se ter tornado um ilhavense de quem sempre se esperou tudo? Quem lhe abriu as portas para o conhecimento? Para a ambição? Talvez não seja por acaso que o meu avô materno e o meu tio paterno se tenham aventurado fora do país. O meu avô saiu de Portugal nos idos anos de 1920, imigrante na América. Foi ele que me ensinou a gostar de panquecas. O meu tio foi para o Brasil e correu o país inteiro. Há talvez uma predisposição para uma abertura ao mundo. Mas não pode ter sido só isso… Seguramente que ter tido dois pais professores primários criou esta predisposição de que temos de ir mais além. De que não podemos ficar aquém das nossas possibilidades. Que temos de investir em nós próprios, no conhecimento, no pensamento aberto. Ser filho de professores primários, nos anos 60, era ser um privilegiado... Totalmente. Só o facto de eu poder ir de carro para a escola, era ter uma realidade substancialmente diferente da dos meus colegas. Mas ter casado com a minha mulher, que era da mesma aldeia, foi juntar esforços para sonhar alto – ela com um pensamento mais artístico, porque é pintora; eu com um pensamento mais matemático, porque sou engenheiro. Isso criou uma condição de paixão e de racionalidade muito útil para as escolhas que fiz na vida. Quando surge a oportunidade europeia, como encarou essa opção, tendo em conta que as suas filhas já existiam? Fiz o mesmo que os meus pais fizeram comigo e com os meus irmãos: proporcionar-lhes um horizonte mais largo. O projeto de ir trabalhar para a Europa não foi apenas profissional, mas de abertura familiar ao mundo. E como correu? Os projetos começam por ser um sonho. Depois tornam-se realidade. Tive sempre desafios importantes. Oito anos depois de lá estar aceitei o repto de liderar uma equipa como chefe de unidade, depois como di- 17

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