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COMUNICAÇÕES 242 - Paulo Portas: pelo digital é que vamos

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portugal digital 50 A discussão sobre a necessidade de tirar partido da tecnologia digital para gerir com mais eficiência a água que utilizamos, tanto para consumo humano, como para a indústria e agricultura, já dura há muitos anos, mas os efeitos das alterações climáticas estão a colocar pressão nos decisores. De Norte a Sul do país, há vários projetos bemsucedidos neste âmbito, porém estamos longe de chegar ao ponto em que nos deveríamos encontrar – com uma rede de gestão hídrica otimizada pelas TIC, capaz de responder às necessidades de todo o território. Sobretudo depois da seca que abalou o país em 2017, as intenções de reorganizar a gestão dos recursos hídricos traduziram-se no anúncio de várias medidas para mitigar os efeitos de eventos semelhantes. Investimentos para reduzir perdas na rede e incremento do aproveitamento de águas residuais foram algumas das promessas difundidas a par da intenção de apostar cada vez mais na reciclagem e na… “água virtual”. Organizado pela empresa Aquasis, do grupo Águas de Portugal, nesse ano chegou mesmo a decorrer um Fórum dedicado ao tema “Água 4.0”, em que estiveram presentes o então ministro do Ambiente João Matos Fernandes, diversos autarcas e representantes de empresas ligadas ao tratamento e distribuição de águas. Na ocasião, o responsável pela pasta do Ambiente admitiu que “a água 4.0” anunciava “um novo paradigma”, representando “a entrada definitiva das tecnologias de informação no quotidiano das entidades gestoras de todos os sistemas de abastecimento de água, drenagem e tratamento”. Mas este ímpeto reformista acabou por diluir-se na espuma dos dias. Volvidos cinco anos ainda permanecemos no limiar da revolução então anunciada. Francisco Ferreira, presidente da associação ambientalista Zero admite que hoje, as tecnologias digitais “já são utilizadas por várias entidades no setor da água, mas esse know how ainda não é aplicado no país de forma generalizada”, apesar de ser urgente coordenar esforços para enfrentar o que vem aí. O ambientalista lembra que “o mais recente relatório do painel intergovernamental para as alterações climáticas – divulgado no final de fevereiro – diz-nos que a água é uma O tempo não joga a nosso favor. Nos últimos 20 anos a precipitação diminuiu 15% e a disponibilidade da água caiu 20% das maiores preocupações, principalmente para o sul da Europa, porque temos uma instabilidade cada vez maior, do ponto de vista climático, e isso traduz-se em períodos de seca mais extensos”. Estas circunstâncias “obrigam-nos a uma gestão muito mais preventiva destas situações”, alerta. O tempo não joga a nosso favor. Os dados são públicos: nos últimos 20 anos a precipitação diminuiu cerca de 15% e a disponibilidade de água caiu 20%. Estes cálculos, divulgados em fevereiro pelo Expresso, foram apurados pela equipa do físico da atmosfera da Faculdade de Ciências de Lisboa, Pedro Matos Soares. A partir dos modelos físico-matemáticos em que estes especialistas se basearam, foi possível concluir também que até ao final do século deverá chover menos 15% a 20% no Norte do país e menos 25% a 30% no Sul. Daqui decorre um aumento de episódios de seca, que “até há pouco tempo aconteciam a cada dez anos e de agora em diante passarão a registar-se três a quatro vezes por década”. Ninguém já duvida da urgência de avançar com medidas de fundo que possam, se não reverter, ao menos mitigar os efeitos das alterações climáticas no país. A questão é que, nas palavras de Francisco Ferreira, “para garantir que as várias valências da água vão estar devidamente equilibradas e garantidas, toda a sua gestão tem de ser uma combinação cada vez mais sofisticada”. E é aqui que as TIC podem e devem ganhar protagonismo. ÁGUA INTELIGENTE Água 4.0, água inteligente, água digital, internet da água – são vários os epítetos que têm sido usados para designar a chegada das tecnologias digitais à gestão da água. Soluções de machine learning, inteligência artificial, realidade virtual, recolha e tratamento de dados e até utilização de drones e satélites, entre outros recursos tecnológicos, estão hoje na linha da frente deste setor. Acrescentar TIC às nossas águas, como se de um tónico se tratasse, significa sensores a monitorizar a sua qualidade, agregados a algoritmos que otimizam os seus processos de tratamento reduzindo custos operacionais. Os sensores (que podem ser acústicos ou constituídos por redes de fibra ótica) também servem

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