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COMUNICAÇÕES 241 - Joana Mendonça: a arte de cultivar ideias

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itech BERNARDO CORREIA:

itech BERNARDO CORREIA: Paixão antiga 34 No tempo em que não havia “nativos digitais” Bernardo Correia, de certo modo, foi um precursor. Aos cinco, já brincava com computadores, antes dos dez lançou-se na programação. A tecnologia e ele cresceram juntos e até hoje permanecem inseparáveis. Texto de Teresa Ribeiro | Fotos cedidas O PAI TRABALHAVA no Laboratório Nacional de Engenharia Civil, um dos poucos sítios em Portugal onde existiam computadores a sério. Eram enormes, daqueles que ainda trabalhavam com cartões perfurados, mas tinham uma espécie de vida própria que encantava Bernardo. Sempre que podia experimentava tudo. Carregava nos botões, mexia nos comandos e o ecrã verde reagia. Como a família morava mesmo ao lado do LNEC, era possível, através da janela passar um fio que vinha do laboratório e lhes levava para casa algo que quase ninguém tinha: internet. “Era uma facilidade permitida ao meu pai, por causa do trabalho dele, mas que eu aproveitava também”, recorda o country manager da Google Portugal. Quando mais tarde lhe ofereceram para seu uso pessoal um ZX Spectrum ficou definitivamente rendido aos computadores. Ainda não tinha dez anos quando fez o seu primeiro programa: “Um jogo de futebol, ridiculamente rudimentar”, recorda divertido. O namoro continuou quando o avô lhe ofereceu um Commodore Amiga 500, hoje uma peça de coleção: “Foi o meu primeiro computador a sério, com imagem, som, côr, que eu adorava. Ainda tenho um cá em casa”, partilha. Ao Amiga já juntou outras peças desse tempo: “Consegui encontrar o Spectrum em casa dos meus pais e comprei no eBay a primeira Playstation”. Diz que adora tudo o que tem a ver com a história da tecnologia digital, “a que mais mudou a capacidade das pessoas poderem aprender, a força mais igualitária que existe no planeta, pois permite a qualquer pessoa, em qualquer parte do mundo, seja rico ou seja pobre, aceder à mesma informação”. É isto que mais o fascina. Isto e o poder que as TIC mantêm de o surpreender sempre. Apesar do fascínio precoce por esta área, na hora de escolher o curso optou por uma via tradicional, pois “a informática ainda era uma coisa de nicho”. Licenciou-se em Economia, mas fez carreira em Marketing. Um dia a Google contactou-o para fazer de interlocutor entre as grandes marcas e a tecnologia. Ficou como um peixinho na água. Quando entrou, em 2008, ainda não havia Android, tinha acabado de sair o iPhone e a Google ainda não tinha lançado o seu primeiro smartphone. “Foi uma altura de grande descoberta. Encontrava-me em Londres nessa altura, num escritório onde havia uns engenheiros que estavam a desenvolver essa tecnologia e eu adorava aqueles momentos em que falávamos sobre o que faziam. Foram anos absolutamente fantásticos”. De então para cá, ainda não saiu desta espécie de estado de encantamento: “A era da internet está só a começar. Basta pensar que dos 8 biliões de pessoas que vivem no planeta, apenas 5 biliões têm acesso à internet”. O futuro para ele é a IA e a automação, que libertarão os seres humanos para coisas cada vez mais estimulantes. Em casa, como seria de esperar, vive rodeado de tecnologia: “Não há uma divisão que não tenha um ecrã”. Mas preocupa-se com o bem- -estar digital, até porque tem três filhos ainda pequenos: “Não deixamos que passem tempo demais à frente de ecrãs. A Google tem ferramentas para gerir essa situação. A minha preferida é o Family Link, uma aplicação que permite controlar as horas a que eles têm acesso. E é assim que às 20.30 a internet desliga e os telefones bloqueiam” (risos). Outra ferramenta que usa em casa é o Do Not Disturb, que desliga todas as distrações, mantendo ativos só os canais essenciais. “O preço da liberdade”, cita o country manager da Google “é a vigilância eterna”. Este é o lema que segue para que o uso da tecnologia seja “o mais saudável possível”. Nunca se separa do seu Samsung Galaxy Flit 3, cujo modelo em concha e ecrã dobrável adora e do seu portátil da Google, de ecrã táctil. Last but not the least, Bernardo Correia tem brevet (para ultra-ligeiros) e quando voa também é nas asas da tecnologia, guiado pelo indispensável gps+skydemon.•

Nunca se separa do seu Samsung Galaxy Flit 3, cujo modelo em concha e ecrã dobrável adora Tem um portátil da Google, de ecrã táctil, que leva para todo o lado Para fazer fotos a sério, tem uma Nikkon a sério Coleciona peças de tecnologia antigas, como este ZX Spectrum 35

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