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COMUNICAÇÕES 241 - Joana Mendonça: a arte de cultivar ideias

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em destaque MADE IN PORTUGAL Conheça duas empresas, com sede em Portugal, que estão a participar na construção dos primeiros passos do metaverso. VIRTULEAP Cofundada, em 2018, por Amir Bozorgzadeh, a startup Virtuleap tem sede em Lisboa e uma equipa 100% portuguesa. A sua app Enhance apresenta-se como um verdadeiro ginásio para o cérebro. Associando as neurociências à realidade virtual, desenvolve uma série de jogos que ajudam a melhorar os níveis de atenção e que são ideais para pessoas com doenças cognitivas como Alzheimer, Perturbação de Hiperatividade/ Défice de Atenção, lesões cerebrais causadas por acidentes ou lesões de memória causadas pela quimioterapia. São uma série de desafios cognitivos direcionados para o mental fitness, potenciados pelos benefícios da realidade virtual (RV). “A RV é uma versão mágica digital que se sobrepõe ao mundo real. É um ambiente de aprendizagem muito mais eficaz, pois além de ser a forma como eu naturalmente interajo com o mundo, é uma forma multicognitiva e experencial, em que todos os sentidos estão envolvidos e que porporciona um envolvimento incomparável”, explica Amir. Os headsets necessários para os jogos são também fonte de informação muito importante. “Têm biosensores e, através de inteligência artifical, conseguimos perceber, por exemplo, se o utilizador está concentrado, aborrecido, stressado...”, conta. “Para fins de marketing, isto pode ser diabólico, mas quando estamos a lidar com Autismo, Alzheimer, Parkinson... pode ser mágico”. 30

Com 14 parcerias com instituições académicas, os dados captados são valiosos para inúmeros estudos. “Coletamos cerca de 2.000 data points a cada dois minutos... Com esses dados estamos a construir algoritmos, que podem prever, por exemplo, aos 30 ou 40 anos, se aquela pessoa terá Alzheimer, podendo atrasar o processo ou mesmo revertê-lo pela sua deteção precoce. Somos uma referência e estou muito orgulhoso pelo caminho difícil que percorremos. Todos gostamos muito de tecnologia, mas temos muito respeito pelo que ela pode fazer”.• Com origem grega, a palavra Didimo significa gémeo e é isso mesmo que a sua plataforma promete e faz: um gémeo digital. Veronica lembrou-se de produzir estes avatares realistas com a convicção de “que é a única maneira de conseguirmos garantir a nossa autenticidade, sermos nós próprios em ambientes digitais. Quando vemos a nossa imagem numa plataforma digital, DIDIMO Há dez anos, quando Veronica Orvalho pensava na forma como comunicaríamos no futuro, a resposta que lhe surgia era “que iríamos usar modelos 3D, numa nova forma de interação”. Perante esta resposta, “as pessoas achavam que eu era tirada de outro planeta!”, conta. E conclui: “Agora, tantos anos depois, estão todos a falar do metaverso, de pôr pessoas em ambientes imersivos, de usarmos modelos 3D para fazermos compras online e para falar com outras pessoas... É giro ver como uma inovação demora, às vezes, tantos anos a ser aceite”. Em 2011, Veronica Orvalho e a sua equipa da Universidade do Porto verificaram no terreno como avatares virtuais conseguiam envolver e criar empatia com doentes com autismo. Não esquece o caso de um pai que conseguiu comunicar pela primeira vez com o seu filho através do uso de um dos avatares. Entusiasmada com estas possibilidades, resolveu, em 2016, fundar a Didimo. tornamo-nos responsáveis pelas nossas ações”. Atualmente com uma equipa de mais de 30 pessoas e escritórios em Portugal, Canadá e Reino Unido, os clientes da Didimo são empresas sediadas na Europa e Estados Unidos da América, sobretudo nos setores da moda, entretenimento e comunicações e sente que “o mercado está a uns meses de explodir”. Veronica Orvalho foi finalista dos EU Prize for Women Innovators 2021, promovido pelo Conselho Europeu de Inovação.• 31

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