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COMUNICAÇÕES 239 - Alexandra Leitão: Fazer Política para as Pessoas (2021)

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76 BRUNO CASADINHO,

76 BRUNO CASADINHO, managing director & Group vice president da Capgemini Engineering Portugal “A proposta de valor do 5G é clara, mas estará a tecnologia pronta a ser usada? Penso que a resposta é um sim parcial, graças ao trabalho dos fornecedores, mas há ainda muito a fazer. Quanto a saber se o ecossistema é sustentável, assim como os business cases para a nova geração, ainda não há uma resposta” “Precisamos de ter em Portugal um ecossistema integrado de 5G, que esteja aberto a todos os players, os relevantes e os novos. A nossa proposta é que o país precisa de desenvolver esta plataforma, pois só assim poderão ser criadas novas alianças estratégicas e parcerias. Ao partilharmos conhecimento e experiências, poderemos realmente aumentar o nível de competitividade nacional” “A oportunidade que temos em transformar a forma como fazemos negócios com o 5G é única. É uma viagem que não está cumprida, mas há um futuro promissor, com inúmeros use cases. Ainda estamos longe do ideal, mas, tendo em conta a forma como o país esteve sempre na liderança da tecnologia nas anteriores gerações, temos todas as condições para estar também aqui na liderança. Temos capacidades, expertise e um ecossistema completo” SÉRGIO CATALÃO, country senior officer da Nokia Portugal “O mundo enfrenta vários desafios. A pressão sobre o planeta está a aumentar, o acesso a oportunidades continua desigual e a produtividade está a estagnar. Acreditamos que a tecnologia é central para resolver esses desafios, porque fornecerá as plataformas críticas para a ligação das pessoas, dos devices e das máquinas em tempo real e numa escala massiva” “O 5G é um game changer para estas redes críticas. É muito mais que a próxima geração móvel de conetividade. Trará ligações massivas, capacidade, fiabilidade e segurança, suportando a utilização de várias tecnologias avançadas e críticas, tão importantes para a digitalização e a automatização. Como a IoT, IA, AR/VR ou big data” “Esta é uma enorme oportunidade para a Europa e para Portugal e não a podemos perder. O 5G será um enabler, mas precisamos de novas competências, capacidades e expertises nas indústrias verticais, assim como parcerias e ecossistemas. É muito mais do que fornecer tecnologia, é resolver os problemas que temos no mundo” PORTUGAL AND THE FUTURE OF WORK KNS RICHARD SAMANS, director de Research da ILO - International Labour Organization “Antes da pandemia já havia uma tendência para o trabalho remoto. As economias já estavam em disrupção tecnológica e o trabalho remoto é um dos seus aspetos. A Covid-19 veio acelerar essa tendência consideravelmente. Mas os desafios do trabalho do futuro vão muito além disso. A automação vai ter um grande impacto e criar desafios. Trata-se de uma mudança da própria natureza do trabalho” “Todas as mudanças do mundo do trabalho convergem para a questão de saber como se poderão preparar as sociedades para o futuro. Tem de se investir nas pessoas, nas suas capacidades, nas condições e no valor do trabalho. A pandemia exacerbou os desafios” “As sociedades têm de assumir a prioridade de investir nas suas pessoas, nas suas capacidades e na sua proteção. Será uma aposta vencedora. Trará vantagens económicas, porque incrementa a participação, a produtividade e o crescimento económico, e é bom para o ambiente. Esta agenda para o futuro do trabalho é win win. Vejo mais abertura política para este tipo de aposta” GONÇALO HALL, co-founder da Remote Portugal - Madeira Digital Nomad Villages “O futuro é distribuído e vamos ver mais e mais empresas a serem 100% distribuídas, sem qualquer quartel-general. No imediato, no pós-pandemia, será híbrido, porque as empresas não têm total confiança no trabalho remoto e muitas não estão preparadas. Mas a longo-prazo, será cada vez mais distribuído, pelas vantagens que traz na contratação das pessoas, aumento da produtividade e, acima de tudo, no modelo de desenvolvimento” “Uma empresa 100% remota ou distribuída tem a vantagem de conseguir crescer muito mais rápido, contratando as melhores pessoas, e isso será uma grande vantagem competitiva. Quem não implementar este modelo de trabalho, com tanta gente a querer trabalhar remotamente, vai perder os grandes cérebros” “Temos que reeducar toda a gente, fazer o upskill de todas as gerações para este novo mundo, e as empresas estão a ficar para trás nesse processo. A maior parte mudou completamente a forma como trabalha, mas não educou os líderes, a gestão media e os empregados. Mudaram tudo e zero educação. Isto é muito grave. É uma questão de upskill e reskill, porque vamos mudar muito mais de profissão e vamos ter que nos reinventar” MANUEL GARCIA, coordenador nacional do Programa UPskill – Digital Skills & Jobs “Trabalho híbrido é o presente e não o futuro. É hoje. Está em curso e é um desafio para as pessoas e empresas. Como é que se gerem equipas, como é que se gere o trabalho e os ciclos de inovação, que são os que asseguram a sobrevivência da empresa? Tudo isto vai ter de ser alterado”

“As empresas e os seus líderes têm que perceber que não há outro caminho. Enquanto sociedade e empresas temos que reajustar a forma como trabalhamos, porque é a única forma de respondermos já ao presente. O mundo português não pode ser Lisboa e Porto, é descentralizado pela sua natureza” TALKING WITH: DIA 13 REINVENTING BUSINESS OPENING “Temos de lançar o desafio à sociedade, às pessoas dos setores que vão ser automatizados, para que pensem o seu futuro e deem um passo para a formação. Existem já muitos programas para ganhar novas competências e perspetivas de futuro. Nas novas gerações, temos que olhar para as bases do ensino, para que saiam mais capacidades para o mercado de trabalho” MANUEL MARIA CORREIA, presidente da Secção APDC Portugal Outsourcing “Já tínhamos bastantes desafios antes da pandemia. Agora, olhando para trás, a maior parte dos desafios no futuro do trabalho mantiveram-se ou agudizaram-se. Os desequilíbrios que existem no tecido económico e no trabalho são enormes. O modelo de trabalho remoto pode ser o que vai vingar no futuro, mas isso não é igual em todos os setores, pois há atividades onde não é possível” “A não ser que seja necessário estar fisicamente em algum lugar, o trabalho será virtual. É o conceito do virtual first. Mas há um processo de adaptação que as empresas têm que fazer. Apesar das vantagens todas do trabalho remoto, há também muitas no trabalho físico. Este equilíbrio tem de ser encontrado e os modelos ainda estão a ser desenvolvidos. É um caminho, que não sei se será assim tão rápido” “As empresas terão de avançar com programas de gestão da mudança e de acelerar os reajustamentos dos seus quadros. Este movimento está na mão das empresas e de quem gere o sistema educacional” ANDRÉ DE ARAGÃO AZEVEDO, secretário de Estado para a Transição Digital “O capital humano está identificado como a nossa maior fragilidade nas várias dimensões que a transição digital implica. Tem a ver com as competências a diferentes níveis, desde a exclusão digital à escola digital, onde já entregámos 400 mil computadores, e que abre a porta a uma mudança de paradigma na aprendizagem e ensino. Temos ainda de encontrar respostas da capacitação para a população ativa, que permitam alinhar as suas competências com o que o mercado está à procura” “Temos uma infraestrutura tecnológica e de comunicações de grande qualidade e queremos manter esta rota. Mas não está tudo coberto em termos de população, território e de segmentos de população. Portugal tem ainda 11% de famílias que não têm acesso à internet por carência económica. A isso vem responder a recente tarifa social de internet” “Na conetividade móvel e fixa, estamos a ultimar uma iniciativa com instrumentos de gestão para saber qual é o estado da arte em termos de cobertura. Aproveitando a oportunidade dos fundos financeiros adicionais, PRR e outros instrumentos, têm que ser desenhados planos em função do delta que nos falta ainda cobrir. Depois, vamos decidir, em termos de investimentos, onde vamos apostar” PEDRO SIZA VIEIRA, ministro da Economia e da Transição Digital “Nos próximos anos, o mundo inteiro vai começar a recolher os benefícios totais dos avanços tecnológicos, que vão obrigar organizações, empresas e estados a investir mais significativamente nos seus modos de funcionamento e nos seus modelos de negócio, para poderem continuar a acompanhar o ritmo do resto da humanidade” “Na Europa, o investimento nas tecnologias digitais vai fazer-se com um nível de recursos que era absolutamente impensável até agora. O Next Generation EU vai assegurar que as sociedades disponham de recursos para fazerem os investimentos para acelerar a transformação. Portugal estará preparado para isso e a forma como no último ano fomos capazes de reagir vem demonstrá-lo” “A transformação digital é, para Portugal, uma possibilidade de dar o salto. Se soubermos conciliar bem as vontades de todos. Este congresso representa uma oportunidade de assegurar a reflexão sobre todas estas estratégias. Estou inteiramente disponível para colocar os recursos públicos ao serviço dessa transformação” 77

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