edit orial Eduardo Fitas eduardo.fitas@accenture.com Desta vez, tem mesmo que ser diferente Não é a primeira vez que vamos receber apoios como os da popular “bazuca”, apesar dos volumes envolvidos nunca terem sido tão elevados. Mas como quantidade é muito poucas vezes sinónimo de qualidade, há um risco real de ainda não ser ainda desta que conseguiremos recuperar posições no ranking de competitividade europeu, onde cada vez estamos mais no fim da tabela. Se é verdade que estamos a voltar ao crescimento, as previsões económicas de primavera da UE dizem que continuamos a crescer menos que a média europeia. Seja porque as economias com que concorremos diretamente não sofreram tanto em 2020, ou porque têm perspetivas de crescimento superiorese m 2021 e 2022. O estudo de Fernando Alexandre, da Universidade do Minho, citado no Expresso do início de julho, vem evidenciar o que muitos já desconfiavam: os financiamentos às empresas servem mais como balão de oxigénio para a sua sobrevivência a curto prazo que para as ajudar a transformar e serem mais competitivas. São muitos os dados que exigem uma reflexão profunda, para não se repetirem os mesmos erros: 13% das empresas que receberam financiamento em 2014 não sobreviveram nos três anos seguintes; 42% das empresas apoiadas tinham produtividade relativa menor em 2017; só 7% dos incentivos foram atribuídos a setores de alta tecnologia, apesar das ambições de crescimento nestas áreas; cada vez mais, os fundos são atribuídos a microempresas que, pela sua dimensão e DNA, dificilmente conseguirão crescer e tornar-se exportadoras. Comparando o programa de Portugal com o da Grécia, o 4º e o 1º em valor per capita do envelope de subsídios, as diferenças começam logo pela denominação: um apresenta-se como plano de recuperação, o outro tem ambições da transformação e crescimento na sua identificação. A forma foram desenhados verifica-se nas perspetivas de impacto: 10,9% de crescimento acumulado do PIB até 2026, no melhor cenário, para Portugal; quase o dobro (18,3%) para o caso da Grécia, de acordo com a S&P. Enquanto um procura um alinhamento com o setor privado, para aproveitar o efeito multiplicador dos investimentos e do impacto a prazo na economia (à semelhança do que acontece no caso espanhol), o plano português foca-se muito nos investimentos públicos e em infraestruturas, para dinamizar a economia como um todo. Infelizmente para nós, esta estratégia, usada em oportunidades anteriores, não teve mais do que um impacto de curto-prazo, não resolvendo os nossos problemas estruturais de crescimento. Então, porque é que desta vez poderá ser diferente? Porque, apesar de continuarmos a falar muito sobre valores, há cada vez mais decisores conscientes que o relevante são os resultados ou retornos dos investimentos e não o investimento por si. Porque, apesar do foco estar “desbalanceado” para as iniciativas públicas, fez-se um esforço em definir um enquadramento estratégico para os investimentos, uma maior transparência na afetação das verbas e um maior escrutínio sobre a qualidade e valor das iniciativas a suportar. Porque temos cada vez mais qualificação na gestão das empresas e organismos, em particular se comparado com o que acontecia na altura dos programas de ajudas. E finalmente, porque podemos não voltar a ter este nível de ajudas e não podemos perder esta oportunidade. A pressão e a responsabilidade do sucesso estão agora nos ombros de todos nós, mas, em particular, de quem vai ter oportunidade de gerir a execução do programa. • 3
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