a conversa muitos outros interesses. Mas a coisa de que mais me arrependo de não ter feito foi um Erasmus, algum tipo de intercâmbio no estrageiro. Antes de começarmos a trabalhar e de ter outras obrigações, dá-nos muito mundo. Mas cumpriu o desígnio para que a universidade foi feita: as ideias? Totalmente. O que é que a emociona verdadeiramente na vida? Alguma leitura. Lembro-me de registar frases na memória de que nunca me esquecerei… Que frases? No livro “Pais e filhos”, do Turguêniev, por exemplo, há uma passagem que jamais esquecerei. Em que o filho vai visitar os pais, já velhos, camponeses, os pais a ver o filho pródigo que volta a casa, e eles parados no mesmo sítio… Aquilo, na altura quando li o livro, há dez anos, colocou-me mais na posição dos pais do que dos filhos. Os nossos pais são o nosso passado. Os nossos filhos, o nosso futuro. Para eles, nós já somos o seu passado. Seguem a sua vida em frente e nós temos de aceitar. sem resposta. Sentem-se órfãs. A que portas vão bater? Preocupa-me que alguém, alguma vez, se sinta órfã do Estado. É algo que teremos de atacar com grande força a seguir ao verão. Até porque vem aí a pressão do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR)… No PRR, na área transversal da Administração Pública, temos coisas importantes em marcha. Primeiro, o Portal Único, a criação de uma interface de ligação com o cidadão. A ideia é que tenhamos apenas um login e uma password. Segundo, teremos mais 20 Lojas de Cidadão e 300 Espaços Cidadãos, porque há pessoas que não têm a tal literacia digital e outras que precisam mesmo de se deslocar presencialmente. Preocupa-me muito quem é deixado para trás pela tecnologia. É uma nova forma de exclusão social, e a COVID veio catapultá-la. Recentemente, António Guterres sublinhou isso mesmo: há uma nova forma de desigualdade que resulta da transição digital. Há um mundo novo que já se abriu para muita gente, mas que continua vedado a outros tantos. Por isso, o PRR disponibiliza cerca de 76 milhões de euros para capacitação da Administração Pública. 22 Portanto, são os livros, sempre os livros… Na verdade, não sendo eu uma melómana, o que me comove verdadeiramente é a música, sobretudo alguma música clássica. Também gosto muito de música ligeira. O Bruce Springsteen é o músico que mais me lembro de acompanhar, desde os 13 anos. Em 2016 vi-o no Rock in Rio e emocionei-me imenso. Sou uma grande fã do homem e da obra. Já confidenciou que a pandemia atrasou alguns processos, mas acelerou claramente a digitalização dos serviços públicos. Quais os grandes desafios que encontrou no último ano e meio e quais as grandes conquistas? O Estado deu uma boa resposta digital à pandemia, e os exemplos são inúmeros: a telescola, a Pensão na Hora, os balcões temporários de serviço ao cidadão, o serviço de vídeo chamada para apoio digital no site ePortugal. Aquilo que mais me preocupa é haver questões para as quais precisamos mesmo do presencial e, aí, ainda termos muitas limitações. Não só porque a pessoa não tem a literacia suficiente para aceder ao digital, mas também porque há assuntos que têm mesmo de ser resolvidos presencialmente. As pessoas não podem ficar Preocupa-me muito quem é deixado para trás pela tecnologia. É uma nova forma de exclusão social e a COVID veio catapultá-la Toda esta transformação implica uma verdadeira revolução de mentalidades nos funcionários públicos. Sente que, neste momento, toda a AP está verdadeiramente envolvida no processo ou a mudança de mentalidades continua a ser um problema? Os trabalhadores da AP precisam de desenvolver a mentalidade de trabalhar para o projeto. Abro aqui um parêntesis para partilhar o seguinte: a AP cresceu assente num modelo de Max Weber, de legitimação pelo procedimento. A decisão administrativa legitima-se por um procedimento – e isso cria um menor foco no resultado. Quando comparamos o público com o privado, esta é a maior diferença, na verdade imposta pela própria lei. O que precisamos é de temperar o deleite do processo com o foco no resultado. Dou um exemplo: queremos criar um portal de transparência para a gestão dos fundos comunitários. Este é o foco – e depois teremos uma série de procedimentos para lá chegar. Mas os trabalhadores da AP têm de se sentir valorizados. Precisamente. As pessoas têm de sentir que o empenho que põe no seu trabalho tem uma relação direta com a progressão que fazem – e que ela não acontece apenas
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84 JOANA SILVA, diretora da PROSPER
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