apdc news TALKOMMUNICATIONS - THE FUTURE OF 5G IN THE WORLD: LESSONS LEARNED Fazer da inovação prioridade Portugal, e a Europa em geral, estão claramente a ficar para trás na corrida ao 5G. Há que inverter rapidamente a situação, com estratégias bem definidas e ambiciosas. Ecossistemas fortes e cooperação são essenciais. Texto de Isabel Travessa 58 https://bit.ly/3ax2uB6 NÃO RESTAM DÚVIDAS de que o 5G vai acelerar claramente a transformação de todas as áreas, assumindo-se como uma tecnologia disruptiva com grande poder de inovação. Há uma crescente implementação de redes privadas 5G, que estão a ganhar espaço nas prioridades das empresas em todos os negócios, porque são confiáveis, de alta velocidade, baixa latência e elevada densidade. Mas a Europa – e Portugal – estão atrasados nesta corrida e vão ter de acelerar, sob pena de ficarem para trás na liderança da disrupção que vai chegar com esta nova tecnologia. Na Talkcommunications sobre “The Future of 5G In The World: Lessons learned”, que decorreu a 17 de março, foram apresentadas as conclusões do “Deloitte’s Study of Advanced Wireless Adoption”, que este ano, pela primeira vez, incluiu o mercado português. Pedro Sanguinho, senior manager da Deloitte, diz que o trabalho mostra que as organizações portuguesas planeiam avançar com uma transformação da sua rede nos próximos três anos, para serem mais inovadoras. Por isso, consideram de importância estratégica as tecnologias wireless de nova geração, como o 5G, para garantir o sucesso dos
seus negócios. Velocidade, latência e eficiência energética são as características consideradas mais importantes pelas organizações para alcançarem os seus objetivos de conetividade avançada. Assim como a segurança, resiliência e custos Em Portugal estão a ser trabalhadas vários “use cases” assentes no 5G. Aveiro é um exemplo, com projectos em curso da tecnologia. A maior parte das empresas acredita que o 5G e o wi-fi 6 serão as tecnologias wireless mais críticas dentro de três anos, sendo que as soluções em concreto dependerão da respetiva implementação, mas consideram que serão tecnologias que vão coexistir. Mas há também desafios, como a segurança, baixa maturidade das tecnologias, retorno do investimento, dificuldades de implementação, falta de disponibilidade de espetro, pesados investimentos já realizados em tecnologias de rede, falta de capacidade financeira para fazer upgrades ou dificuldade em identificar os use cases certos. A realidade europeia mostra que a UE continua bastante atrás de outra geografias no que respeita ao 5G. Alessandro Gropelli, director of Strategy and Communications da ETNO – European Telecommunications Network Operators’ Association, destaca problemas como a lenta e desigual libertação de espetro entre Estados-membros, falta de condições de investimento ou a crescente fragmentação do mercado. Considera, por isso, muito positivo que Bruxelas tenha avançado com o Digital Compass 2030, definindo metas europeias para esta década, com objetivos iguais para todos os países em qualificações, infraestruturas sustentáveis e seguras, transformação digital dos negócios e digitalização dos serviços públicos. A Alemanha é um dos países que já avançou no 5G em 2020. Alexander Mogg, practice leader strategy & business design e partner da Deloitte Germany, destaca os planos dos três grandes operadores do mercado – Deutsche Telekom, Vodafone e Telefonica Deutschland – e uma realidade de partilha de espetro para avançar mais depressa. Agora, há que criar um ecossistema que permita trazer para o mercado todos os uses cases e massificá-los. Também em Portugal estão a ser trabalhados vários use cases assentes no 5G. Aveiro é um exemplo, posicionando-se como uma das primeiras cidades 5G do país, no âmbito do projeto Aveiro Tech City – The Living Lab. O objetivo, diz Paulo Pereira, diretor de Inovação Estratégica e de Tecnologia da Altice Labs, é redefinir a forma de viver e de trabalhar, através de uma cidade totalmente conectada. A criação de um ecossistema com a autarquia, universidade e setor empresarial é estratégica para explorar a forma como o 5G pode trazer valor à comunidade. A excessiva fragmentação do mercado europeu em número de operadores, um “problema real”, num mundo dominado pelos OTT e onde a escala claramente interessa, assim como a partilha de investimentos nas redes, a necessidade de definição de uma política industrial ou a construção de um ecossistema europeu forte, foram temas em debate. Afinal, como diz Paulo Pereira, a “cooperação e competição serão a chave para o futuro”.• Pedro Sanguinho, senior manager da Deloitte Alessandro Gropelli, director of Strategy and Communications da ETNO Alexander Mogg, practice leader Strategy & Business Design, partner da Deloitte Germany Paulo Pereira, director of Innovation Strategy and Technology da Altice Labs Pedro Tavares, partner da Deloitte (moderador) Sandra Fazenda Almeida, executive director da APDC (host) 59
APDC, GOOGLE E IEFP UNEM-SE PARA MU
edit orial Sandra Fazenda Almeida,
The best of ICT with a human touch
Loading...
Loading...
Loading...