em destaque No final do mês de março, o número de desempregados inscritos no IEFP subiu para 432.800. É o valor mais elevado em quase quatro anos. A consultora McKinsey estimou recentemente um acréscimo de 25% de pessoas, na Europa, que poderão precisar de fazer a transição para novos empregos após a pandemia. Mais: cerca de 21 milhões terão, provavelmente, de deixar as suas ocupações devido à redução do trabalho em algumas áreas. As funções que estarão disponíveis certamente que, de uma forma ou de outra, se cruzarão com o digital. Por isso, à medida que as economias iniciam o seu processo de reconstrução, novas competências são mais urgentes do que nunca. No documento “Europe’s Moment: Repair and Prepare for the Next Generation”, a Comissão Europeia apresentou a transição digital como sendo “ainda mais importante agora do que antes do início da crise”. Democratizar rapidamente o acesso a essas competências deverá, por isso, ser um objetivo coletivo. 24 MISSÃO: QUALIFICAR “Desenvolver as competências digitais da população portuguesa tem sido um tema recorrente para nós”, declara Bernardo Correia, country manager da Google Portugal. E especifica: “Fizemos um estudo com a consultora BCG, que concluiu que 27% das pessoas em Portugal não tinham qualquer competência digital. Há muitos anos que investimos para corrigir isso, pois sempre achámos que essa seria a nossa principal missão no país”. Neste âmbito, o programa Atelier Digital, lançado em 2016, é emblemático. “Chegámos agora aos “Quisemos lançar um programa que desse às pessoas oportunidades de carreira numa área mais bem remunerada do que a média”, clarifica Bernardo Correia, country manager da Google Portugal 100.000 formandos, o que é um número absolutamente extraordinário!”, revela, com orgulho. Esta iniciativa faz parte de uma série de projetos estabelecidos no memorando de entendimento, assinado entre a Google e o Ministério da Economia e Transição Digital, com o objetivo de apoiar a transição digital e a recuperação económica do país. Neste âmbito, foram lançados agora os Certificados Profissionais Google, programas de formação online flexíveis, concebidos para adquirir competências laborais em áreas de carreira de grande crescimento e elevada procura, como o apoio técnico de TI, gestão de projetos, análise de dados e design da experiência do utilizador. “Numa altura em que há dificuldades económicas, disparidades regionais e também de género em IT, quisemos lançar um programa que desse às pessoas oportunidades de carreira numa área que não necessita de formação de nível superior, mas que eventualmente é mais bem remunerada do que a média”, clarifica Bernardo Correia.
PROJETO A TRÊS Para permitir o acesso a este tipo de aprendizagens ao maior número de pessoas, a Google estabeleceu uma parceria com a APDC e o IEFP, no sentido de oferecer 3.000 bolsas de formação. “Quando estávamos a decidir quem seriam os melhores parceiros, obviamente que o IEFP era a escolha mais natural”, reconhece o country manager, e continua: “Queríamos também alguém que tivesse grande conhecimento do que são as necessidades de transformação digital das empresas em Portugal, que pudesse trazer para cima da mesa uma rede de contactos com parceiros e com o Governo e que desse um fôlego ainda maior a uma iniciativa deste género. A APDC foi, quase imediatamente, a primeira entidade em que pensámos e, na nossa reunião de direção, foi uma escolha óbvia pelo impacto que tem na transformação digital do país, pelos seus associados e pela forma persistente como tem liderado este debate em Portugal”. A associação prontamente aceitou o desafio, e fê-lo com entusiasmo. “A APDC quer colaborar com os seus associados para resolver os grandes problemas que se colocam ao nosso setor. Um deles é, exatamente, o da qualificação e requalificação de profissionais. Trata-se de um problema enorme que Portugal e todas as nações enfrentam à medida que a transformação digital avança e altera todas as áreas da nossa vida. Há uma necessidade urgente e inadiável de obter qualificações digitais a todos os níveis”, justifica o seu presidente, Rogério Carapuça. Da parte do IEFP, a adesão também foi imediata, como explica o seu vice-presidente, António Leite: “Este programa potencia o acesso ao emprego, fomentando a empregabilidade dos formandos através de formações atrativas e direcionadas para as necessidades do mercado de trabalho, o que assume particular relevância no momento atual, em que todos os esforços para ajudar na recuperação económica são naturalmente bem-vindos”. Num trabalho tripartido e coordenado, a participação do IEFP passa pela identificação de potenciais formandos, bem como pela divulgação do projeto; a formação é da responsabilidade da Google, através da plataforma Coursera; e a APDC criará a máquina de “Há uma necessidade urgente e inadiável de obter qualificações digitais a todos os níveis”, diz Rogério Carapuça, presidente da APDC acompanhamento do programa, com a colaboração dos restantes parceiros. BOLSAS INCLUSIVAS As candidaturas às bolsas para os Certificados Profissionais Google podem ser efetuadas através do site da APDC www.apdc.pt/iniciativas/projeto-google. Para a frequência dos cursos deste programa, não é necessária qualquer formação na área ou experência prévia. A APDC e o IEFP trabalharão em conjunto para selecionar os candidatos, tendo em conta dois critérios profundamente inclusivos, explicados pelo responsável da Google em Portugal: “Sabemos que a pandemia teve um impacto grande e desproporcional na população feminina, por isso vamos garantir que 50% das bolsas serão oferecidas a mulheres. A APDC fez também uma ressalva valiosa, chamando a atenção para a disparidade regional. Por isso, vamos também garantir que 50% 25
Loading...
Loading...
Loading...