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COMUNICAÇÕES 225 - O Líder Mobilizador (2017)

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APDC 225 - O Líder Mobilizador Dezembro 2017

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Em destaque Influenciadores digitais “As audiências passaram a ter uma visão menos naif, habituaram-se e por fim aceitaram essa situação como natural. Agora, o que criticam é se os produtos ou serviços que os seus influenciadores publicitam não são bons”, explica Ricardo Tomé. A questão da credibilidade é uma barreira que também as marcas, no seu interesse, não devem forçar. A Media Capital estabelece uma relação assumidamente comercial com influenciadores na rede IOL. Através desta, faz intermediação com as agências e as marcas para levar aos influenciadores lá inscritos propostas comerciais. Mas há uma regra que nunca é infringida: “Se o influenciador não quer aceitar uma determinada proposta, não aceita”, informa Ricardo Tomé. Trata-se de defender um capital que no interesse de todas as partes não deve ser desbaratado: o da autenticidade do influenciador, a mais-valia que o torna atrativo como meio de publicidade alternativo. Ricardo Martins Pereira, autor do blogue O Arrumadinho, há anos no top five da blogosfera portuguesa, diz taxativamente: “Não aceito escrever sobre uma marca com a qual não me identifico, que não tenha nada a ver com a minha área de interesses ou sobre produtos em que não acredito”. Ele não vive do blogue, que criou em 2008, ainda a blogosfera portuguesa era uma criança, mas podia: “Se me dedicasse a 100% sei que ficaria bem”, admite. Jornalista de formação, decidiu criar um blogue para se divertir. Chamou-lhe “O Arrumadinho”, por ser uma qualidade em que se reconhece e deu largas à sua verve. Sob anonimato escrevia sobre relacionamentos, tema que sempre o fascinou: “Achei que havia ali uma oportunidade, até porque quase não existiam blogues masculinos e os que havia não falavam destas temáticas”. Foi um sucesso imediato. Ao fim de seis meses já era líder de audiências, com milhares de seguidores, sobretudo mulheres. Não esperava conseguir tanto impacto e muito menos que tal lhe viesse a causar problemas profissionais: “Na altura era diretor-adjunto do jornal 24 Horas e o board não via com bons olhos que eu me expusesse, falando de temas ligados a sentimentos de forma aberta e descontraída”. Fechou o blogue, mas não foi fácil virar costas a uma comunidade que lhe fazia 8 a 9 mil visitas por dia, um score notável para a época. Voltou passados seis meses, mesmo correndo o risco de retaliações: “Achei que não fazia sentido abandonar um projeto criado por mim e com tanto sucesso”. Desta vez rompeu o anonimato. Com foto e nome por baixo, “O Arrumadinho” fezse novamente à blogosfera mas como blogue generalista. A par dos velhos temas, passou a postar sobre life style, futebol, corrida (uma das suas grandes paixões), uma decisão que lhe trouxe ainda mais leitores. Durante muito tempo Ricardo Martins Pereira (hoje também no Facebook, com cerca de 75 mil seguidores e no Instagram com aproximadamente 43 mil seguidores) não foi um influenciador ligado a marcas, até porque a sua as marcas ainda estão a aprender a relacionar- -se com influenciadores digitais C

Ricardo Tomè, diretor cooordenador da Media Capital Digital, também dá aulas onde ensina a gerir plataformas digitais. Entre os seus alunos conta com pretendentes a influenciadores atividade como jornalista não lho permitia. Só a partir de janeiro deste ano, já com a carteira profissional suspensa, passou a receber dinheiro de posts patrocinados. Diz que por vezes as marcas se queixam de estarem demasiado diluídas nos seus textos: “O que eu tento transmitir-lhes é: ‘Quero contar uma história interessante aos meus leitores. A marca está de alguma forma envolvida, mas a história não é sobre a marca’”. Sente que “as marcas ainda estão um bocadinho perdidas, dispersas, a apalpar terreno”, por este ser um modelo de parceria tão diferente daqueles a que estavam habituadas. Mas não duvida de que este é um caminho que vai evoluir para standards de elevada qualidade e profissionalismo. No próximo ano Ricardo, que hoje trabalha com a Disney, a NOS, a Seat e Amoreiras, vai estrear-se como embaixador de uma marca ligada ao desporto. Para quem começou a escrever uns posts na “bloga” apenas para se divertir, a vida correu-lhe às mil maravilhas. Mas não é assim com todos os influenciadores digitais?• C

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