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COMUNICAÇÕES 225 - O Líder Mobilizador (2017)

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APDC 225 - O Líder Mobilizador Dezembro 2017

à conversa João Cadete

à conversa João Cadete de matos É ligado ao interior, às suas gentes. Aqui nota-se um traço da sua personalidade: onde está, dedica- -se a defender as pessoas, a cumprir a sua missão… Em 2000 recuperei uma pequena casa de pedra, no coração do Parque Natural de Montesinho, em Trás-os-Montes. Infelizmente fica a 550 km de Lisboa. Mas sempre que posso levo lá os meus amigos, de várias nacionalidades. Há um traço identitário em Portugal que é esta ligação à terra, devido à forte migração para as cidades do litoral ou para o estrangeiro, sobretudo a partir dos anos 50. Foi o que aconteceu com os meus pais. Mas gostam tanto da terra que mal se reformaram voltaram às origens, e é lá que são felizes, na aldeia onde vivem. Adoro fazer parte desta história. A vida é o que é, e nós só a percebemos realmente mais tarde, quando a olhamos com distância. Quando olha para a sua infância e adolescência, o que é que vê? Recordo-me das férias passadas com os meus avós, em Penhascoso e em Mouriscas. Sempre gostei da natureza e da beleza que vem da terra. Tive uma adolescência muito feliz. Recordo o tempo da instrução primária, do gosto por aprender, e lembro-me da transformação da consciência social quando, com 15 anos, já no liceu Camões, se deu o 25 de Abril. É aí que desperto para os problemas da sociedade portuguesa, com vontade de mudar o mundo. sucesso é conseguir que as pessoas que trabalham comigo tenham sucesso. Centro-me no desenvolvimento dos colaboradores como medida do meu próprio crescimento lizar tudo e todos, que as pessoas que trabalharam consigo lhe reconhecem? Isso é realmente um traço de personalidade ou foi algo que desenvolveu durante a vida? Mudei na adolescência, com a enorme transformação do 25 de Abril. Passei a estar mais atento, disponível e interessado em contribuir para que as pessoas tivessem uma vida melhor. Era sempre escolhido para ser delegado de turma, as pessoas reconheciam a minha energia e passei a ser porta-voz das soluções para os problemas. Foram anos muito intensos. Quais são as suas principais referências? O que realmente forjou a sua personalidade? Os anos intensos do pós-25 Abril definiram quem sou hoje. De resto, os meus pais foram a minha fonte de inspiração. Toda a vida os vi felizes. A ideia da busca pela felicidade é muito importante na minha vida, e devo-lhes isso. Além da Desde miúdo que já se notava a sua energia e capacidade de mobiideia de ajudar os outros. Os meus pais são muito solidários. Quando era preciso apanhar a azeitona, fazer as vindimas, retirar o mel das colmeias, demonstravam grande espírito de entreajuda. A vida nas aldeias é muito comunitária. E isso marcou a minha existência. Isso demonstra uma inclinação para a empatia. Capacidade de lidar com pessoas. Dizem que é sobretudo um bom ouvinte. Revê-se nesta descrição? Sim. Para mim o sucesso é conseguir que as pessoas que trabalham comigo tenham sucesso. O trabalho de equipa é quando todos, no final, ficam satisfeitos com os resultados. Essa capacidade de atingir objetivos passa por mobilizar as pessoas, sobretudo quando elas estão desmotivadas, incrédulas, quase desativadas. Porque mesmo nestes casos há algo de positivo que é possível retirar das pessoas. Como é que um especialista em estatística, que geralmente tendemos a associar a alguém muito metódico e estruturado, consegue ser ao mesmo tempo criativo e gostar de olhar para o futuro? Julgo que as duas coisas devem ser conjugadas. Como economista, acredito que para tomarmos boas decisões, a qualquer nível, precisamos de conhecer a realidade. É como os médicos, que primeiro fazem o diagnóstico da doença. Em Portugal, infelizmente, avalia-se pouco e age-se de forma muito experimental. O meu interesse pelas estatísticas vem daí, da consciência de que para se tomarem boas decisões, na política monetária e financeira, na política das comunicações, precisamos de conhecer C

“Não quero ter êxito a todo o custo. Posso chegar à meta em primeiro, mas sem passar rasteira a ninguém. Há desvios de comportamento que não consigo entender” C

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