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A Economia Digital em Portugal 2016

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a economia

a economia em portugal 2016 digital 4.5 Energia 74 5 Conselho Europeu (23 e 24 de outubro de 2014) 6 Direção- Geral de Energia e Geologia (DGEG), 2015 meta passa por atingir, até 2020, o nível mínimo de interconexão de 10% 5 acordado pelo Conselho Europeu. Portugal, fruto do seu mix energético e situação geopolítica, é um dos principais impulsionadores de uma maior integração energética pan-Europeia em virtude de: Localização geográfica privilegiada para servir de ligação entre a Europa e o Norte de África; Capacidade de armazenamento de gás não utilizada; Capacidade para apoiar o cumprimento de metas europeias por países com défice de produção de renováveis. Principais tendências O setor de energia está a sofrer transformações estruturantes que afetam toda a sua cadeia de valor, desde a presença do consumidor no processo de produção, às redes inteligentes e aposta na comercialização de energia maioritariamente renovável. Destacamos as três principais tendências a que assistimos atualmente no setor: Novo conceito de consumidor O novo regime de produção de eletricidade em autoconsumo permite ao consumidor estar ativamente envolvido no início e fim da cadeia de valor. Em vigor em Portugal desde 2015, ano em que mais de 3.000 6 consumidores passaram a ser também produtores de eletricidade – prosumers – veio aumentar os desafios das distribuidoras na gestão do sistema elétrico. A micro-geração, que se traduz na produção de energia elétrica pelo próprio consumidor, através da utilização de equipamentos de pequena escala e usando fontes renováveis (maioritariamente painéis solares), surge como reflexo desta transformação. Tendo em conta a atual tendência para criação de redes elétricas com fluxos bidirecionais, abandonando a estrutura clássica das redes de distribuição, o consumidor final terá a oportunidade de vender a quantidade excedentária de energia à rede. É esta evolução do papel do consumidor, associada ao facto de este estar cada vez mais informado e exigente, que torna fulcral o conhecimento sobre os seus hábitos energéticos para desenvolvimento de soluções que permitam otimizar o processo de distribuição e práticas de consumo. O objetivo passa por incrementar a capacidade de planeamento das necessidades energéticas dos consumidores e de reação às mesmas, por forma a equilibrar a procura e a oferta de energia no mercado. Infraestruturas inteligentes No novo ecossistema digital, pessoas, objetos e sistemas interagem e comunicam quase constantemente, possibilitando o acesso a produtos e serviços cada vez mais personalizados e sofisticados. Para serem competitivas no mercado global, as empresas do setor de energia podem hoje recorrer a soluções que lhes permitem recolher e analisar, remotamente e em tempo real, a informação obtida a partir de diferentes objetos interligados em rede, para poderem aumentar a eficiência dos processos, agilizar decisões, resolver problemas, conhecer melhor o mercado, inovar serviços e reduzir custos. Exemplo disso são as smartgrids – redes elétricas inteligentes, as soluções Internet of Things (IoT) e as abordagens analíticas (modelos preditivos). Após uma fase de ensaios-piloto, os operadores e distribuidores de energia começam a investir em smart grids, solução que compreende um sistema de energia elétrica dotado de tecnologia de informação e de elevado grau de automação para que o sistema seja mais

75 a economia digital TENDÊNCIAS Necessidade de implementar uma Estratégia Digital de Excelência em portugal 2016 4.5 Energia TRANSFORMAÇÃO DO SETOR O setor está a atravessar uma fase de transformação materializada no emergir de novas tecnologias associadas à implementação de smart grids e geração distribuída. EVOLUÇÃO DOS COMPORTAMENTOS DO CONSUMIDOR Os consumidores estão cada vez mais conectados, sofisticados, informados e exigentes, utilizando canais digitais para uma cada vez maior abrangência de usos. PRESSÃO PARA REDUÇÃO DE CUSTOS A transformação do setor e a crescente exigência dos consumidores levarão a um aumento do número de contatos por canais diretos e respetivo custo. eficiente (económica e energeticamente), confiável e sustentável. Por outro lado, as soluções IoT estão a ter crescimento exponencial nos mercados mundiais, afirmando-se como um dos maiores motores de inovação tecnológica e económica, com 80% 7 das empresas do setor da Energia & Utilities a demonstrar interesse na adoção destas soluções, sendo as mais prioritárias nas áreas do smart metering e monitorização remota e de ativos. Estas soluções vêm permitir às empresas cruzar dados em tempo real, provenientes de diferentes aplicações ou dispositivos, para rapidamente melhorar ou criar novos serviços, e agregar informação do negócio para conhecer os clientes e operações. Simultaneamente, disseminam-se as abordagens analíticas, mais concretamente as preditivas, que resultam na capacidade de entender o comportamento atual e prever o comportamento futuro dos consumidores e infraestruturas, permitindo: Atuar antes que as falhas ocorram, garantido uma gestão mais eficiente das infraestruturas e a mitigação de riscos; Conhecer padrões de conhecimento dos consumidores, através da análise em tempo real de grandes volumes de dados; Prever preços e calcular momentos onde exista um maior retorno de energias alternativas, como eólica e solar. Do lado do cliente, os modelos analíticos têm impacto na otimização das campanhas e segmentação da oferta, potenciando a sua perceção e satisfação em relação ao serviço prestado. Sustentabilidade e eficiência energética A dependência de fontes de energia finitas, a desigualdade no acesso à energia e o aquecimento global representam três dos muitos temas que têm provocado uma crescente preocupação com as condições ambientais em que vivemos. O compromisso celebrado no recente Tratado Internacional de Paris, aprovado por 195 países, vai permitir o envolvimento de empresas e entidades públicas na procura de soluções mais sustentáveis no consumo de energia, tornando-as mais eficientes e responsáveis no seu papel social e ambiental. Uma das formas de consegui-lo é através de equipamentos que monitorizam os consumos de energia elétrica. Este processo permite adequar o consumo à real necessidade, eliminar consumos anómalos, automatizar consumos cíclicos e adequar a utilização de energia a variações naturais não previsíveis. Desta forma, é possível obter, para um mesmo nível de conforto e performance, um consumo de energia inferior, através da utilização racional e responsável dos recursos energéticos. 7 IDC, IoT Market Research, Portugal. Out 2015

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