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A Economia Digital em Portugal 2016

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a economia em portugal 2016 digital 6. Cidades e Territórios Digitais 128 5 CISCO IBSG Para a transformação digital ter sucesso é fundamental uma abordagem que inclua não só a tecnologia, mas também modelos de governança e estratégias para ligar tudo modelos de governança e organização dos serviços, dos cidadãos e dos processos de negócio, para definir estratégias e arquiteturas adequadas que permitam ligar tudo - pessoas, dados, processos, dispositivos e máquinas. Alguns dos desafios a ultrapassar incluem a existência de soluções legacy desenhadas com uma filosofia puramente vertical, vulnerabilidades na segurança dos dados, o transporte e processamento de elevados volumes de dados, bem como a capacidade de transformar esses dados em informação relevante. A necessidade de integração de sistemas complexos, exigindo recursos com competências qualificadas e elevado nível de especialização é outra das dificuldades sentidas. É urgente pensar a tecnologia, nomeadamente as redes de comunicação, como ativos estruturantes fundamentais numa cidade inteligente, vistos de uma forma holística, integrada e em escala, evitando duplicação de investimentos dentro de um determinado domínio. Isto passa por uma infraestrutura consolidada que assegure a ligação de todos os dispositivos e sensores existentes nas ruas da cidade, sejam controladores de iluminação pública, sensores de parqueamento, câmaras de vídeo, ou smartphones. Esta infraestrutura convergente deve prever plataformas de co-inovação, integrar diferentes protocolos de comunicação no acesso (tais como Wi-Fi, 3/4/5G, LoRa, Zigbee, etc.), implementar políticas de qualidade de serviço, disponibilizar recursos de computação distribuídos que permitam mover as aplicações e a analítica para os pontos mais extremos da rede e, portanto, mais perto da origem dos dados (FOG) e segurança endto-end, nomeadamente a encriptação dos dados desde o nível de acesso. O Wi-Fi, pelas suas características, aparece como uma tecnologia de acesso particularmente relevante no contexto das cidades inteligentes, representando uma infraestrutura básica para a digitalização, porque permite implementar soluções para os seus problemas mais críticos (por exemplo, o estacionamento, a gestão do tráfego, a iluminação, a gestão hídrica e de resíduos, etc.) através de uma infraestrutura de rede partilhada e inteligente. Ao mesmo tempo, esta solução permite disponibilizar não só conectividade a sensores e dispositivos, mas também dar acesso a um conjunto diversificado de utilizadores (funcionários municipais, cidadãos, visitantes, comerciantes, etc.). Internet de Tudo Atualmente estima-se que 99% 5 das coisas não estão ligadas. Isso significa que atualmente estarão ligadas cerca 10 mil milhões de coisas num universo estimado de 1.5 biliões. Como microcosmos da Internet de Tudo, as cidades poderão vir a ser dos principais beneficiários da possibilidade de ligar pessoas, processos, dados e coisas. Para isso, é necessário tirar partido desta oportunidade de aceder a dados que até agora eram inacessíveis e transformá-los em informação. Este novo paradigma irá permitir ganhos de eficiência sem precedentes. Big & Open Data O maior desafio em realizar o valor da Internet de Tudo consiste em conseguir extrair todo o conhecimento e inteligência dos dados disponibilizados pelos milhões de coisas ligadas. Os dados são a base da transformação digital, constituem a matéria-prima que conduz a melhores decisões, permite às organizações serem mais eficientes, oferecer melhores experiências aos clientes, parceiros e empregados e assim estabelecer relações mais produtivas e duradouras. Os dados e o conhecimento e inteligência que proporcionam estão na génese da verdadeira vantagem competitiva. Assiste-se a uma tendência global de progressiva abertura dos dados recolhidos pelas entidades públicas em variadas

129 a economia digital áreas, sendo vistos como um novo tipo de recurso público. Estes dados abertos (Open Data) podem ser usados nomeadamente para antecipar tendências sociais e económicas, para melhorar os serviços públicos, estimular a inovação e promover o crescimento económico. preditiva, histórica e em tempo real da realidade do território. Isto permitirá conhecer, em cada momento, o nível de serviço de cada operação, antecipar acontecimentos e conhecer o funcionamento em tempo real da cidade, assegurando uma visão coerente e homogénea do território. em portugal 2016 6. Cidades e Territórios Digitais Redes Sociais e Gamificação A presença digital das cidades e das companhias nas redes sociais exige uma transformação organizacional. Hoje uma percentagem significativa dos cidadãos é fortemente influenciada pelos posts e pelos comentários nas redes sociais e nos media. Por isso é determinante aplicar as melhores práticas na gestão de conteúdos, otimização de motores de busca (SEO), tag´s e hashtag´s para tornarmos mais eficiente e orientada a nossa presença nestas plataformas. Os devices móveis são a plataforma privilegiada para os utilizadores das redes sociais pelo que a estratégia deverá ser pensada privilegiando estes meios sob pena de sermos ineficazes na relação e fidelização dos utilizadores 6 . A dinamização de estratégias de gaming nas plataformas disponibilizadas aos cidadãos, pode, se bem desenhadas e comunicadas ser um indutor relevante no uso desse serviço, não só na componente de divulgação e disseminação da solução, mas também na formação dos utilizadores. Acima de tudo atuará na maximização do envolvimento dos utilizadores com o serviço. Plataformas de Inteligência Urbana As plataformas de inteligência urbana têm um papel central na integração das diferentes operações e sistemas que suportam o quotidiano dos territórios, mas acima de tudo na correlação de informação e na produção de conhecimento. Estas plataformas serão o cérebro dos diferentes centros de operações das autarquias disponibilizando informação Conclusões A digitalização das cidades é inevitável. Já existem muitos serviços municipais digitalizados, mas com o rápido desenvolvimento das tecnologias de computação cognitiva e Internet of Things este processo vai acelerar. A cidade vai tornar-se, progressivamente, um sistema de sistemas com uma miríade de dispositivos que falam uns com os outros e tornam o nosso quotidiano mais conveniente. Muitas decisões serão tomadas em tempo real, sem qualquer intervenção humana. A abertura de dados está a acontecer rapidamente em todo o mundo. Um estudo de 2013 da McKinsey estima um potencial de valor económico anual de três triliões de dólares proporcionado pelos dados abertos. Mas as arquiteturas tradicionais de comunicação e os sistemas programáveis de computadores convencionais não conseguem lidar com este nível de complexidade. Por isso são necessários sistemas cognitivos concebidos para compreender dados estruturados e não estruturados, raciocinar sobre eles e aprender. É também fundamental levar a analítica o mais perto possível das fontes que geram os dados, através de soluções de streaming analytics em arquiteturas FOG, disponibilizadas no nível de acesso da rede. Em todo o mundo as cidades estão a inovar, a aprender umas com as outras e a competir pelos melhores talentos. As líderes estão a concretizar o seu potencial pleno com a integração de funções, capitalização de novas visões, criação de eficiências em todo o sistema e colaborando de novas maneiras.• 6 Pela primeira vez em 2015 o tráfego de devices móveis excedeu o tráfego de desktop´s em 10 Países, incluindo o Japão e os USA. As plataformas de inteligência urbana têm um papel central na integração das diferentes operações e sistemas que suportam o quotidiano dos territórios, mas acima de tudo na correlação de informação e produção de conhecimento

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