88 33º Digital Business Congress THE STATE OF THE NATION OF COMMUNICATIONS KNS: Sandra Maximiano Presidente; Autoridade Nacional de Comunicações (Anacom) “Em breve, um novo operador entrará no mercado português. O que levará, esperamos, a uma reação criativa e saudavelmente competitiva dos operadores. Sei que existe algum receio sobre o impacto deste novo operador nas suas receitas. Mas a procura por conetividade está em expansão. O 5G, as redes virtuais privadas, industry verticals, a realidade virtual aumentada, trazem espaço para que as oportunidades sejam maiores que os riscos” “As oportunidades de negócio e de monetização do 5G são múltiplas e variadas. A Anacom tem contribuído para a dinamização destas oportunidades. Como facilitador de disponibilização de espectro para uso de aplicações inovadoras, autorizando ensaios e testes de tecnologia. E através da publicação de estudos de caso e exemplos de uso da tecnologia” “É impossível imaginar um mundo a funcionar offline. Estamos por default hiperconectados. Os serviços de telecomunicações são parte da vida das pessoas, das empresas, do Estado e dos governos. Fica o compromisso que a Anacom está preparada para o desenvolvimento da sua missão de promoção da concorrência e proteção dos utilizadores e consumidores, abraçando um ambiente de inovação seguro e de criação de valor económico para o desenvolvimento do sector e do país” Ana Figueiredo CEO, Altice Portugal “Continuamos com um desafio muito grande neste setor, com a perda de rentabilidade sentida nos últimos 15 anos, que se agravou no último ano. Assistimos também a uma série de operações de concentração. Os operadores têm procurado contrariar a perda de rentabilidade com soluções criativas de reinvenção do negócio e otimização da estrutura de custos. Mas precisamos de escala” “É cedo para falar na monetização do 5G. Tudo depende da adoção dos consumidores e empresas e das capacidades de desenvolvimento e investimento. Mas seguramente que temos de procurar soluções. A Europa está a perder competitividade económica e temos de procurar condições para que possa manter o seu modelo de desenvolvimento económico e social. Temos de promover não só políticas públicas e regulatórias, mas a qualidade e o acesso.” “Vivemos de sobreregulação na Europa. Não temos um player mundial da IA e já regulámos. Há uma necessidade urgente de compreensão do setor. Os factos e a realidade contrariam alguns modelos teóricos. A postura da nova Anacom é um primeiro passo nesse sentido. Ser queremos um dia criar um hub da economia digital no país temos de pensar de uma forma muito mais holística do que meramente na introdução da concorrência”
90 33º Digital Business Congress Luís Lopes CEO, Vodafone Portugal “A AdC permanece com dúvidas sobre a compra e parece que existe indicação para a resposta ser negativa. A Vodafone apresentou um conjunto de remédios mais forte que os apresentados para o negócio da Orange e da MásMovil em Espanha. Em Portugal, uma operação de concentração de uma empresa com uma margem marginal é vista como mais complicada do que uma fusão que resultou no maior operador móvel espanhol. A Vodafone olha para esta situação com uma perplexidade enorme” “O que existe neste mercado é uma concorrência quase instantânea. Há respostas constantes a promoções agressivas que são feitas, porque há uma guerra grande de tentativa de ganho de quota de mercado entre os três players. Concluir que o setor não é concorrencial porque os pacotes são parecidos é errado” “Se o setor fosse saudável e houvesse uma aposta estratégica nele, o que podia ter sido feito? É isso que temos de perceber. Temos assistido a grandes perdas de oportunidades, como a criação de mais centros de competências, nomeadamente do grupo, que são colocados noutros locais” Miguel Almeida CEO, NOS SGPS “Tenho pena de não ouvir no discurso da Anacom um ponto essencial: a função de utilidade e de maximização do valor para a comunidade passa por um equilíbrio entre rentabilidade e qualidade. Se à data de hoje não cobre sequer o custo de capital, num mercado tão pequeno, com um 4º operador a situação vai agravar-se de forma dramática” “Eu tenho consciência clara que as evidências demonstram que as autoridades competentes não estão aí, mas depois pode ser tarde demais. Quando na Europa se discute como se garante a rentabilidade e se inverte a tendência, nós estamos a dizer que uma operação de fusão que não muda estruturalmente o mercado não pode acontecer, e estamos a louvar a entrada de um novo operador como se fosse algo bom. Mas não é. Rapidamente veremos que não é” “Estava na hora de neste país existir um debate sério que envolva os operadores, regulador e o governo. Em Portugal não existe, mas na UE sim: trabalhar em conjunto para mudar as coisas. É importante que o novo governo permita isso, porque é benéfico para os múltiplos stakeholders. Tem ainda de estar na agenda do Executivo as medidas que permitam a sustentabilidade e o investimento. E parece que só há uma: a consolidação”
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