66 33º Digital Business Congress Graça Canto Moniz Coordenadora Estratégia para os Dados “A UE tem uma abordagem revolucionária, já que tem como principal objetivo tornar o acesso aos dados mais fácil. Porque são essenciais para a IA e facilitam a inovação no espaço comunitário. Portugal tem de acompanhar o esforço europeu nos dados nas várias áreas, sendo que esta matéria está hiper-regulada” “A arquitetura jurídica existe. Mas há o problema das pessoas: algumas não conhecem as regras e têm uma certa aversão ao risco e em dar acesso aos dados. Por outro lado, há dificuldades no armazenamento e nas infraestruturas e problemas de segurança e cibersegurança. Diria que o principal problema são as pessoas e o conhecimento que têm, não só das tecnologias, mas também do enquadramento jurídico que existe e daquilo que podem fazer. Diria que o ponto principal é mesmo o da literacia digital” “A UE está muito preocupada com a sua posição geopolítica nesta matéria. Porque vê os EUA com capacidade económica e capacidade de concentrar informação sobre as empresas e pessoas. E a China tem um modelo de governação de dados muito diferente. Bruxelas está à procura do seu modelo e padrão, com a preocupação de encontrar alternativas às big tech, que têm uma capacidade enorme de concentrar os dados. Nos pequenos e médios empresários, os esforços nacionais podem fazer mais a diferença do que uma perspetiva macro” João Gama Coordenador Estratégia para a IA “No âmbito da IA, há áreas em que Portugal pode ter um papel preponderante. Como no processamento da linguagem natural, com ferramentas computacionais para processar a língua portuguesa. Ou a oportunidade de ganhar relevância no mar. Ferramentas como robots ou submarinos autónomos podem ajudar a tirar mais partido e maior benefício económico do mar. Seriam duas áreas onde o país pode ter particular interesse em apostar” “Cada vez mais, as empresas usam ferramentas de IA. E estamos a promover e preparar nas universidades as gerações futuras que irão trabalhar na indústria. Há muita procura de pessoas com competências em análise e processamento de dados. Assim como de formação avançada em ciências de dados de quem está já dentro das empresas. Temos é de melhorar a oferta” “As empresas estão a ter uma atitude positiva face à IA. Percebem que há potencial para inovar e que o valor da inovação não se mede em euros, a curto-prazo. Portugal deve apostar na excelência. Para isso, financiamento e recursos são essenciais”
AI STRATEGIES IN EUROPE: NAVIGATING EXCELLENCE AND TRUST com um propósito. Daí ter sido criada regulação. É responsabilidade dos governos antecipar estes temas” Carme Artigas Ex-secretária de Estado para a Digitalização e IA espanhola; Presidente do Grupo de Alto nível das Nações Unidas para a IA “Na Europa, temos de atuar como um todo no mercado, porque temos concorrentes de peso, como os EUA e a China. O AI Act foi a primeira regulamentação mundial, promovendo um mercado único digital. O que nos traz um standard legal, técnico e moral. Trabalhámos durante quatro anos para encontrar o equilíbrio certo entre regulação e inovação” “O AI Act coloca o foco não só no futuro, mas também no presente. Pela primeira vez, a Europa está a dizer ao mundo o que não quer que a IA faça. Mostrámos valores e criámos um standard moral para o resto do mundo, centrado no ser humano. O problema número um da IA é a falta de confiança. A própria regulação responde a este problema, fornecendo transparência, controlo e confiança” “Há imensas oportunidades com a IA. Senão não se estava a investir tanto nela. O potencial desta tecnologia é imenso e vai continuar a evoluir, sempre com valores e controlo humano. Nunca como hoje tivemos tantas ferramentas para potenciar a transparência. Temos de ver o poder real dos controlos que estabelecemos nas nossas democracias. A IA tem de ser usada Siim Sikkut ex-CIO do governo da Estónia; Sócio-gerente da Digital Nation “A transformação digital de um país não acontece de repente. É um processo, que passa pela experimentação, pela aprendizagem, pela tentativa e erro. Para encontrar as soluções, há que testar o que funciona e o que não funciona. Não há garantias de que será tudo um sucesso. E nada se faz sem liderança e inovação, porque os riscos têm de ser assumidos” “Na Estónia, fizemos opções, experimentámos para perceber, incluindo em termos de regulamentação. Não a apressámos. Tentámos entender antes de avançar o que efetivamente precisávamos. Não inventámos nada, utilizámos o que já havia para fazer melhor, implementando projetos e espalhando o mais possível as sementes da mudança por todo o lado” “A IA é uma ferramenta para a democracia. Aumenta a transparência nos processos democráticos. E os governos têm de dar passos para usar estas ferramentas da melhor forma possível. Não são as tecnologias que fazem o mundo melhor, mas sim a forma como as usamos”
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