EM DEBATE qualidade de serviço, é preciso “olhar para o futuro e tentar perceber quais são as falhas de mercado e definir regulação adequada para lhes dar resposta”. O que é um grande desafio para os reguladores. Destacando que “ninguém fala de Portugal como um caso de sucesso. Mas somos um mercado que dá cartas”, entende que os players nacionais têm que ser mais ativos a nível europeu. “Existem muitas questões e poucas respostas. Estamos abertos a todas as discussões com o mercado. É fundamental para a visão de futuro”. No debate que se seguiu, moderado por Joaquim Carvalho Ribeiro, Associate Partner da Deloitte, estiveram em destaque temas como a mudança para o novo paradigma digital, assim como as grandes tendências e o seu impacto no mercado. Esta transição, que terá que ser feita com soluções inovadoras, é considerada inevitável. Para Sandra Ferreira, Chief Technology Officer da Microsoft, a “mudança de modelo para o paradigma dos serviços digitais, com soluções inovadoras, é inevitável”. Num mercado onde a criação de serviços digitais cada vez mais massificados já é uma realidade e não uma tendência, a aposta na cloud assume-se como fundamental no processo. E a tecnologia veio democratizar o acesso: “todos têm hoje acesso a todas as ferramentas tecnológicas. Estas põem os pequenos a par dos grandes. Dá-lhes uma capacidade grande”. Nos próximos anos, os temas em discussão serão a comodotização e a inovação em novas ofertas. E a cloud assegurará, na visão desta responsável, o desenvolvimento do mercado, conferir segurança a todo este movimento. A aposta no mobile será fundamental, já que permite aceder a tudo, à medida e com controlo. Por isso, o smarphone será “a porta de entrada fundamental para aceder a conteúdos”. Conteúdos onde hoje ainda persistem grandes diferenças entre mercados, como destaca Jorge Graça, administrador da NOS. Há ciclos de exploração distintos e complicados de gerir em termos económicos, para permitir que os “conteúdos fluam livremente”. “Temos um mercado de pay tv muito desenvolvido e muitos conteúdos disponíveis. Mas o balanceamento dos custos é complexo”. No caso dos operadores de comunicações, têm sempre a componente física – as redes – que são fundamentais. Mas há também os serviços para colocar em cima destas redes. E é nesta área que os operadores terão que se transformar. “Sob pena de serem ultrapassados por outros players, como os OTT, e de não serem competitivos”, alerta. Por isso, há aqui uma “fortíssima necessidade de transformação”, tendo que se definir temas fundamentais como serviço ao cliente e a oferta. Sessão Digital Single Market João Mendes Dias, administrador da Vodafone, não tem dúvidas de que “temos em Portugal redes e serviços de muita qualidade e condições competitivas muito agressivas”. Neste cenário, a Internet das coisas é um dos fatores de peso no que hoje se discute no mundo e na economia digital. E já há em Portugal um desenvolvimento muito grande de soluções próprias neste âmbito,
5 até porque, cada vez mais, estará tudo ligado. Para o orador, as redes, serviços, acesso, harmonização de legislação e transferir o controlo para o utilizador são os grandes objetivos no setor. Os operadores têm que garantir que as condições de acesso do mercado são as mais adequadas. Especialmente das empresas. Porque “o digital permite e exige uma transformação de toda a empresa”. Aqui, há um verdadeiro “trabalho de evangelização” dos operadores, mostrando todo o potencial disponível. O estímulo à economia digital passa também pelo combate à iliteracia, considera a responsável da Microsoft. “Temos que ter pessoas capazes de aproveitar os serviços”, o que se faz fomentando a adoção da tecnologia a todos os níveis. Até porque “Portugal pode ter um papel muito importante na economia digital”. Jorge Graça salienta ainda o país tem “uma base tecnológica extremamente avançada”, pelo que tudo depende de um ecossistema que ajude a fomentar inovadores. “Estamos claramente alinhados em querer fazer”. E João Mendes Didas reforça a ideia: “Há capacidade nacional já demonstrada. O pioneirismo na convergência de áreas das telcos e das TI contribuiu para isso”. A “homogeneidade da regulação é aqui fundamental”. DA INFORMAÇÃO AO CONHECIMENTO E num mundo onde a informação se multiplica, como conseguir ter conhecimento? O tema foi debatido na sessão ‘Da Informação ao Conhecimento: como criar valor’, que reuniu responsáveis das grandes empresas de TI presentes no mercado nacional num debate moderado pelo jornalista Idalécio Lourenço. Dados, cloud, mobile e social são as grandes dinâmicas do digital que convergem e que estão a mudar o mundo, como destaca Lara Campos Tropa, Diretora Divisão de Marketing, Comunicações e Cidadania da IBM. Sendo os dados o novo recurso natural, estão a redefinir as vantagens competitivas e a transformar indústrias e profissões, através de uma nova linguagem de negócio. O que também é potenciado pela cloud, que já não é uma mera opção tecnológica mas sim um novo modelo de negócio. Já o mobile e o social transformaram a forma como nos relacionamos. Hoje, todas as estratégias se centram e estão viradas para o cliente digital, que está a forçar a transformação das empresas. Perante esta oportunidade de negócio, “é preciso transformar rapidamente e atuar de forma decisiva, com capacidades analíticas para tomar decisões”, Sessão Da Informacao ao Conhecimento
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