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7 - Conferência | Digital Business Summit

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7 julho 2015 Pavilhão do Conhecimento

EM DEBATE Sessao Media

EM DEBATE Sessao Media Novos modelos de Negocio exemplos como o da RTP Plyaer e do TVI Player comprovam-no. Embora ainda falte fazer o caminho ao nível o modelo de negócio comercial, tendo em conta que o ecossistema ainda não está preparado para as novas formas de comercialização do vídeo. Estão ainda a ser adotadas novas formas de distribuição, como o France TV Zoom, da France Telecom. E nas ofertas premium de televisão, onde os OTT, sustentados na sua base de clientes, estão a evoluir para novos formatos. Ou ainda ofertas para os digital natives, como o Netflix. No final, quem vai ganhar esta guerra? Para este responsável, serão, para já os consumidores, que ficam com novas formas de consumir conteúdos que não eram sequer vislumbráveis há alguns anos. “De resto, isto não é uma guerra, é um caminho. Vamos ter de chegar a algum lado. E de certeza absoluta que será melhor para os consumidores”. A Fox está já a avançar com novas ofertas, respondendo aos atuais dois grandes vetores de transformação do consumo de tv: multiscreen e on-demand. Estes são particularmente relevantes no tipo de conteúdos que o grupo disponibiliza. Tendo em conta que na Europa, cerca de 20% do consumo de produtos Fox já é feito em modo não linear, avançou-se com o Fox Play, já disponível também em Portugal. Como explica Vera Pinto Pereira, Managing Director da Fox , “deixámos de pensar que fazemos e vendemos canais. Hoje, fazemos e distribuímos marcas com uma experiencia de entretimento e de conteúdos. Com critério editorial claro e conteúdos de qualidade e exclusivos. É um modelo de negócio muito similar ao do Netflix”, em linha com os novos tipos de consumo. E como combater a ameaça da pirataria? Como destaca Rolando Oliveira, administrador da Global Media Group, “a pirataria é um problema que resulta da dinâmica das telecomunicações. Nasce com os serviços de televisão avançados”. O desenvolvimento do mercado trouxe muito valor para a cadeia de valor. E a capacidade da largura de banda, aliada à crise atual, promove a pirataria, que afeta a indústria “em centenas de milhões de euros”. A resposta dos players tem passado por procurar alternativas em termos de ofertas, com novos pacotes, preços mais baixos e multiscreen. Que respondam a tendências como a mobilidade e o multiplataforma. E que garantam a monetização da oferta. O problema hoje é que os produtores de conteúdos não conseguem que os distribuidores lhes paguem o devido valor pela sua oferta nas respetivas plataformas. Este é um “jogo que vai sempre existir. Mas todos acreditamos,

11 operadores e produtores, que o ciclo virtuoso é sempre mais forte e tenderá a produzir melhores resultados”, diz Ricardo Tomé, Diretor Coordenador da Media Capital Digital. Defendendo que a produção de conteúdos tem que ter a colaboração de anunciantes, distribuidores e operadores, destaca que “falar de produtos exclusivos é natural para os produtores”, porque produzir conteúdos é caro e há que trabalhar cada vez mais depressa. O TVI Plyaer veio responder aos desafios do multiscreen e do mobile, assim como às novas formas de consumo, tanto on-demand como live. Mas as novas formas de distribuição têm que ter modelos de negócio rentáveis. O que com o desenvolvimento do mercado, nem sempre hoje é claro. É que se passou de uma situação, antes da internet em que o “negócio era mais simples”, vivendo-se da subscrição e da publicidade, para outra bem mais complexa. João Paulo Luz, Diretor Comercial para a Área Digital da Impresa, considera que de facto, com o online, os conteúdos chegam a muito mais gente, ganhando uma escala nunca antes alcançada. Mas instalou-se a ideia da gratuitidade da Internet, pelo que cobrar não é fácil. Acresce que na publicidade, de onde vinham as receitas, a competição não é hoje feita apenas entre produtores de conteúdos, mas sim com os “distribuidores, eles próprios concorrentes na captura da receita publicitária”. São players que assumem uma fatia muito grande do negócio publicitário, não produzem conteúdos e conseguem dominar e influenciar decisivamente o acesso a eles, ficando com uma grande vantagem competitiva. Resultado: “transforma por completo o negócio, porque este setor muito globalizado trouxe escalas completamente adulteradas relativamente às posições de força anteriores”. Hoje, “não existem posições competitivas e negociais equilibradas” e os produtores de conteúdos não têm capacidade negocial. Perante isto, o que fazer? Para o responsável da Impresa, ninguém tem soluções. Mas destaca duas certezas: a necessidade de reforçar a relação com os consumidores, nomeadamente através de parcerias com distribuidores para construir modelos de negócio; e ser relevante sempre, o que dá alguma garantia de sobrevivência. “Enquanto estejamos sobre conteúdos que interessam às pessoas teremos a garantia que sobre isso conseguiremos montar algum modelo de negócio. Mas é muito mais difícil e complexo do que era no passado”, considera. Mas há modelos de sucesso que ainda são sustentáveis, como o modelo free-to-air e o pay-tv, que continuam a “dar cartas”. O que é preciso é, usando as novas tecnologias, “empacotar a oferta de outra forma. É preciso reinventar a televisão. E muitos já o estão a fazer com novos formatos em novas plataformas”, refere João Galveias. E há muitas coisas que são possíveis de desenvolver, com inovação na distribuição, nas novas narrativas, na forma de chegar aos públicos. Personalizando as ofertas ao tipo de utilizador. Nomeadamente às novas gerações, que consumem cada vez mais via digital. “Se fizermos chegar os conteúdos de uma forma fácil e através dos meios que as novas gerações escolhem para consumir, eles não têm necessidade de os ir buscar de forma ilegal”, garante Vera Pinto Pereira. Ninguém tem dúvidas de que se trata de um grande desafio. Porque “é muito caro produzir conteúdos. É preciso talento e novas competências”, diz Ricardo Tomé. Considerando que este é um grande desafio, adianta que “o cliente vai sempre decidir. Nós temos é que experimentar e não ter medo”. E há oportunidades muito grandes, acrescenta João Paulo Luz. Nomeadamente nas redes sociais, cada vez mais grandes distribuidores de conteúdos. Apesar das posições negociais serem completamente distintas, em prejuízo dos produtores de conteúdos, o que cria “uma série de ameaças”, o importante “é saber qual é o sentido em que devemos caminhar, irmos errando e corrigindo. É isso que de uma forma geral se tem feito em Portugal. Portugal é um bom exemplo de boas práticas, embora sejamos muito penalizados pela questão da escala”.

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