SECÇÃO HEALTHY & SUSTAINABLE CITIES - NOVO NORMAL NAS CIDADES DO FUTURO Joel Silveirinha Head of Digital Transformation Smart Cities, Country Digital Acceleration Switzerland, Cisco “Temos realizado parcerias com governos e empresas para o desenvolvimento de novas soluções tecnológicas. Para criar soluções em ecossistema, usando nomeadamente um fundo de investimento que a Cisco disponibiliza para a aceleração nos novos projetos digitais. Já temos uma rede em mais de 35 países” “Quando surgiu a pandemia, tínhamos muitas iniciativas e soluções para usar ferramentas de videoconferência e foram criados novos serviços, com novos focos. Por exemplo, na Suíça, tem-se apostado em ligar as comunidades mais remotas com as nossas plataformas de videoconferência. Os governos têm de continuar a funcionar, de uma forma segura para todos” “A grande vantagem de o setor privado trabalhar com o setor público é a facilidade com que podemos trazer especialistas de outros países para criar as melhores experiências e práticas e maximizar o impacto que podemos ter. Acelerando a implementação das estratégias que vão trazer mais resiliência para governos e autarquias” Paulo Santos Expertise Executive Lead, Axians “Quando olhamos para os interlocutores que estão à frente das cidades, de facto têm uma realidade muito complexa e um grau de incerteza crescente. No momento atual, há várias questões que podemos colocar que ainda não têm resposta, pois não sabemos o que vai acontecer. Há muitas perguntas para as quais ainda não temos respostas claras” “Mas uma coisa é certa: precisamos de mudar de paradigma, apoiados em tecnologias emergentes que ainda não estamos a aproveitar na totalidade. Criando cidades mais proativas, onde os autarcas possam ter a sua capacidade reforçada com um layer de inteligência. A gestão inteligente e proativa das cidades deverá assentar em quatro pilares tecnológicos: dados, IA, IoT e 5G” “Agregar dados das autarquias, da Administração Pública central, das empresas públicas e privadas e de todas as coisas que compõem uma cidade, numa lógica de colaboração global, é fundamental para gerir melhor e para maximizar as experiências de utilização urbana dos cidadãos”
9 Tratou-se de “um esforço muito grande, mas que deu resultados”, resultando desta experiência uma “uma visão holística e uma mudança de paradigma no ensino”, suportada na tecnologia. Com os ensinamentos retirados, o município está agora a avançar para uma nova abordagem do ensino, “suportada numa base tecnológica e numa infraestrutura fortes, que são um requisito essencial, até porque as escolas continuam a ter grandes debilidades”. O objetivo é dar ao sistema educativo da região de todas as condições para, no futuro, ter capacidade de resposta imediata a novas situações. TECNOLOGIA É ESSENCIAL Mas qual deverá ser a transformação das abordagens das autarquias para responderam aos desafios da pandemia e às novas e urgentes necessidades dos cidadãos? Tiago Costa, Western Europe Senior Partner do Kaizen Institute, defende que, olhando para os processos autárquicos, tem que se fazer uma reengenharia de processos, garantindo que se elimina o desperdício (ou seja, as tarefas que não acrescentam valor) e há um foco no serviço ao cliente/cidadão/munícipe. Nos projetos que tem em curso, o objetivo é conseguir, na ótica do munícipe e utilizador dos serviços autárquicos, uma maior rapidez e qualidade de resposta. Este responsável deixa ainda claro que, também ao nível autárquico, o teletrabalho é um modelo que veio para ficar, depois da pandemia ter acelerado os processos de trabalho em cerca de dez anos. E tem todas as vantagens, tanto do lado do munícipe, que tem respostas mais celebres, como do lado do colaborador autárquico, quer obtém maior otimização de processos. E ainda da autarquia, já que com o trabalho remoto se libertam espaços para outros fins. Joel Silveirinha, head of Digital Transformation Smart Cities e Country Digital Acceleration da Cisco Switzerland, conhece bem a forma como os governos nacionais e locais se tiveram de ajustar aos condicionalismos da pandemia. O grupo que integra tem apostado na ajuda ao setor público ena realização de parcerias para criar valor em ecossistema, nomeadamente através do programa Country Digital Acceleration, que já criou uma rede de 35 países, incluindo Portugal, para desenvolver soluções tecnológicas e projetos digitais. A plataforma Cisco WebEx, por exemplo, está a ser utilizada e reajustada para responder às necessidades do setor público nestes tempos de emergência. Na Suíça, é usada para ligar as comunidades mais remotas ou para permitir a autarcas e políticos continuarem a criar, rever e aprovar propostas de lei de forma virtual. “De facto, o maior acelerador do digital foi a Covid-19”, destaca. E a “grande vantagem do setor privado trabalhar com o setor público neste tipo de programas é a facilidade com que podemos trazer especialistas de outros países para criar as melhores experiências e práticas e maximizar o impacto que podemos ter em todos os países. Acelerando a implementação destas estratégias, que vão trazer mais resiliência para o governos e autarquias”. Mas como é que a adoção de tecnologia pode ajudar as cidades na resposta a estes desafios e quais são as tendências tecnológicas que estão a surgir? Paulo Santos, Expertise Executive Lead da Axians, começa por destacar que “os interlocutores que estão à frente das cidades têm, de
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