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56 - O Futuro com o 5G na Indústria

A inteligência está a chegar a tudo

TALKOMMUNICATIONS –

TALKOMMUNICATIONS – “O FUTURO COM 5G NA INDÚSTRIA” Paulo Jorge Ferreira Reitor, Universidade de Aveiro “A fábrica do futuro será impossível sem o 5G. Terá custos mais baixos, sem comprometer a segurança e o desempenho. Aveiro é um centro para experimentação da indústria há bastante tempo e agora precisamos de aplicações concretas da Indústria 4.0. Os projetos atrasaram-se com a pandemia” “Se as indústrias sentirem os problemas, sentirão as necessidades e evoluirão. O investimento pode ser mais elevado, mas acaba por pagar-se rapidamente” “Se olharmos a uma indústria em transformação, precisamos de uma universidade em transformação. Se a indústria 4.0 exigir uma universidade de geração seguinte, temos que o conseguir. As competências da força de trabalho têm que estar alinhadas com as novas exigências de emprego” Será a combinação do 5G com a cloud computing e a inteligência artificial que vai permitir, na indústria, a automação e robótica avançadas, o machine learning e a advanced data analytics. Com essa convicção, a Bosch criou uma 5G Incubater que inclui várias empresas do grupo e 18 provas de conceito que estão em marcha em todo o mundo. Em Portugal, estão a iniciarse três delas, uma das quais em parceria com a Huawei e a Universidade de Aveiro (UA). Esta cidade e a sua universidade têm funcionado como um centro de experimentação para a indústria e a aposta mantém-se com o 5G. Paulo Jorge Ferreira, Reitor da Universidade, destaca a importância das atividades desenvolvidas enquanto “centro de experimentação vertical da indústria, com combinações tecnológicas de impacto”. O desenvolvimento de aplicações concretas para a indústria 4.0, os transportes e a energia, são atividades que têm desenvolvido, embora a pandemia tenha atrasado o processo. É o caso do projeto com a Bosch e Huawei, que ainda está em fase de instalação. Antecipa-se que envolva a implementação de tecnologia IoT, inovação nas áreas da robótica, realidade aumentada com transição de vídeo em tempo real, maior número de dispositivos e monotorização e linhas robotizadas a poderem ser comandadas remotamente. Já no caso da Bosch, o caso de estudo ainda está em fase de planeamento. Para o líder da UA, a universidade tem de avançar sempre em conjunto com as evoluções tecnológicas, num trabalho “que é muito conduzido pelas necessidades da indústria, que está em grande transformação”. Até porque a universidade se assume como um laboratório de

7 comunicações, independentemente das necessidades da indústria”. O responsável da Huawei não tem dúvidas de que, para já, “o 5G será uma tecnologia complementar”. Mas nenhuma conseguirá ser tão transversal, já que pode estar em todo o lado e todos na mesma rede e na mesma plataforma. “A grande mais-valia do 5G é a ubiquidade da conectividade. Claro que as tecnologias existentes permitem já o desenvolvimento de soluções e a digitalização das fábricas e há muito que pode ser feito, mas o 5G vai trazer a agregação da conetividade, que permite tirar partido transversal de todas as mais valias”, explica. “Para introduzir a tecnologia 5G no mercado mais depressa, optou-se pelas bandas mais baixas de espetro, mas à medida que o número de uses cases aumentar, a procura vai crescer e a largura de banda que existe vai começar a esgotar-se, pelo que teremos que passar para larguras de banda mais altas”, acrescenta o reitor da UA. Quanto à capacidade de investimento ou à falta dela, na conjuntura atual, considera que “se as indústrias sentirem os problemas sentirão as necessidades e evoluirão. Vai acontecer. O investimento pode ser mais elevado, mas pagase rapidamente”. Neste âmbito, o Plano de Recuperação e Resiliência apresentado pelo Governo terá um papel a desempenhar ao prever uma reindustrialização do país e uma nova abordagem baseada no conhecimento. Alinhar as competências da força de trabalho com as novas exigências das empresas será também essencial, o que levará a um realinhamento de competências nas universidades. E como vêm os oradores a fábrica inteligente do futuro? Samuel Ferreira refere “a tecnologia ubíqua, com tudo ligado e conectado, em ambiente colaborativo, com interação entre cliente, produto e empresa e com previsão do futuro”. Já António Pereira antecipa uma fábrica “on-demand, com produção sem tocar, e tudo centrado no cliente e numa procura diferenciadora e cada vez mais individualizada. E, através de aprendizagem e inteligência própria, com decisões para otimizar processos e recursos”.

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