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54 - O Futuro com 5G na Saúde

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"Canivete suíço" para a mudança

TALKOMMUNICATIONS –

TALKOMMUNICATIONS – “O FUTURO COM O 5G NA SAÚDE” A VISÃO DOS PROTAGONISTAS DA SAÚDE: LUÍS MENEZES, CEO DA UNILABS Qual considera ser o potencial de utilização das redes 5G no setor da Saúde, sobretudo se conjugadas com outras tecnologias, nomeadamente a IA ou a realidade aumentada? A imaginação poderá ser o limite para novas soluções? O 5G vai ser uma arma crítica para o setor, pela lógica do real time, permitindo trabalhar de forma totalmente nova, nomeadamente no trabalho à distância. Será essencial, porque permitirá uma lógica de real time management do sistema de saúde, tornando possível, por exemplo, combinada com a realidade aumentada, utilizar a robótica para a realização de intervenções à distância. Há já exemplos disso. Na nossa área, do diagnóstico, vai permitir fazer a análise dos dados que recebemos, o que nos permitirá oferecer muito mais possibilidades ao cliente em áreas como as análises clínicas, a cardiologia ou a radiologia. Até correr algoritmos de IA em cima desses dados, no momento da sua recolha, e não apenas retrospetivamente, como hoje. Tendo em conta os uses cases que já desenvolveu ou espera desenvolver, quais as ambições que tem com o arranque comercial do 5G para a sua empresa/grupo? Acima de tudo, queremos olhar para o 5G como uma alternativa em algumas zonas onde estamos atualmente. Os uses cases vão claramente ser mais para a área de imagem, onde a inclusão do volume de dados que queremos transmitir é elevado. Mas ainda estamos a pensar neles. Quem beneficiará mais com o 5G? O setor público ou privado? Tudo dependerá mais da capacidade de investimento ou de inovação? Creio que estará tudo mais dependente da capacidade de inovação que da capacidade de investimento. O tema será onde é que queremos aplicar o 5G e o setor vai ter de fazer opções. Acho que para a área cirúrgica poderá ser fundamental, permitindo cirurgias à distância, utilizando-se a robótica, tornando tudo mais simples e com redução dos preços, com os cirurgiões a trabalhar até a partir de casa. Mas tudo dependerá de cada player em concreto. O 5G vai trazer rapidez, grande capacidade de transmissão de dados e baixa latência, permitindo trabalhar quase em real time, de e para qualquer parte do mundo. Por isso, o que se deve perguntar é o que nós, enquanto setor, podemos passar a fazer em termos de novas ofertas. O 5G, em tudo aquilo que tem componentes invasivas, com a capacidade de robótica que está a ser desenvolvida, pode ser uma alternativa para oferecer serviços em regiões mais distantes que não dispõem de médicos, com novas ofertas de saúde à distância. A imaginação de cada um é que vai determinar o que vai acontecer. Acha que será necessário, para garantir uma verdadeira criação de valor, ter um ecossistema que envolva todos os stakehol-

9 ders, incluindo o Estado, para acelerar a implementação da tecnologia? No mundo ideal sim. Infelizmente, o Estado não tem por vezes a agilidade e outras vezes não tem a vontade de fazer coisas em conjunto. Podem querer ser mais rápidos e querer fazer acontecer de forma diferente, mas têm um conjunto de condicionantes, quer políticas, quer de recursos humanos, que fazem com que, por exemplo, a realização de pilotos em conjunto que poderiam criar valor seja difícil de concretizar. Existe uma relação de cooperação e complementaridade entre o Estado e o setor privado na Saúde, que é a base sobre a qual o SNS está desenvolvido. Mas é muito complicado, quando há trabalho de cooperação em novas áreas a desenvolver, porque os sistemas são diferentes, há várias entidades envolvidas e a decidir, há a questão da proteção de dados, o tema político… O stakeholder management nos privados é mais fácil. No público, para além da vontade política, tem de haver vontade as entidades envolvidas. Às vezes, os decisores políticos querem executar, mas as realidades locais não o permitem. Outras vezes, há falta de capacidade ou há líderes que não acham adequado… Não se trata de um tema não é de cooperação, porque ela existe. Mas para este tipo de pilotos, é como se o Estado fizesse o seu caminho sem aproveitar a possibilidade de usar a experiência do privado. Trata-se basicamente de um tema de stakeholder management, que no Estado é complexo. A regulamentação do setor poderá ser um entrave à rápida e eficaz implementação do 5G no setor? Não acho, não é um tema. O setor é superregulado, mas está devidamente regulamentado para usar as novas tecnologias. Há já muitos uses cases em marcha.•

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