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41 - Digital Business Breakfast | Powering the Industries of the Future

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4 dezembro 2018 Pestana Palace Hotel

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Digital Business Breakfast Rafic Daud Co-founder, Undandy “Estamos a criar a nossa própria fábrica. Não porque queiramos ser industriais, verticalizar e ganhar mais margem, mas porque não conseguimos um produtor que nos faça sapatos. É a visão do todo. A indústria do calçado não está preparada para esta revolução” “O principal bottom neck do negócio é a produção de sapatos. Temos que ter uma indústria que acompanhe o ritmo a que tudo está a mudar. Sem ela, não vale a pena escalar” “Um dos grandes desafios é que a velocidade da disrupção é tão grande que o que era válido há um ano atrás passa a ser inválido. A necessidade constante de aprendizagem é assustadora nas empresas nativas digitais. Temos que ter pessoas certas e criar uma verdadeira cultura de aprendizagem. É esse o principal ativo que temos” atores seja win-win. Países como Portugal, onde a indústria é composta por PME, correm riscos no novo mundo, porque as suas empresas são mais vulneráveis, tanto às disrupções tecnológicas e a eventuais fusões e aquisições. Mas, como refere o orador, há também uma vantagem a explorar: a capacidade de levar rapidamente a proposta de valor ao mercado, se perceberem qual o seu papel, o que querem e para onde vão. E não há que ter medo da indústria 4.0 e de investir nela. “Uma das grandes vantagens das novas tecnologias é que se podem simular soluções, podem-se criar provas de conceito. O que tem várias vantagens: é gradual, não é invasiva, não é inflacionária e é costumizada. Portanto, não tenhamos medo. A maioria das empresas estão orientadas a temas de eficiência, mas uma das áreas mais importantes nos próximos 3 anos será a mudança do modelo de negócio”, alertou. MERCADOS DIFERENTES, PRÍNCIPIOS SIMILARES Atentas ao processo de transformação digital, as empresas dos vários setores estão a implementar os respetivos processos de mudança e a adotar tecnologias para ganharem capacidade de resposta, como ficou claro no debate que se seguiu, moderado por Shrikesh Laxmidas, Diretor Adjunto do Jornal Económico, que juntou responsáveis de empresas totalmente distintas: uma gigante de energia, uma farmacêutica e uma startup digital com um modelo de negócio disruptivo. Na Galp, Carlos Costa Pina, vogal da Comissão Executiva, refere que para responder à alteração do paradigma do mix energético, com a cres-

9 cente aposta na descarbonização da economia, a empresa está a adaptar-se e a entrar em novas áreas. Mas este desafio não pode ser vencido sem o recurso à tecnologia, através da digitalização. Por isso, este tema é, a par da descarbonização, um dos principais desafios com que se confronta. O gestor concorda com a opinião de Josu Ugarte de que se é verdade que a digitalização é uma questão de tecnologia, essa não é a questão central. Tudo tem que começar pela “definição prévia do que queremos fazer com o nosso negócio e de que maneira queremos usar a tecnologia ao serviço da sua otimização. Estamos a desenvolver várias iniciativas no domínio da digitalização para nos prepararmos para o futuro”. Na agenda interna de transformação da Galp, destaca quatro dimensões fundamentais. Primeiro, o ambiente de trabalho, com a preparação do verdadeiro posto de trabalho digital, que tem o dom da ubiquidade, com trabalho flexível, versátil e numa lógica multidevice. Depois, a relação com clientes, que se está a melhorar e a desmaterializar. Segue-se a otimização de processos e a transformação de produtos, onde a empresa recorre cada vez mais a génios digitais para otimizar a gestão de ativos e melhorar a capacidade de manutenção dos equipamentos, aumentando o nível de eficiência dos processos. Por fim, a transformação dos produtos e serviços, preparando respostas para novos desafios, como a mobilidade elétrica e partilhada. Já para Paulo Clímaco Lilaia, CEO da Generis, farmacêutica nacional que integra um grande grupo indiano, se a digitalização e a incorporação de tecnologia são absolutamente críticas para todas as empresas e quem não o fizer vai ficar pelo caminho, nesta indústria há uma outra componente fundamental: ter escala. O gestor está a preparar a primeira fábrica do grupo em Portugal, que será o hub industrial para a Europa, e que terá que ser “verdadeiramente eficiente em termos de custos”, através da introdução de muita tecnologia, digitalização e trabalho com os dados. Com estas caraterísticas e recursos humanos preparados, provavelmente as empresas europeias, incluindo as portuguesas, terão capacidade de serem competitivas com localizações que hoje são ainda mais económicas. “Somos um país pequeno que pode fazer com que as coisas aconteçam mais rapidamente. A velocidade hoje em dia é absolutamente crítica, sob pena de não se sobreviver”, defende. Já a indústria do calçado não está preparada para a disrupção que está a chegar. Pelo menos pela experiência de Rafic Daud, co-founder da Undandy, uma startup que criou há cerca de dois anos, com um modelo de negócio inovador: a venda de calçado costumizado através de uma plataforma digital. Apesar do modelo estar comprovado – passaram de vender 10 pares de sapatos por mês para 3,5 mil pares em novembro último – o facto é que o projeto continua com dificuldades em encontrar quem produza o seu calçado. Por isso, e com quase 10 milhões de euros de faturação prevista para 2019, a Undandy está a preparar-se para entrar na indústria de produção, criando a sua própria fábrica. “Não porque queiramos ser industriais, verticalizar e ganhar mais margem ou dar um serviço mais controlado, mas porque não conseguimos outro produtor que nos faça sapatos desta forma. É a visão do todo. Este é ainda um setor que está

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