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35 - Digital Business Breakfast | Como está a IOT a mudar os negócios?

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20 junho 2018 | Myriad Crystal Center, Parque das Nações

DIGITAL BUSINESS

DIGITAL BUSINESS BREAKFAST Rui Assoreira Raposo Administrador Executivo, José de Mello Saúde “O que vai acontecer, cada vez mais, é deixarmos de estar numa cultura hospital egocêntrica, a que temos hoje, para passarmos para o paradigma da prevenção. Aqui, a IoT terá um papel como não há” “O ministério da Saúde é mais o ministério da doença. Investe na vertente curativa e não na prevenção. Não há qualquer incentivo para a sociedade e as pessoas investirem na sua saúde. Enquanto continuar assim, como operador, tenho que ler os sinais do mercado e alinhar a operação, para poder capturar as oportunidades que existem” “É muito mais barato prevenir do que remediar. Temos que investir na promoção da saúde e manter as pessoas fora do hospital. Em Portugal é o inverso e, por isso, o primeiro desafio é mudar o sistema”. ecossistemas. É isso que vamos ver acontecer com muita preponderância nos próximos anos”, prevê. O caminho para os bancos só poderá passar por se assumirem como nova plataforma, criando um ecossistema. Neste, estão as fintechs, que vieram ajudar a estimular a inovação e a alterar a regulação. São “mais uma peça do ecossistema”, diz. Mas o gestor do BPI concorda com a opinião dos restantes membros do painel de que “há muitas dúvidas sobre o é que vai ser esta mudança para todos os setores. É que, ao contrário de algumas outras transformações do passado, esta exige colaboração entre os vários players para acontecer. Não é uma coisa que possamos fazer sozinhos”. Também Carlos Costa Pina destaca que muita da inovação do setor tem sido gerada “sobretudo por empresas de menor dimensão e de base 100% tecnológica. Com isso, têm tido um efeito disruptivo”. Perante a emergência destas, as energy techs, que se assumem com uma matriz estritamente tecnológica e oferecem um bundle de serviços de energia, as empresas tradicionais do setor têm duas alternativas: ou agem para assumir e liderar projetos desta natureza, ou passam a ser apenas fornecedores energéticos de marca branca. Acrescenta ainda que podem até ser complementares, uma vez que a escalabilidade das soluções tende sempre a ser apropriada pelas empresas de maior dimensão. O que significa que há oportunidades para ambos os perfis de empresas. O gestor garante que “não se pode, de modo nenhum, perder este campeonato”, devendo manter-se sempre a ligação e relação com o cliente final. É o que a Galp está a fazer,

11 com a recente compra de uma participação relevante numa tecnológica espanhola de comercialização, contratação, ativação e faturação de eletricidade. Já na saúde, a tecnologia está a ajudar a redução de custos, mas também a provocar uma disrupção. Para Eduardo Romano, é mesmo um acelerador da mudança de paradigma. Mas mais do que novos concorrentes tech, o problema é outro. “Há que alinhar os interesses e incentivos, para que o modelo de negócio efetivamente evolua, ou então nada acontecerá”, referindo-se concretamente à opção política por uma medicina curativa, ao invés da preventiva, o que obriga operadores como a José de Mello a alinhar a sua estratégia com esta opção, para poder aproveitar as oportunidades de negócio. “É muito mais barato prevenir do que remediar. Temos que investir na promoção da saúde e manter as pessoas fora do hospital. Em Portugal é o inverso e, por isso, o primeiro desafio é mudar o sistema”. Questionados sobre a mudança de paradigma da IoT, ao passar-se de um cenário de escassez de informação para a abundância, todos admitem que muda muita coisa. Para Eduardo Romano, “quase todos os setores já se baseiam extensamente em dados”. O problema é que se as empresas conhecem as tecnologias de guardar, manipular e obter informação a partir dos dados, não as dominam. Por isso, é preciso “mais uns anos de tecnologia e de conhecimento. O grande desafio a cinco anos será o de obter talento que saiba e que queira trabalhar estas áreas”. Também o gestor da Galp adianta que “dados, informação e conhecimento são coisas diferentes que há que saber separar. Se as confundirmos será inútil”. É preciso saber segmentar, no universo dos dados, qual é a informação relevante e aplicar e produzir conhecimento com base nessa informação, para se poderem estruturar modelos de negócio que sejam viáveis. Nesta dimensão, “a tecnologia e a inteligência artificial associada dão uma grande ajuda”. Rui Assoreira Raposo destaca o facto de, com o advento da tecnologia, o principal desafio ser o surgimento de novas competências e profissões. “Como sociedade temos que estar preparados para isto”, porque a realidade mostra a dificuldade em encontrar talento. Acresce a preocupação com a segurança dos sistemas e com a privacidade: “a informação que temos tem um valor inestimável, se for bem utilizada. Mas também pode ser mal aplicada e resulta em situações perigosas. É um tremendo desafio”. A segurança é também uma das grandes preocupações de Francisco Barbeira. “Os clientes têm que sentir que a informação é recolhida de forma segura. No espaço da IoT, há aqui muita coisa para fazer”, diz. Acresce o cibercrime, que tem que ser olhado com muita atenção, tal como a privacidade. “Corremos o risco de nos afastarmos de uma sociedade que olha para o tema da privacidade de forma deontológica, para a olhar de forma utilitária. O RGPD é, por isso, fundamental. O cidadão tem hoje mais poder, mas também mais responsabilidade”. Para o responsável do BPI: “como sociedade, temos que manter debaixo de olho este tema”.•

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