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23 - Digital Business Dinner | Mário Vaz, CEO Vodafone

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17 mai 2017 | Hotel Dom Pedro Palace

DIGITAL BUSINESS

DIGITAL BUSINESS Dinner “Temos muito para fazer” Num mercado onde os operadores competem de “forma árdua”, Mário Vaz reitera as críticas ao regulador na decisão de não abrir a fibra da PT e promete não baixar os braços: “temos muito para fazer com o que temos hoje”. Crescer em quota e rentabilidade do negócio é a meta para a Vodafone Portugal. No primeiro encontro do ciclo de 2017 dos Digital Business Dinners APDC, onde foi o orador convidado, o CEO da Vodafone Portugal lamentou a decisão do Governo de voltar a aumentar as taxas do espectro, agora em 10,7%, sobretudo tendo em conta que os valores já cobrados ao setor são dos mais elevados da Europa. Salientando que os operadores já têm experiência nas penalizações por parte dos governos anteriores - este foi o terceiro aumento nos últimos cinco anos - destaca a necessidade de “dar condições ao setor para continuar a investir. Não é com taxas e taxinhas que vamos ser mais competitivos”. Numa iniciativa moderada por Alexandra Machado, do Negócios, Mário Vaz mostrouse preocupado com a instabilidade criada por decisões como esta, num setor que investe a longo-prazo e onde a estabilidade é decisiva. É que as telecomunicações são fundamentais para os atuais modelos económicos de competitividade e um verdadeiro motor de crescimento nacional, pelo que não podem ser postas em causa. “O Governo tem a tentação de olhar para o EBTIDA e para os muitos milhões que este negócio tem necessariamente que gerar e dizer: vamos ali buscar dinheiro. Isso é preocupante”, acrescenta, Sem espaço para contestar o novo aumento das taxas, o gestor adianta que é “possível demonstrar não são razoáveis nem fazem sentido”, até porque em Portugal já se pagam os níveis mais elevados da Europa. O problema é que” entre a razão e o excel, para se chegar a certos objetivos, acaba sempre por ganhar o excel orçamental”. E teme o que possa vir a acontecer no leilão de 5G, quando se avançar. Aqui, “não deve haver precipitações. Até porque ainda temos muito que retirar do 4G e o país tem provado isso”. CONCORRER DE FORMA ÁRDUA Acresce a extinção das tarifas de roaming desde 15 de junho. Para Mário Vaz, esta decisão de Bruxelas terá um impacto significativo nas contas dos operadores. No caso do grupo Vodafone, em termos europeus perdeu 150 milhões de

3 Mário Vaz teme o impacto negativo do novo aumento das taxas de espetro e da extinção do roaming. Investimentos e preços ao cliente poderão esta ameaçados euros no exercício fiscal terminado a 31 de março último e no atual exercício deverá perder mais 300 milhões. Num setor onde a rentabilidade é cada vez mais reduzida na Europa, competindo com outras geografias com realidades diferentes, antecipa consequências: “ou não haverá mais investimento para o futuro ou isto vai ter que se repercutir nos consumidores. Ninguém investe não tiver se o retorno adequado”. Portugal será dos países que mais perderá, tendo em conta o fluxo turístico cada vez maior, “porque o que vai ter que investir para acomodar esta elasticidade de utilização é muito significativo”, garante, citando estimativas que mostram que só nos dados a utilização aumentará cerca de sete vezes. Para o gestor,” a história do roaming já aconteceu e vai ficar nos livros, sendo provavelmente o caso mais estudado de algo que não devia ter acontecido”. Trata-se de uma decisão política ao nível europeu que traz consigo uma grande complexidade de implementação. Para já, a Vodafone está a apostar no corte de custos, através da procura da eficiência em todas as áreas, para compensar a perda de receitas, sem pôr em causa a qualidade do serviço ao cliente. Para 2017, Mário Vaz antecipa que o mercado como um todo terá crescimentos modestos, entre 1% a 2%, depois de ter estado perto dos 0% em 2016, até porque ainda está por definir o impacto, em dimensão e escala, do aumento das taxas de espetro e da extinção do roaming. Mas garante que “competimos muito entre ope-

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