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17 - 26º Digital Business Congress

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28 e 29 set 2016 | CCB

26º

26º Digital Business Congress cura pelos seus serviços no nosso território, noutras geografias ou prestando serviços a partir de Portugal para o resto do mundo. Não só a capacidade de gerar negócios é superior à disponibilidade de técnicos no nosso mercado como os que existem são alvo de propostas de contratação por empresas situadas noutras geografias, com base em condições salariais e fiscais muito mais interessantes. O nosso setor vive uma situação de pleno emprego, mas é capaz de gerar mais emprego, sendo assim necessário criar condições para formar de raiz, qualificar e requalificar ao longo da vida um largo conjunto de profissionais. Para atacar as barreiras acima referidas, considera-se necessário: ■ Criação de mecanismos de incentivo para processos de transformação/modernização das empresas. Já existem alguns mecanismos associados ao Portugal 2020, mas estão muito ligados a mecanismos de inovação e I&D e não de transformação e modernização. Exemplo prático de uma medida desta natureza poderia ser a majoração destes investimentos nos custos deduzidos em sede de IRC, em linha com a otimização/redução que o plano de Governo tem já previsto para a redução progressiva das receitas neste imposto, mas desta feita descriminando positivamente empresas que fariam investimentos específicos neste domínio; ■ As necessidades de inovação ligadas às TI possuem vários denominadores comuns. Uma excelente medida seria fomentar a mutualização do desenvolvimento de plataformas/propostas inovadoras que, posteriormente, possam ser reutilizadas e especializadas com base nas necessidades específicas de cada uma das empresas. Recorrendo a mecanismos já conhecidos de financiamento, como o crowdfunding, tratar-se-ia de adaptá-los ao mundo empresarial que em grupo financiaria um conjunto de inovações com base num plano comum pré-aprovado. Esta prática é muito comum em indústrias extremamente competitivas, como é o caso da indústria automóvel, pelo que poderia ser perfeitamente adaptada ao nosso setor; ■ Promoção do setor junto dos alunos das escolas secundárias, por forma a encontrar novas vocações e, em maior número, para fazer face à procura que se estima continuar a aumentar nos próximos anos; ■ Recorrer ao ensino técnico-profissional como fonte de recrutamento de técnicos qualificados; ■ Aproximar as empresas de setor do sistema científico e tecnológico nacional, para ajustar os curricula dos cursos das instituições de ensino superior às novas necessidades das empresas, bem como envolver aquelas instituições na missão de qualificação e requalificação da população ativa afeta ao sector. Ajustar a oferta de graduados daquelas instituições à procura estimada pelas empresas; ■ Dinamização da rede capilar do ensino politécnico, que poderá acelerar muito mais com a colaboração/integração com as empresas em vários domínios. Como a adaptação de programas e respetivos conteúdos (para formação/reconversão de perfis) e conclusão da formação com experiência prática em contexto empresa, entre outros; ■ Incentivar o regresso a Portugal de técnicos qualificados portugueses que se encontram a trabalhar noutros países, complementando essa medida com um incentivo ao acolhimento de recursos humanos qualificados estrangeiros com vista ao aumento da nossa capacidade imediata. Para isso, será necessária a agilização dos procedimentos administrativos de vistos de trabalho (nomeadamente para cidadãos extra-comunitários) com este tipo de qualificações. 6. Promoção do empreendedorismo Para além das empresas maduras dos vários subsetores do nosso setor, há que ter em atenção que a presente revolução tecnológica abre a porta para que novos empreendedores desenvolvam novos negócios, por vezes com grande potencial disruptivo e, portanto, com grande potencial de crescimento. Importa garantir que a Europa e, em particular, Portugal possam beneficiar da atividade desses novos players, nomeadamente através da criação de emprego e da geração de valor económico. Portugal e a Europa têm de crescer e isso exige um esforço combinado de toda a sociedade e dos poderes públicos. A criação de um ecossistema de inovação muito mais forte é determinante para a Europa e também para Portugal. O País provou que consegue aumentar o nível de qualificação dos seus cidadãos, a qualidade da sua ciência e tecnologia e contribuiu para que nascesse e se desenvolvesse a sua geração mais qualificada, mais internacional que já tivemos e que já consegue fazer nascer novos negócios em quantidade apreciável. Mas quantos desses negócios vão continuar a criar postos de trabalho em Portugal quando crescerem, quantos vão criar atividade económica em Portugal e

7 quantos irão criar esse crescimento noutras partes do mundo onde os custos de contexto são mais baixos, as políticas fiscais mais estáveis e mais atrativas? Vender global é necessário, mas também é necessário fixar investimento, criar emprego e atividade económica no nosso território. As startups nascidas em Portugal têm um perfil bastante diverso, notando-se uma tendência de se focarem no mercado de consumo e também no espaço empresarial e de serviços. No último ano, surgiram muitas startups com foco na indústria, estando esta área em grande crescimento. O desenvolvimento de software e soluções de analítica são das principais áreas de aposta das startups portuguesas, o que se entende dada a qualidade da formação universitária em Portugal e a quantidade de recursos qualificados existentes. A aplicação de novas soluções de software ou novos modelos de negócio aplica-se, também, a algumas áreas de atividade tradicionais, causando disrupção nas empresas existentes. Aqui se destacam as áreas da saúde, hospitalidade, educação, comércio e mobilidade. De referir que as startups mais bem-sucedidas no nosso panorama têm na sua génese um modelo de negócio que lhes permite uma expansão para outros mercados. A existência de alguns aceleradores verticais e o envolvimento cada vez maior de algumas empresas com foco em setores específicos têm contribuído muito para a diversidade no ecossistema empreendedor. São 5 as áreas de atuação para fomentar mais e melhor empreendedorismo em Portugal: ■ Educação e mentoria; ■ Acesso a talento/recursos humanos; ■ Acesso a capital; ■ Legislação e fiscalidade; ■ Ecossistema e comunidade. Para além do esforço que está a ser desenvolvido, quer pelos próprios empreendedores quer por operadores específicos da área do empreendedorismo (incubadoras, aceleradoras, fundos de capital de risco, business angels e outros), é necessário que: ■ Portugal desenvolva incentivos para a fixação de startups no seu território. É absolutamente fundamental que as startups tenham incentivos fiscais para continuarem no País. Esses incentivos devem rivalizar com aqueles que existem noutras regiões do mundo com o objetivo de para lá atrair essas mesmas empresas; ■ Dada a natural imprevisibilidade do negócio de uma startup nos seus primeiros anos, deverá ser criado um regime especial temporário para elas na lei do trabalho, para que possam dispor de uma flexibilidade adicional para criação/destruição de postos de trabalho, à medida da evolução do seu negócio. Regras muito rígidas no que respeita a contratação e manutenção de postos de trabalho reduzem a capacidade que estas empresas têm em criar esses mesmos postos de trabalho. Criar um novo negócio é uma atividade de elevado risco e tem de o ser não só para os empreendedores e investidores, mas também para os respetivos trabalhadores; ■ Há que promover no País a operação das sociedades internacionais de capital de risco, quer através da criação de “matching funds” por parte dos operadores públicos (como foi recentemente anunciado pelo Governo), quer através da criação de incentivos para a atração desses capitais. É necessário que alguns dos fundos existentes, promovidos por entidades públicas, sejam crossborder de forma a poderem ser usados para investir em operações internacionais. Deverão ser criados incentivos igualmente para os operadores nacionais de capital de risco, business angels e outros operadores financeiros que invistam nas startups a operar em Portugal; ■ A aproximação do mundo do empreendedorismo ao mundo corporate e institucional, quer nacional quer estrangeiro, é fundamental para que as novas empresas se insiram na economia real, expandam a base de clientes e criem relações que contribuam para o seu crescimento sustentável. Este é um papel que cabe às grandes empresas e o Estado deve dar o exemplo na sua qualidade de comprador; ■ A Startup Portugal deverá ser uma iniciativa transversal e o mais integradora possível da Sociedade Civil, alavancando e dando força às iniciativas existentes; ■ A criação de um ponto único de contacto para as startups no Estado tornaria muito mais eficaz a relação, sendo também necessário continuar a desburocratizar o Estado e transformar os processos de procurement mais “startup friendly”; ■ A educação e o talento são áreas estratégicas transversais a todos os setores, pelo que deveriam haver reforços de programas de capacitação na área do empreendedorismo, em fomentar uma cultura de risco e autonomia nas escolas, universidades e politécnicos e na promoção da criação de startups universitárias.•

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