MOBILE FORUM portugal of Consumer Marketing da Vodafone. “Não é fácil trazer investimentos para Portugal. Temos constrangimentos do regulador e agora vamos ver terceiros usar as nossas redes sem pagar”, num mercado onde o consumo de dados está a duplicar todos os anos, o que obriga a continuar a investir para garantir a qualidade da rede, acrescenta. No caso do roaming, João Epifânio, Diretor de produtos e serviços B2C da PT, considera mesmo que se trata de “uma transferência de PIB de Portugal para o Norte da Europa”, tendo em conta o tráfego de turistas para o nosso país. “Rentabilizar ou colmatar esta perda é muito difícil”, especialmente quanto o setor tem uma necessidade de investimento permanente em infraestruturas de nova geração. “O 4G está aquém do seu potencial e já se fala em 5G. Os operadores não podem ser coartados da sua capacidade de investir e inovar e este é, de facto, um grande desafio que a indústria das telcos enfrenta”, adianta. Mais: Bruxelas “entra em contradição nos seus objetivos”, reforça Duarte Sousa Lopes, Diretor de Marketing do Segmento Pessoal da NOS. É que ao mesmo tempo que suprime as taxas de roaming e impõe a neutralidade da rede, quer avançar em força no 5G e reforçar as infraestruturas já existentes. “Vemos uma abordagem minimalista de Bruxelas à regulação, particularmente na net neutrality, onde há contradições conceptuais com o próprio 5G. Pretendem-se investimentos em novas redes, mas não se estimula a regulação no sentido de potenciar as receitas, em queda nos últimos anos. E são crescentes as imposições regulatórias”, acrescenta. Este responsável entende também que “no 5G, temos que ter a certeza, no contexto nacional, que temos condições mínimas de maturidade de tecnologia e condições de regulação. Além de já termos levado o 4G ao seu limite. Não podemos esquecer que cada mercado tem a sua realidade específica. Não podemos precipitar o desenvolvimento do 5G. Até olhando para o lado da procura do consumidor e do que ele precisa concretamente”, acrescenta, explicando que “o lado mais interessante do 5G será a explosão potencial de serviços. O que coloca desafios aos operadores. Estamos a aprender, através de várias iniciativas, todo o potencial que poderá surgir. Para poder decidir e depois agir”. O 5G não traz apenas desafios aos operadores mas a todo o ecossistema, obrigando os players a trabalhar de forma diferente. Colaboração e parcerias são vistas como incontornáveis para ganhar capacidade de resposta aos novos perfis de consumo de comunicações. Para Daniel Duque, Corporate Sales Manager da Microsoft Portugal, a tecnologia redefiniu as formas de mobilidade das pessoas, sendo a fronteira entre o mundo profissional e pessoal cada vez mais ténue. No fundo, “o que os consumidores querem é ter experiências e interfaces adaptados. Por isso, a redefinição da forma como é usada a tecnologia, independentemente da tecnologia concreta, e a explosão de conteúdos são vertentes a ter em conta”, diz. Os operadores também são unânimes nesta necessidade de trabalhar em parceria. O responsável da PT destaca que, “no framework de contexto de trabalho, temos um grande historial de parcerias tecnológicas para desenvolver ofertas. Sempre tivemos um ecossistema de investimento e inovação com todas as entidades no âmbito tecnológico. E o mesmo acontece do lado da produção de conteúdos e aplicações. Ajudámos a criar o próprio negócio de conteúdos”. António Margato também não tem dúvidas:
17 Antecipar quais serão as next big things na mobilidade dividiu opiniões. Se para uns áreas como os carros conectados, robótica e soluções de smart live vão dominar, há quem não antecipe o que está para vir. Certo é quem vai ditar o futuro é o cliente “neste processo, temos que pensar como podemos trabalhar em parceria para tudo o que vamos ter. Assumindo que a grande revolução será a interação com os devices, temos que pegar em todos os cenários e monetizá-los. Com uma proposta de valor conveniente, desenhada de raiz digital”. Até porque “oferecer conveniência e conetividade, a par de soluções de valor que permitam interação com devices, será fundamental. Não podemos copiar, mas sim colaborar para fazer novas coisas”. Duarte Sousa Lopes considera mesmo que “os operadores têm que encontrar o seu lugar no ecossistema. Temos capacidade de configurar a indústria e desenhar estratégias de valor”. É que no futuro não haverá apenas uma grande área de crescimento, mas sim “uma panóplia de coisas que resultarão do ecossistema. Por isso, é fundamental ter um tipo de abordagem em rede para resolver os problemas e encontrar as soluções”. Nesta nova forma de trabalhar, Daniel Duque alerta que há que ter em conta que os clientes querem experiências e interfaces adaptados. Pelo que há que saber redefinir a forma como é usada a tecnologia e contar com uma verdadeira explosão de conteúdos. “A experiência tem que ser seamless em todas as situações da vida. Não é o device que interage com os consumidores, mas estes que interagem com todos os tipos de dispositivos”, adianta, destacando o papel dos providers de tecnologia, que “no 4G já começaram a desafiar a inovação, que era pioneira dos operadores”. Este debate encerrou com a visão de futuro e a ‘next big thing’ das TIC. E as opiniões dividemse. O responsável da Microsoft antecipa que áreas como os connected cars e a robótica serão crescimento e de inovação. Já para António Margato, “será na questão da smart live com a integração de todos os dispositivos que teremos a próxima big thing”. João Epifânio, destacando que “temos um contexto e um pensar sempre muito tecnológico”, garante não fazer ideia do que está para vir: “hoje é o cliente a ditar as suas necessidades de serviço e estas vão evoluindo. E temos que saber da resposta a questões como a segurança”.•
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