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11 - Jantar Debate | Mário Vaz, CEO Vodafone Portugal

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21 janeiro 2016 Hotel Dom Pedro Palace

EM DEBATE Admitindo

EM DEBATE Admitindo embora que “quando um operador está numa situação de alguma instabilidade, com aquisições, mudanças acionistas e modelos de organização, isso tem naturalmente algumas consequências e estas têm reflexo e beneficiam os concorrentes”, reconhece que “os profissionais da PT não deixaram de estar presentes no terreno e de acompanhar os clientes”. Acresce que as mudanças ocorrerem num “mercado consolidado”. Por isso, e apesar de alguns ganhos de pouca expressão, “não crescemos à conta das dificuldades de terceiros mas pelo nosso esforço e trabalho”. No âmbito da aposta na convergência, o reforço da Vodafone é bem evidente no segmento fixo, tanto no cliente particular como no empresarial. E o negócio cresce na televisão, na banda larga e nas soluções mais completas para empresas. O reverso da medalha é a queda do móvel, especialmente nos clientes particulares, onde a convergência teve maior impacto. “Tínhamos uma quota muito próxima da PT e hoje estamos afastados”, diz. Mas Mário Vaz, apesar de ter sempre a ambição de deixar de ser o terceiro, garante que não o fará a qualquer custo. “Não corremos neste mercado para posicionamentos apenas simbólicos. Já estamos no pódio. Podemos estar na primeira posição e ter uma rentabilidade muito pior de quem está no terceiro. Pode acontecer. Por isso, temos a nossa própria estratégia de crescimento”, assegura. À ESPERA DE DECISÕES DA ANACOM SOBRE OS CABOS SUBMARINOS Na estratégia de crescimento, o alargamento da operação às regiões autónomas é uma das apostas. Mas o operador ainda aguarda a decisão final da Anacom sobre os cabos submarinos. A decisão provisória do regulador, tomada no Verão passado, de cortar para metade os preços do aluguer de circuitos cobrados Neste encontro, Mário Vaz deixou claro que não tem quaisquer projetos para adquirir conteúdos exclusivos, ao contrário dos seus concorrentes

7 pela PT às concorrentes ainda fica para o gestor muito aquém do desejável e inviabiliza uma operação fixa da Vodafone nas ilhas. “Vamos prosseguir com o desafio de quebrar o monopólio que existe no fixo. Não fomos para os Açores e Madeira porque realmente não há um modelo de negócio que o suporte. Os custos não são comportáveis e as decisões têm que ser racionais”, explica. Por isso, Mário Vaz considera necessário ter, a muito curto-prazo, uma decisão definitiva por parte da Anacom. Até porque “qualquer atraso pode pôr em causa a disponibilidade financeira para fazer esse investimento. Os 125 milhões que temos de investimento fixo incluem levar o negócio da Vodafone aos clientes das regiões autónomas. Há um plano de execução e de compromisso. Mas se o tempo da decisão se prolongar, pode estar em causa a disponibilidade para chegar a essas regiões”, onde a Vodafone já opera no negócio móvel, detendo uma presença forte especialmente nos Açores. “Para nós, disponibilizar o serviço nas ilhas é muito mais caro do que o fazer chegar a Miami. Não faz sentido, até do ponto de vista de inclusão do país, que não haja uma proporcionalidade de custos” entre o cobrado no continente e nas ilhas, considera o líder da Vodafone. Acrescento que o argumento de que o investimento necessário para os cabos submarinos foi muito superior ao investimento do Continente é falível, já que teve uma comparticipação pública e das próprias regiões autónomas. Tema em debate foi também o da capacidade da Vodafone conseguir atrair para Portugal mais centros de competência do grupo. Aqui, Mário Vaz explica que já hoje “um em cada seis colaboradores trabalha para fora de Portugal para outras operações”. É a partir de Portugal que se controlam as redes de países como Espanha, Inglaterra e Irlanda. Acresce o centro de competências em M2M, área de grande crescimento onde a Vodafone é líder mundial, e da televisão, sendo que muitas das inovações e desenvolvimentos são feitos a partir do nosso país. O gestor garante que continuam a competir com outros mercados para trazer mais competências para Portugal, beneficiando da vantagem do pais ter recursos humanos de qualidade. Sem adiantar pormenores, ficou claro que a subsidiária está numa short-list para um novo projeto do grupo. No entanto, Mário Vaz alerta para o facto da subsidiária nacional estar a competir com geografias como a Índia, Turquia, Egipto e países de Leste, que “têm alguns benefícios do ponto de vista financeiro que podem dificultar. Mas temos lutado por isso e os resultados têm sido muito positivos”. Para o orador, “Portugal está na moda dentro do mundo Vodafone há muito tempo”, tendo em conta o foco na qualidade e na diferenciação do que faz.“ A nossa pequena escala nunca nos penalizou” e “Portugal funciona um pouco como laboratório. O que fazemos faz-se bem e pode ser replicado para outros mercados. Já temos hoje a exposição e o reconhecimento necessário dentro do grupo”, esclarece. E as expectativas da Vodafone para este ano são positivas. Mário Vaz destaca que as receitas deste ano fiscal já apresentam uma melhoria significativa (dados posteriores mostram que as receitas de serviços da Vodafone cresceram 0,6% no terceiro trimestre do ano fiscal da empresa, que terminou em dezembro, embora as receitas totais tenham recuado 1,1%). “Estou otimista com este caminho positivo de crescimento”, afirma. O eventual lançamento de mais canais na Televisão Digital Terrestre (TDT) foi outro assunto comentado pelo gestor, que considerou que “o tema já vem tarde”, tendo em conta que a taxa de penetração das plataformas de televisão paga em Portugal já é muito significativa e que estes serviços acrescentam valor do ponto de vista de relação com o cliente e o conteúdo. “Não se vê como se poderão sustentar novos projetos e nova concorrência nessa área”, considera.

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