46 33º Digital Business Congress O filósofo e cientista político Francis Fukuyama esteve à conversa com Pedro Faustino (Axians) sobre o futuro das economias democráticas e liberais, o papel da tecnologia e o poder das gigantes digitais Há vários setores da economia nacional que já estão a apostar de uma forma clara em soluções assentes em ferramentas de IA. Agora, é preciso passar a mensagem para acelerar
O Center for Responsible AI e o Accelerat.ai são dois consórcios financiados pelo PRR para desenvolver soluções ‘made in Portugal’ assentes em IA. Os resultados mostram o potencial da inovação nacional As metas e objetivos do IA Act estiveram em análise. Há que prevenir os riscos de utilização, ao mesmo tempo que se incentiva a inovação na Europa. O desafio é encontrar o equilíbrio resto do mundo, centrado no ser humano”, numa regulação que traz “transparência, controlo e confiança. A IA tem de ser usada com um propósito. É responsabilidade dos governos antecipar estes temas”, afirma. “A IA é uma ferramenta para a democracia, pois aumenta a transparência nos processos. Os governos têm de dar passos para usar estas ferramentas da melhor forma possível. Não são elas que fazem o mundo melhor, mas sim a forma como as usamos”, acrescenta Siim Sikkut, ex-CIO do governo da Estónia e atual sócio-gerente da Digital Nation. Diz que no seu país não se inventou nada. Recorreu-se ao que já existia: “Fizemos opções, experimentámos para perceber, incluindo na regulamentação. Não a apressámos. Tentámos perceber antes de avançar o que efetivamente precisávamos e implementámos projetos, espalhando o mais possível as sementes da mudança”. A Google é uma das gigantes mundiais que está a apostar em força nas ferramentas de IA, que já são transversais a toda a sua oferta. A diretora sénior de Políticas Públicas e Relações Governamentais para a Europa do Sul diz que a IA já está a resolver problemas num abrangente conjunto de setores e que o seu potencial é imenso, desde que seja garantida uma utilização responsável. Só em Portugal, poderá gerar 15 mil milhões de euros para a economia e poupar em média 80 horas por ano a cada trabalhador, destaca Giorgia Abeltino. Mas até que ponto a resiliência das economias democráticas e liberais depende de nós? Foi a essa questão que tentou responder o filósofo e cientista político Francis Fukuyama , numa conversa com Pedro Faustino, diretor-geral da Axians Portugal. Destacando a lentidão dos processos de decisão, sobretudo na Europa, onde existem demasiadas salvaguardas, considera que se estes processos visam “impedir governos e empresas de ir demasiado além”, estão a deixar frustrados os cidadãos, que queriam mais resultados. Na IA, defende uma aproximação cautelosa: “não podemos ter regras para antecipar o futuro, pois corremos o risco de limitar o seu desenvolvimento”. E mostra-se preocupado com o crescente poder das big tech perante governos que não conseguem controlar a tecnologia. As verbas do PRR português já estão a impulsionar claramente soluções ‘made in Portugal’ assentes numa IA responsável. Como o comprovou a sessão que juntou
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