82 33º Digital Business Congress de que dispomos para atuar. Teremos ainda de estar preparados para aplicar os instrumentos legislativos europeus, como o European Media Feedman Act. Há que garantir um regulador de comunicação social independente e com capacidade em termos de recursos financeiros, humanos e técnicos” Francisco Pedro Balsemão CEO, Impresa “O mercado publicitário cresceu no 1º trimestre de 2024, mas queremos sempre mais e há muitos desafios neste setor, marcado pela disputa pela atenção. Há uma fragmentação crescente dos públicos, pela proliferação de dispositivos e plataformas. Cabe-nos a nós, grupos de media, encontrar o nosso espaço, reforçar a nossa relevância nas plataformas tradicionais e apostar nas novas” “Desde 2016 que temos sido coerentes. Devia haver eliminação ou redução substancial do tempo de publicidade reservado à RTP, para uma concorrência mais leal, à semelhança do que se faz noutros países. A RTP também faz publicidade no digital, o que nos penaliza a nós, privados” “A quebra de publicidade é uma realidade e os novos pacotes de publicidade dos serviços de streaming estão em cima da mesa. Temos de ver estas coisas novas como oportunidade de ser complementares em todas as plataformas, para chegarmos a novos conteúdos. Passar o ambiente de canal generalista, de qualidade, para uma experiência digital atrativa para os consumidores. Os media são um bom negócio. Há muitas novidades a caminho. Estamos a diversificar e a procurar oportunidades” Luís Santana CEO, Medialivre “Há outros motivos de atração, como as plataformas de streaming, mas achamos que existe espaço para um público mais seletivo. Vamos avançar com um novo canal de informação, que vai ocupar um espaço diferenciador. Não acho que seja a sua entrada que vá causar distúrbio. Se algo está a distorcer o mercado é a publicidade digital e as plataformas digitais, que estão a comer um valor desproporcionado” “Fazemos o negócio dos media à imagem da realidade do mercado que temos. É muito difícil competir com as grandes plataformas europeias. Tem de haver uma regulação europeia que ajude a uma distribuição mais justa, onde os players nacionais estejam mais defendidos. De contrário, não temos hipótese” “Com a AI vai ser difícil evitar uma ameaça àquilo que é o jornalismo com qualidade. Estamos num processo de intoxicação do que é a real informação”
Nicolau Santos Presidente, RTP “O contrato de financiamento da RTP terá que ser negociado com o novo governo e tudo está em aberto. Mas recuso a ideia de que o posicionamento da RTP no mercado publicitário possa colocar em risco os outros operadores. Temos de reconhecer que existe uma grave crise do setor dos media em Portugal. De sustentabilidade e de ameaças várias, que podem afetar ainda mais essa sustentabilidade. O Estado português tem de apoiar este setor, se for considerado essencial” “Nenhum de nós, individualmente, tem capacidade de negociar um acordo favorável com as grandes plataformas. Tivemos o ‘Rabo de Peixe’ na Netflix e não nos caíram milhões daí. A capacidade de os operadores nacionais se poderem juntar para desenvolver determinadas áreas de atividade seria importante e possível. Mas cada um seguirá o seu caminho” Pedro Morais Leitão CEO, Media Capital “O negócio da publicidade é secundário para os novos projetos. Quem decide são os operadores, que partilham entre si o mercado de tv paga. Media Capital e Impresa fizeram um percurso do papel para o digital e é de louvar. A entrada nos canais de tv paga é sempre uma decisão difícil, porque se está a criar um problema, de provocar a canibalização do seu canal generalista, que é a sua fonte de receitas” “Quando discutimos as receitas de publicidade e de financiamento publico, estamos a discutir como se pagam os custos operacionais. Mas o nosso desafio para o futuro é como se pagam as plataformas digitais. Termos uma plataforma própria é o caminho ideal. Mas é dificil. É um mercado populado por muitos gigantes e com a sua dinâmica própria. A solução que encontrámos foi produzir conteúdos para plataformas como a Amazon Prime Vídeo” “É importantíssimo para o setor que a ERC atue em conjunto com os grupos privados e público no sentido de expurgar projetos que não parecem ser exatamente de jornalismo, mas sim para atingir determinados objetivos. Este novo CA tem outro posicionamento e muita capacidade de olhar de maneira diferente” “Hoje é muito dificil manter-nos competitivos neste novo mundo que aí vem, sobretudo à escala portuguesa. É nesse referencial que temos de pensar. O que sinto é que ainda não há condições para o fazer, mesmo por parte do regulador. Se não experimentarmos e em parceria, dificilmente vamos assegurar a sustentabilidade económica. É preciso abandonar os modelos do passado e preparar os do futuro”
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