72 33º Digital Business Congress REGULATION OF AI APPLICATIONS Maria Manuel Leitão Marques Membro do Parlamento Europeu “Nenhum de nós está disponível para correr riscos e é para nos proteger que apareceu o IA Act. O que não quer dizer que não estejamos disponíveis para partilhar os nossos dados, em determinados projetos. O regulamento da IA, e vamos ver se resulta, tenta estabelecer um equilíbrio entre aproveitar as oportunidades, potenciando a inovação, e prevenir riscos em certos tipos de uso da IA. Queremos inovação em que possamos confiar” “Portugal tem de investir no seu ecossistema de IA e na inovação. Aliás, terá de criar um ambiente de teste no âmbito do IA Act e de investir muito. E o investimento será grande na literacia digital e na literacia em IA. Temos de saber com o que lidamos” “No mundo democrático, apesar de tudo há algumas convergências. Estamos unidos em alguns princípios, mas com instrumentos distintos. Começámos o mundo digital pensando que era de liberdade absoluta. Hoje sabemos que não é. Precisamos de regras. É preciso que também tudo isto se faça através da ONU ou de outros órgãos internacionais, como aconteceu com os dados. Era bom que o ‘efeito Bruxelas’ viesse também a acontecer na IA” Clara Martins Pereira Professora Assistente, Durahn Law School “Os legisladores de todo o mundo e a nível europeu vivem uma espécie de trilema. Num mundo ideal, um legislador gostaria de conseguir avançar com uma proposta regulatória capaz de promover a inovação, garantir a segurança e ser simples e clara. A questão é regular e em que medida” “Há sempre uma procura de equilíbrio entre segurança e inovação. Se a UE se vira mais para a segurança, os países anglosaxónicos olham para a inovação. No Reino Unido e nos EUA há um reconhecimento de que já existem muitas regras para a IA, com uma perspetiva muito mais setorial. E nos EUA, admito que é por uma questão de negócio que não há ainda regulamentação. Mas subsiste um gap de confiança que é preciso preencher” “Pode haver um problema de preparação legal, se surgir uma onda de crime em termos de IA, mas também um problema de capacidade de resposta. A ideia é fazer leis que sejam à prova de futuro, que avancem ao ritmo da imaginação dos criminosos e das empresas, mas há limites, porque há falta de recursos”
TALENT KNS: Filipa de Jesus Presidente, Agência Nacional para a Qualificação e Ensino Profissional (ANQEP) “A ANQEP tem três linhas de ação distintas: gestão e atualização do CNQ; formação inicial de jovens e formação de adultos e Programa Qualifica. A primeira linha de ação está agora em processo de renovação profunda, que se prevê que esteja concluído no final do ano. Permitirá adequar a oferta das qualificações às necessidades do mercado de trabalho” “Procuramos sempre garantir a qualidade e a relevância das ofertas de formação inicial de jovens, face às necessidades do mercado de trabalho e às expetativas e interesses dos jovens. Queremos ainda combater o estigma associado aos cursos profissionais, presente em alguns setores da sociedade portuguesa, mas também muito entre os pais dos alunos, que olham para estes cursos como uma opção de segunda escolha” “Nos adultos, regulamos e dinamizamos a formação, através de várias modalidades, e também do sistema de reconhecimento, validação e certificação de competências. Temos a responsabilidade da gestão da Rede Qualifica, atualmente com 313 centros. Este é um programa que tenta combater o défice estrutural de qualificações do país. Um terço das pessoas ativas necessita de melhorar as suas qualificações” Luísa Ribeiro Lopes Presidente, .PT “Sabemos que precisamos urgentemente de profissionais nas TIC, sobretudo mulheres. Os números dizem que, embora Portugal esteja acima da média europeia, só duas em cada dez pessoas que trabalham nestas áreas são mulheres. O que significa que há aqui um caminho grande a fazer. Faltam 800 mil profissionais na UE na área tecnológica. E sabemos que cerca de 70% das ofertas de emprego neste momento exigem competências digitais” “Há falta de mulheres qualificadas nas áreas tecnológicas. E tem de se resolver o problema na raiz, na educação, logo no pré -escolar. Não pode haver diferenças. Tem se de educar de igual forma. E esperar que os resultados venham daqui a 20 anos” “Nunca tivemos tantas pessoas com tanta qualificação. Fizemos um percurso bem feito, e certamente em termos de políticas públicas. Existe o ensino mais formal e iniciativas que podem fazer a diferença, trabalhando com os professores e com os alunos. Há uma panóplia de trabalho a ser feito, apoiado pelas políticas públicas, para alavancar a aposta dos jovens no digital”
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