64 33º Digital Business Congress LIVING IN A FUTURE WITH AI KNS: Pedro Domingos Professor de Computer Science, University of Washington; Autor de “The Maser of Algorithm e “2040” “O grande efeito da IA não vai ser diminuir o emprego. Pelo contrário, vai tornar possível fazer muito mais coisas com inteligência do que era possível. Em cada profissão, a IA é capaz de automatizar algumas das tarefas. A grande vocação da IA é aumentar grandemente a nossa inteligência coletiva. Temos de pensar nela como o repositório dos conhecimentos que adquirimos no passado e que vamos adquirir no futuro” “O mundo, a Europa e Portugal estão a envelhecer. Sem IA para substituir o trabalho humano, vai ser muito dificil manter a qualidade de vida das pessoas. A IA não é opcional, mas sim urgentemente necessária. O que pode ser feito por ela e pelos seres humanos, em conjunto, e que nunca foi feito antes, serão as atividades em que está o futuro e onde nos deveremos concentrar. O maior efeito da IA não será apenas na economia e no trabalho, mas em melhorar o funcionamento da sociedade e da democracia” “Há uma confusão entre IA e inteligência humana. Mas a IA não tem vontade, emoções, desejos e não quer tomar o poder. Essas são características dos seres humanos que associamos erradamente. Mas está sob o nosso controlo. De longe, o maior perigo da IA é o da estupidez artificial. Os perigos reais estão nas pessoas que construíram os programas. Existe uma corrida entre as democracias e os estados totalitários na IA e temos de ganhar esta corrida, para que as ditaduras não prevaleçam” “Portugal tem uma oportunidade, se evitar cair nos erros de outros países, de tornar a IA num motor de desenvolvimento. Tem uma comunidade de 1ª linha, tem indústrias onde pode ser líder na introdução da IA e uma agilidade que países maiores não podem ter. Temos a oportunidade de ser a ‘Estónia da IA’ e um exemplo para outros países. Mas há barreiras económicas, sociais e políticas. E para as ultrapassar é preciso o compromisso de todos” “WILL AI ECONOMICS PROMOTE A FREE WORLD?” KNS: Pedro Faustino Managing Director, Axians Portugal “Habituámo-nos a assumir que a economia se continua a desenvolver em mercado livre, em regimes democráticos, em estados de direito. Mas não é assim. Há países em que a democracia e liberdade se vão reforçando e outros em que se vai reforçando o autoritarismo. Só no último ano foram mais do dobro os que cederam na democracia” “Em 2024, em particular, temos uma situação inédita no Mundo, de que não há memória. Metade da população mundial vai a votos, num processo que culminará no mais determinante para o futuro, o dos EUA. Ano após ano, sem parar, o número de regimes autoritários tem vindo a aumentar em todo o mundo”
“A China está muito inquieta com a sua evolução económica. A Rússia continua em guerra. No Médio Oriente, nem é preciso dizer nada. Temos de nos perguntar se podemos fazer alguma coisa. Há empresas que tiveram comportamentos louváveis neste âmbito, de defesa da democracia, liberdade e humanismo. Temos a responsabilidade de escolher a liberdade. Temos mesmo de querer saber” documentos, boas ideias e até estratégias, mas não temos maneira de as implementar. É o passo que nos falta dar. Haja vontade e capacidade política” PORTUGAL 2030 DIGITAL STRATEGY: AI, WEB 3.0 AND DATA KNS: Arlindo Oliveira Presidente, Congresso “Garantimos o alinhamento das estratégias e respetivos planos de ação, porque estão intimamente relacionados. Integrámos as melhores práticas internacionais, percebendo o que já foi feito, e toda a legislação e indicações ao nível da UE. E tirámos partido do ecossistema de colaboração, contando com a participação ativa de empresas, investigadores, instituições e organizações” “Já tivemos do atual governo a indicação de que o processo é para avançar e que os documentos serão colocados à discussão pública. Foi um trabalho feito como deve ser, com recursos significativos alocados e um orçamento. Mas, como costumo dizer, projetos sem orçamento são hobbies” “Se queremos ter uma estratégia e um plano de ação, será absolutamente necessário alocar um orçamento. Senão, arriscamonos a fazer uma coisa que, lamentavelmente, acontece em Portugal: temos bons Miguel Pupo Correia Coordenador Estratégia Web 3.0 “Com a Web 3.0 a informação passa a estar descentralizada em muitos computadores e com isso obtém uma resiliência gigantesca. Mesmo que alguns países desliguem os computadores, a infraestrutura continua a funcionar. Deixamos de ter de confiar numa entidade, como uma big tech, para passar a confiar numa comunidade de pessoas que controlam os computadores. É um conceito radicalmente novo” “O que temos é de trazer esta comunidade informal que está a surgir com a web 3.0 para dentro de um suporte legal. A ideia da estratégia é digitalizar de uma forma mais organizada e ao nível do país, na função pública e empresas. Dar os instrumentos para utilizarem estas tecnologias. O facto de passar o controlo para o utilizador coloca os seus riscos em termos, nomeadamente, de cibersegurança e ciberfraude. Que vão ter de ser tratados” “É preciso ter a capacidade de tapar os ouvidos ao ruido que existe na área, que é imenso. Há muita fraude e muitas mentiras sobre a capacidade da web 3.0 resolver todos os problemas do mundo. E, depois, abrir-se a saber quais os benefícios reais que poderá ter para o país, a economia e os cidadãos. É um desafio difícil, porque a tecnologia é complexa e recente”
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